segunda-feira, 23 de julho de 2007

Sofrer o sofrimento

"Será que essas anotações não passam do padecimento sem sentido de um homem que não quer aceitar o fato de que não há nada que possamos fazer contra o sofrimento, exceto sofrê-lo? Quem ainda acha que existe algum truque (se ao menos alguém pudesse descobri-lo) que faça o sofrimento não ser sofrível? Não faz diferença alguma agarrar à cadeira do dentista ou deixar as mãos repousar [calmamente] sobre o casaco. A broca continuará perfurando." C.S.Lewis

terça-feira, 17 de julho de 2007

Ativista gay abandona o homossexualismo


Estrela em ascensão do movimento diz que Deus o libertou do estilo de vida.

Michael Glatze era uma estrela em ascensão no movimento homossexual, mas ele agora declara não só que abandonou o ativismo — ele não mais é homossexual.

Glatze — que era freqüentemente usado como referência nos meios de comunicação como fundador da revista Young Gay America — conta a história de sua transformação numa coluna exclusiva publicada por WND.

Embora Glatze tenha se isolado da comunidade homossexual um ano e meio atrás, ele diz que sua coluna provavelmente deixará algumas pessoas surpresas.

“Isso será realmente notícia para todo o mundo com quem eu me relacionava”, afirmou ele a WND.

A mudança radical em sua vida, relembra Glatze, começou com “inspirações” em sua mente que ele agora atribui a Deus.

“Espero poder compartilhar minha história”, disse ele. “Sinto fortemente que Deus me colocou aqui por um motivo. Até mesmo nos dias mais escuros das festas tarde da noite, uso de drogas e todos os tipos de coisas — quando em meus sentimentos eu me perguntava ‘Por que é que estou aqui, o que é que estou fazendo?’ — havia sempre uma voz ali”.

“Eu não sabia como chamar essa voz, nem se eu podia confiar nela, mas ela dizia ‘fique firme’”.

Glatze disse que ele teve consciência de sentimentos homossexuais com a idade de 14 e declarou publicamente que era “gay” com a idade de 20. Depois de uma década em que seu papel de liderança no movimento homossexual cresceu — mas, ao mesmo tempo, um misterioso conflito em seu interior — ele afirma que finalmente foi “liberto”.

Aliás, ele escreve em sua coluna da WND, “sair do armário da influência da mentalidade homossexual foi a coisa mais libertadora, bela e estupenda que já experimentei na minha vida inteira”.

Antes de “sair do armário” em sua coluna, Glatze fez contato com o gerente editorial de WND David Kupelian depois de ler seu livro “The Marketing of Evil”, o qual, conforme Glatze disse, “me deu muita ajuda em meu processo de cura das profundas influências do mal em nossa sociedade atual”.

“Não há nada no mundo que me daria mais prazer”, ele escreveu para Kupelian, “do que dizer a Verdade acerca da ‘homossexualidade’ e expiar meus pecados nesse assunto”.

A transformação de Glatze nos traz à mente a transformação de Charlene Cothran, famosa ativista lésbica americana que publicava a revista “gay” Venus. Ela também renunciou ao seu estilo de vida do passado. Ela se tornou cristã e deu uma nova missão para sua revista: “incentivar, educar e ajudar aqueles que desejam abandonar uma vida de homossexualidade”. Ela acrescenta: “Nossa missão máxima é ganhar almas para Cristo…”

Em sua coluna, Glatze fala sem rodeios, chamando o sexo homossexual como baseado puramente na cobiça sexual, significando que jamais consegue satisfazer plenamente.

“É uma rotina de obsessão, não tendo nada de natural e normal”, escreve ele. “Normal é normal — e se chama normal por uma boa razão.”

Depois de se tornar editor da revisa Young Gay America com a idade de 22, Glatze recebeu numerosos prêmios e reconhecimento, inclusive o Prêmio Nacional Papel Modelo da importante organização homossexual Equality Forum (Fórum da Igualdade). Os meios de comunicação o procuravam a todo momento, com participações em programas de TV e menções numa matéria de capa da revista Time, intitulada “A Batalha envolvendo os Gays Adolescentes”.

Ele produziu, com a ajuda da TV pública americana e do Fórum Igualdade, o primeiro filme documentário importante a lidar com a questão do suicídio entre adolescentes homossexuais, “Jim In Bold”, que viajou pelo mundo e foi premiado em muitos festivais. A exposição de fotos de Young Gay America, que contava a história de jovens da América do Norte, viajou pela Europa, Canadá e partes dos EUA.

Em 2004, Glatze mudou-se de San Francisco para Halifax no Canadá, onde seu parceiro da revista Young Gay America tinha família. A revista, disse ele, buscava ser um complemento puro para as revistas de bancas dirigidas aos jovens gays.

Mas Glatze argumenta, “a verdade era, YGA era tão prejudicial como todas as outras revistas do tipo no mercado, mas era mais ‘respeitada’, porque não era explicitamente pornográfica”.

Em 2005, Glatze teve papel principal num grupo de debatedores que incluía Judy Shepard, mãe do homossexual assassinado Matthew Shepard, no prestigioso JFK Fórum na Faculdade Kennedy de Governo da Universidade de Harvard.

“Foi depois de ver minhas palavras numa fita de vídeo dessa ‘atuação’”, escreve ele, “que comecei a ter dúvidas sérias quanto ao que eu estava fazendo com minha vida e influência”.

Não conhecendo ninguém de quem eu poderia me aproximar com meus questionamentos e dúvidas, voltei-me para Deus”, diz ele. “Desenvolvi um relacionamento crescente com Deus, graças a uma crise debilitante de dores intestinais provocadas pelas condutas em que eu estava envolvido”.

Ao se aproximar o fim de seu trabalho na Young Gay America, Glatze disse, os colegas começaram a perceber que ele estava passando por algum tipo de experiência religiosa.

Antes de deixar o emprego, não percebendo plenamente o que estava fazendo, ele escreveu seus pensamentos em seu computador do escritório, finalizando com a declaração: “A homossexualidade é morte, e eu escolho vida”.

“Eu estava tão tenso, que era como se eu mesmo não estivesse escrevendo”, disse ele.

Inexplicavelmente, ele contou a WND, ele deixou palavras na tela do computador para todos verem.

“As pessoas que olhavam para a tela ficavam pasmas; achavam que eu estava doido”, declarou ele.

Mas ele deixou seus colegas de trabalho imaginando o que havia acontecido com ele, pois ele nunca tinha explicado detalhadamente sua decisão de renunciar.

Relembrando seu velho estilo de vida, Glatze contou a WND que toda vez que ele sentia estar fazendo algo errado, “eu simplesmente usaria uma desculpa popular, tal como ‘é assim que é a vida’”.

“Se eu tivesse de questionar algo, meus colegas diriam: ‘Você é um cara de muitos ideais’”.

Glatze disse que achava que os oponentes do homossexualismo eram “grosseiros e loucos, e queriam me machucar”.

“Eu achava que estavam prontos para me pegar”, disse ele. “Eles me deixavam realmente revoltado — e assustado, eu penso. Eu queria que eles sumissem”.

Glatze disse que não podia se permitir pensar que eles eram sinceros em suas convicções.

Mas ele agora tem profundo respeito por uma tia cristã que desaprovava seu estilo de vida.

Ela “nunca julgava, mas era sempre firme”, disse ele.

Leia também a história mais completa de Michael Glatze aqui.

Traduzido e adaptado por Julio Severo: www.juliosevero.com.br

Fonte: http://www.wnd.com/news/article.asp?ARTICLE_ID=56481

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Içami Tiba fala sobre jovens e as drogas

Em entrevista ao Jornal da Manhã:

JM - O senhor é a favor da descriminalização da droga?

Içami - Totalmente contra. O governo não dá conta das drogas que liberou. Não consegue tratar as pessoas, quer tornar a campanha política das drogas a "campanha do menos mal". O que eles deveriam fazer é recuperar, não falar "se você usa crack, vá para a cocaína. Use maconha, porque cocaína é muito sério". Não, isso é um convencimento fraco; o convencimento mais forte é que de ele não pode usar drogas e ponto final, vamos fazer de tudo para que não usem. Porque isso significa "cocaína eu tolero".

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sexta-feira, 13 de julho de 2007

Sto. Agostinho


“Punis o que os homens cometem contra si próprios, porque, ainda mesmo quando Vos ofendem, agem impiamente contra as suas almas.”

Sto. Agostinho

Deus é tão misericordioso que pune o que os homens cometem contra si mesmos. Pois, quando quebramos um mandamento de Deus, não deixamos apenas de fazer o bem a Ele, mas também a nós. Deus entrelaçou Seus interesses com os nossos, de modo que, ao servi-lO, alcançamos o nosso próprio bem. Os seus mandamentos não são só para o bem dEle, mas, principalmente, para o nosso próprio bem e proteção. Portanto, quando pecamos contra Deus, pecamos contra a nossa própria alma.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Humanidade: A Raiz de Todo o Mal

Uma crítica ao pensamento de Richard Dawkins

Introdução

Há tempos eu ansiava por ler The God Delusion e assistir ao documentário The Root of All Evil do renomado biólogo-evolucionista-ateu Richard Dawkins. Parte do meu anseio foi realizado, assisti à primeira parte do documentário intitulada The God Delusion, mesmo titulo do livro. Eu gosto de ter a fé desafiada e confrontada, gosto de ouvir opiniões contrárias, gosto de quebrar a cabeça e ser obrigado a aprofundar as raízes da minha fé, portanto, ninguém melhor pra isso do que o ateu mais feroz da atualidade – o temido Richard Dawkins – bom, pelo menos era o que eu imaginava. Assistir ao documentário me deixou frustrado – Ta ai o ateu mais brilhante da atualidade! E ai?... – pois é, e ai nada! Se Richard Dawkins e seus argumentos consistem na maior arma dos ateus contra os religiosos, presumo que essa arma não passe de uma pistola de chumbinho – cano duplo para ser mais cortês. Dawkins entope seu documentário de falácias, opiniões próprias e um “leve” toque de arrogância. As criticas mais embasadas se resumem às referentes à conduta dos religiosos e não à religião em si. O argumento principal é que a religião é a “raiz de todo mal”. Terrorismo, homens-bomba, atentados etc etc etc... Como cristão me sinto à vontade para desprezar tal argumento, pois, ao contrário do Islamismo, o cristianismo não apóia à guerra santa – amai os vossos inimigos – se em alguma época cristãos “guerrearam de forma santa” foi por vontade própria, e não embasados na religião.


Um “pequeno” detalhe que não podemos deixar de destacar é os “bons” frutos do ateísmo no século XX. Um ditador alemão de bigode influenciado por outro alemão de bigode (bigode um pouco maior), um filósofo que costumava dizer “Deus está morto” e que teve suas obras presenteadas às tropas do ditador alemão – 16.000.000 de mortos. Um outro ditador, russo e também de bigode que impôs seu ateísmo à URSS, matou 40.000 sacerdotes e fechou todas as catedrais transformando-as em museus do ateísmo – 3.000.000 de mortos segundo a URSS. 9.000.000, 20.000.000 ou até 60.000.000 segundo alguns outros historiadores russos, e como se não bastasse as mortes, em virtude de doenças, alcoolismo e das dificuldades econômicas, os homens russos, hoje em dia, têm uma esperança de vida de 59 anos de idade. A taxa de nascimentos caiu de forma tão acentuada que a população russa pode vir a encolher até o nível populacional de 1917. Setenta por cento dos casamentos russos terminam em divórcio, e uma mulher russa comum já fez quatro abortos (Yancey, Rumores de outro mundo, p.160). E na tentativa de liquidar o cristianismo da China – 70.000.000 de mortos. Saldo total: hummm....20...40...70...100... até 146.000.000 mortos! Para se ter uma ideia, na inquisição foram mortos 40.000 pessoas. E vale a pena lembrar que na inquisição os perseguidos eram os verdadeiros cristãos que lutavam contra a corrupção da Igreja dominada pelos pagãos que compravam cargos de autoridade na Igreja. A raiz de todo mal não é a religião, os homens só a usaram para dar vazão a sua própria natureza, que como a Bíblia nos ensina, é decaída e depravada. A prova disso é que quando Deus saiu de cena, a coisa não melhorou, mas piorou. É claro que existem ateus de caráter de fazer inveja a muitos crentes, mas a grande diferença do ateísmo para o cristianismo é que quando o cristão age de forma errada ele vai contra o que professa, já o ateu não erra jamais, pois para ele não há lei a ser infringida – Se Deus não existe tudo é permitido disse Dostoievski – se ele decide matar, ele pode, pois não tem fundamento moral para se basear. E porque não lembrar que as maiores Universidades do mundo – incluindo a de Dawkins, Oxford – foram fundadas por... cristãos? E será que Dawkins se esqueceu de Gandhi, Martin Luther King, Madre Teresa e a Cruz Vermelha? E Francis Bacon, Newton, Pasteur dentre outros cristãos que por insistirem que Deus era um ser racional e criador de criaturas racionais abriram o caminho para a ciência que Dawkins hoje estuda? Todos eles agiram de tal forma impulsionados pela religião, já o ateísmo não tem poder de impulsionar ninguém a nada. Julgar o Cristianismo pelo lado ruim é como julgar os apóstolos por Judas Iscariotes.


Parte I – The God Delusion


As afirmações do documentário seguem sem muita ponderação – é porque é – como quando Dawkins afirma simplesmente que não há razão para acreditar em Deus sem sequer pesar e ponderar qualquer argumento contrário. Ele chega a afirmar que a religião desencoraja o pensamento racional e estimula a manter nossa fé apesar das evidências contrárias, nos tornando mais virtuosos com isso. Não posso negar que de fato lideres cristãos ajam de tal forma e muitos cristãos não pensem de forma crítica e racional, porém, não estamos falando dos religiosos, mas da religião em si, como eu já disse. Mas o cristianismo não apóia tal pensamento, Deus nos convida a arrazoar (Is 1.18), a amá-lo de todo entendimento (Mt 22.37), a dar respostas àqueles que pedem (1Pe 3.15), e nos compadecer dos que duvidam (Jd 22). A definição de fé de Dawkins é absurda – fé é a suspensão do pensamento critico – e, portanto contrária à ciência. Como já demonstrei, não é assim que o Deus cristão age, e a verdadeira fé cristã é crer naquilo que você tem motivos racionais para crer, é claro que haverá sempre espaço para dúvida e é ai que entra a fé, da mesma forma o ateísmo também exige fé, pois também não nos dá total certeza, cabe a nós pesarmos as evidências prós e contras e nos decidirmos entre crer ou não crer, de qualquer forma, se eu crer e estiver errado eu morrerei e pronto, agora se eu não crer e estiver errado passarei a eternidade em um ambiente não muito aprazível.


Dawkins defende a ideia de que, ao contrário da religião, a ciência consiste no acumulo de evidências usadas para atualizar teorias de como as coisas funcionam e ele nos conta a história de um antigo professor de seus tempos de universitário que defendeu apaixonadamente uma certa teoria durante anos, até que um cientista americano veio à sua Universidade e mostrou que a teoria tão apaixonadamente defendida pelo professor estava errada. O professor o agradeceu por ter mostrado que ele estava errado esse tempo todo e ter colaborado com o avanço da verdade cientifica. Bom... verdade cientifica? Como pode uma verdade avançar e ser atualizada? Ou uma verdade é verdade, ou não é verdade, simples assim. O problema é que a ciência é baseada na interpretação humana, propensa à falhas, o que é verdade hoje amanhã não é e vice-versa. Já a teologia parte de uma Verdade revelada, e toda descoberta serve para nos aproximar dessa Verdade, quando uma descoberta contraria a Verdade, não deixamos simplesmente de acreditar nela, mas questionamos tal descoberta ou nossa interpretação da Verdade. Por exemplo, a Bíblia descreve diversas vezes o império hitita, mas até 1906 não havia nenhuma evidência para tal império, a evidência era “jamais existiu tal império”, até que Hugo Winkler em 1906 descobriu uma biblioteca com 10.000 titulos que documentava ostensivamente os hititas. Resultado: a evidência antiga estava errada, quem estava com a Verdade acertou, quem duvidava teve que dar o braço a torcer. Um exemplo de re-interpretação da Verdade é a teoria da evolução que nos abriu os olhos para a não literalidade de Gênesis que a própria Bíblia evidencia e Sto.Agostinho já dizia há 1700 anos. (Leia meu texto Evidências para a criação em seis dias não-literais). Nós seres-humanos somos propensos à falhas, Deus não, portanto é mais sábio permanecer com a Verdade revelada, e mais lógico acreditarmos que quando a descoberta humana contrária a Verdade revelada, o problema está com a primeira.


Um argumento, talvez mais complexo, é a pergunta que Dawkins deixa àqueles que dizem ser necessário um Deus para que todo o Universo tenha sido criado, que é “Quem criou Deus?”. Ora, já que os crentes dizem que o mundo precisa de um Criador, então o próprio criador também precisa de um criador, parece muito lógico, mas não é tanto assim. Deus é a causa primeira de toda criação, portanto é ilógico perguntarmos "quem criou Deus?" pois isso nos leva a um circulo infinito – Quem criou o criador de Deus? Quem criou o criador do criador...?. O argumento consiste no fato de que há poucas décadas atrás, os cientistas acreditavam que o Universo sempre existiu e nunca teve um inicio, portanto não precisavam se preocupar com o que veio antes – ele sempre existiu e pronto. Mas a questão é que hoje a teoria do Big Bang é provada, o Universo surgiu do nada e teve inicio em algum ponto distante do passado! O que nos leva a pergunta "Quem criou o Universo?", já que tudo que tem inicio tem que ter uma causa, diferente de Deus que sempre existiu e é a causa primeira de tudo. E dada à complexidade do Universo e sua aparência de ter sido planejado, deduzimos que algo ou alguém o arquitetou de forma inteligente. Norman Ramsey, Nobel de física em 1989 disse, “Bem, quando acreditávamos que o universo não teve inicio, não era necessário nos preocuparmos com o que veio antes. Mas uma vez que nós aceitamos a ideia de que o universo teve um inicio em um ponto especifico do passado, temos que pensar no que veio antes. Então, físicos agora estão pensando sobre questões que somente teólogos e filósofos se preocupavam no passado.”


Para finalizar, Dawkins ainda cita absurda parábola de Bertrand Russel, do bule que circula em torno do sol. Se disserem que há um bule orbitando em torno do sol, a maioria das pessoas não vai acreditar. Assim como não há como provar que o bule não esteja lá, a ciência não pode provar a não-existência de Deus, nem das fadas ou unicórnios. Mais uma vez, a arrogância de Dawkins se faz presente, fazendo uma afirmação falaciosa sem consultar uma opinião contrária. Nenhuma civilização divide sua história entre antes e depois do bule, nenhum bule deixou um livro escrito por 40 autores durante 1500 anos que tratam do mesmo assunto, além do mais, bules não tem inteligência, portanto o exemplo de Dawkins, ao comparar um objeto inanimado com um ser vivo inteligente, é por demais idiota e arrogante.


Parte II – The Vírus of Faith


No segundo episodio do documentário o nível da argumentação melhora consideravelmente, mas ainda deixa a desejar, no inicio o foco continua a ser a conduta dos religiosos e não a religião em si. Dawkins insiste em humilhar e diminuir os líderes religiosos com os quais conversa. Seleção natural? Sobrevivência do mais forte? Dawkins parece levar as premissas evolucionistas ao pé da letra. Não é de surpreender tamanha arrogância, pois conhecimento humano ensoberbece. Dawkins reclama daqueles que tentam impor sua cosmovisão aos outros, como pais que criam seus filhos na religião e em colégios religiosos. Mas o que Dawkins está fazendo nesse documentário senão impondo sua cosmovisão a todos? O que esses pais religiosos fazem não se compara a atitude arrogante de Dawkins que se julga dono da verdade e superior a todos que o contrariam.


Dawkins diz ser profundamente perturbador pensar que existem crentes que usam a ideia do inferno como meio de policiar a conduta moral do povo. Que tipo de sonhos uma criança terá quando atormentada pela ideia do inferno? Não seria crueldade? Bom, partindo da premissa de que Deus não existe, Dawkins está certo. Mas, se Deus existe, Dawkins está terrivelmente enganado, nesse caso, a crueldade seria não alertar as pessoas da realidade do inferno. Dawkins esquece que foi exatamente essa imagem terrível do inferno usada por Jonathan Edwards e outros evangelistas para revolucionar e salvar sua Inglaterra do estado caótico que se encontrava no século XVIII. Essa estratégia, não é tão ruim quanto parece, mas muito pelo contrário.


Finalmente, Dawkins começa a atacar a religião em si. Criticando a moral cristã com base no Antigo Testamento e algumas passagens que descrevem crueldades indignas de um Deus “todo-amoroso”. O que Dawkins esquece é o Antigo Testamento descreve a realidade assim como ela é, cruel e atroz, a mesma realidade que lemos nas páginas dos jornais de hoje em dia. O Antigo Testamento não é um livro que trata de ficção, como Dawkins gosta de afirmar, mas sim um livro terrivelmente real. Mas da mesma forma que Deus não aprova as crueldades que ocorrem hoje no mundo, nem tudo que a Bíblia cita, Deus aprova. É necessário distinguir entre o que a Bíblia relata e o que ela aprova. O livro de Juizes descreve uma mulher que foi morta, dividida em 12 pedaços e cada um enviado a uma das tribos de Israel. Cruel? Sim. A Bíblia aprova? Não. Um homem oferece sua própria filha para preservar a vida de um hóspede alvo dos desejos de seus vizinhos. Cruel? Sim. A Bíblia aprova? Não! Mas, é claro, esse principio não se aplica a toda a passagem cruel da Bíblia, existem passagens em que Deus manda matar povos inteiros incluindo mulheres e crianças. Cruel? À primeira vista sim. Mas a verdade é que Deus mata a todos – incluído eu e você – mais cedo ou mais tarde. Ele é o Autor da Vida, e, portanto, Aquele que detêm os direitos de tirá-la. Muito pode ser dito sobre a suposta crueldade divina do Antigo Testamento, mas eu concluo com uma citação cujo autor não me recordo: “Só considera que a morte é o maior dos males, quem é materialista e acredita que só existe esta vida física, que seria o bem supremo."


Em seguida, a critica de Dawkins é contra o centro da teologia neotestamentária, a sadomasoquista doutrina da expiação. Deus sendo torturado e executado como expiação pelos nossos pecados. “Se Deus queria perdoar nossos pecados,” diz Dawkins, “porque não simplesmente perdoa-los? A quem Deus quer impressionar?”. Isso mostra que Dawkins sequer se deu ao trabalho de pensar a respeito da doutrina da expiação. Deus não é só misericórdia, mas também justiça. Um juiz, por mais misericordioso que seja, não pode simplesmente perdoar um criminoso sem que o preço pelo seu crime seja pago, pois isso não seria justiça de forma alguma. É simples assim, e creio que não há necessidades de explicações mais aprofundadas. A doutrina é clara para qualquer pessoa destituída da arrogância “Dawkinsiana”. Se a doutrina é tão absurda para Dawkins, ele terá a escolha de recusá-la e pagar pelo seu crime, todo ser humano pode fazer essa escolha, o preço? A própria alma.


Conclusão

Esse documentário serviu para mostrar que o ateísmo de Dawkins, assim como de boa parte dos ateus, não tem raízes racionais. O orgulho e a arrogância são os verdadeiros motivos que mantêm pessoas como Dawkins afastadas de Deus. Pessoas arrogantes não lidam bem com autoridades, não é diferente com a Autoridade Última. Essa é a verdadeira razão que leva uma pessoa a dedicar a vida a provar a não-existência de Deus. O ateísmo junto com a infantil tendência à provocação, peculiar nos escritos de Dawkins e outros ateus contemporâneos, e o ar de heroísmo desses homens, me faz lembrar do que Freud chamou de projeçãp. Nós temos a tendência de projetar a imagem que temos dos nossos pais na infância, para as autoridades na fase adulta, inclusive a Autoridade Última, é só uma hipótese, mas sinceramente gostaria de poder perguntar a eles sobre seus pais. O ateísmo tem muito mais razões psicológicas do que intelectuais, melhor dizendo, psicológicas travestidas de intelectuais. Seja a arrogância, experiências traumáticas, ou conflitos com os pais.


Lembro que quando eu estava dando meus primeiros passos na fé cristã eu tremia perante qualquer ateu ou argumento que pudesse derrubar a minha fé, com minha mentalidade racional ao extremo e critico do jeito que sou, passei por períodos de intensas dúvidas e cheguei a pensar em abandonar a fé por tudo não passar de uma grande mentira. Hoje, minha fé foi aprofundada e enraizada. Toda dúvida só serviu para tornar minha fé ainda mais inabalável. Por isso eu encaro esses ataques à religião, que estão muito populares hoje em dia, não só com Dawkins, mas também Michael Onfray, Sam Harris e Daniel C. Dennett, como positivos a fé cristã. É importante lembrarmos que foram nos períodos de mais intensa perseguição que a Igreja mais cresceu, creio que todos esses ataques intelectuais serão responsáveis para limpar o cristianismo de crenças supersticiosas, aniquilar as religiões falsas, aprimorar a conduta dos cristãos e aprofundar nossa fé. Amém.

Vitor Pereira 05.07.2007

domingo, 8 de julho de 2007

Os Dois Tipos de Religiosos

"Para entendermos melhor o que aconteceu, talvez fosse útil apelar para a classificação de fé religiosa elaborada por Gordon W. Allport. Ele usava duas categorias: religiosidade extrínseca e intrínseca. Pessoas de religiosidade extrínseca são aquelas cujas expressões de fé são motivadas por uma necessidade de obter status ou de serem aceitas pelos outros. Usualmente a fé de uma criança, motivada pela necessidade de agradar aos pais, recai nessa categoria. Pessoas intrinsecamente religiosas são aquelas que internalizam a sua fé de modo que ela se torna a influência motivadora primária das suas vidas. Muitos integrantes desse grupo relatam experiências vividas em determinado momento das suas vidas em que abraçaram a fé; alguns se referem a essa experiência como uma espécie de renascimento. A pesquisa médica moderna mostrou que a religiosidade extrínseca pode ter um efeito negativo sobre a saúde física e emocional, enquanto a fé intrínseca muitas vezes tem resultados positivos cientificamente demonstráveis."
Deus em Questão: C.S.Lewis e Freud debatem Deus, Sexo, Amor e o Sentido da Vida. pg 62.
Armand Nicholi

Eu li "Três Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade" - Sigmund Freud...

...e gostei!

Uma das principais obras de Sigmund Freud, essencial a todos aqueles que tenham interesse pela psicanálise ou pela vida e obra de Freud. Apesar de muito bom, é um livro bem "chato" de ler, portanto talvez não interesse ao leigo. Freud mostra a influência da vida sexual da infância na formação do individuo.

" É a mais polêmica contribuição de Freud a respeito da sexualidade. Ele estabelece aqui originais estudos sobre os temas das aberrações sexuais, sexualidade infantil e adolescência. Seu principal guia é o conceito de Pulsão Sexual, que começa a ser descrito justamente nesse texto."

 
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