Basta uma leve dose de realidade
para percebermos que o ser humano está longe de ser um “bom selvagem”, como
queria Rousseau, pois a realidade está muito longe de ser essa. Ora, se é a
sociedade que corrompe o homem, quem, afinal forma a sociedade se não esse próprio homem?!
Ademais, a função do
encarceramento não é “solucionar o problema”, nem “reeducar” o criminoso,
“reintroduzi-lo na sociedade” ou qualquer desses belos chavões. Mas o objetivo
é preservar a sociedade de um mal em potencial. Se o sujeito matou ou estuprou,
o seu comportamento nos leva a concluir que ele poderá reincidir no mesmo ato
e, portanto, para preservar a vida do inocente é que existe o sistema
prisional. Primeiro a preservação da sociedade, depois podemos pensar em formas
de “corrigir” o criminoso (embora isso, em boa parte das vezes seja
completamente inviável).
Lembro-me do assassinato de
James Bulger, um bebê britânico de dois anos, que em 1993 foi sequestrado,
torturado, morto e amarrado à linha do trem só porque os seus assassinos
queriam ver como é um corpo sendo despedaçado. A idade dos criminosos? Dois
rapazes de 10 anos de idade. O que fazer nesse caso? Dar-lhes umas palmadas e
deixá-los à solta para que procedam a satisfazer sua fome de crueldade? Isso
seria um completo disparate. A justiça britânica os condenou a 15 anos de
prisão.
Não descarto que há inúmeros
fatores que influenciam nosso comportamento, sejam eles socioeconômicos,
familiares, psicológicos, genéticos, etc., todavia, isso jamais pode servir de
justificativa para comportamentos criminosos, pois a dignidade do ser humano
está também em tratá-lo como um ser livre e capaz de controlar a sua própria
vida e lidar com as pressões sobre ele exercidas.
Outra falácia que costuma
cegar o juízo crítico dos incautos para esse assunto é o apelo à retórica fajuta
da luta de classes. A redução da maioridade penal seria preconceito da “elite
branca” contra “pobres e negros” vítimas de uma sociedade injusta, que não se
preocupa com eles e apenas pretende varrer seus males para debaixo do tapete.
Uma mentira deslavada. Veja esta foto abaixo:
Esse casal lhes parece parte
da “elite branca”? Pois eles são (eram) os pais da dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza, que foi morta e queimada
por só ter na conta bancárias R$30 para dar aos seus algozes. Cinthya, essa
membro da “elite branca”, foi-se e deixou os pais aposentados e uma irmã
deficiente mental, que dependiam do seu sustento. Seus assassinos, dentre eles
um menor reincidente, fugiram no Audi A3 da mãe de um deles. Luta de classes?
Pois me conte mais sobre essas “vítimas da injustiça social” que praticam
crimes ao volante de um Audi!
No Rio de Janeiro,
recentemente um caso de estupro perpetrado por outro menor reincidente ganhou
espaço nos jornais. Uma “vítima” armada invade um ônibus, rouba os passageiros
e dá vazão ao seu clamor por justiça social obrigando uma mulher a, bem...,
botar a boca ali. Fico cá pensando com meus botões, que diabos a “elite branca”
andava a fazer num ônibus da linha 369 (Bangu x Carioca)? Já sei! É a tal
inversão de valores: a elite agora anda de ônibus (rumo a Bangu!), o pobre anda
de Audi (rumo à Zona Sul talvez?)
Enquanto a “elite branca” vive
encastelada em seus condomínios, alheia a esse tipo de crime, os maiores
prejudicados com esse discurso contra a redução da maioridade penal são os
pobres, que são as verdadeiras vítimas da criminalidade e do discurso
esquerdista, que só conhece pobreza na teoria. Ser contra a redução é coisa de
burguês. De responsabilidade o pobre entende muito bem.
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