quarta-feira, 15 de maio de 2013

A Elite Branca que Anda de Ônibus


 O primeiro ponto a ser corrigido quando se trata de redução da maioridade penal é quanto à questão que alguns de seus críticos levantam: “Isso não resolverá o problema!”. Ora, meu Deus do céu, desde quando a função do sistema carcerário é resolver o problema? A acusação já parte de uma premissa totalmente equivocada, porque impossível, que é a premissa da “solução dos problemas”. Essa premissa está, sem dúvida, alicerçada numa visão rousseauniana do homem, que para ele seria inerentemente bom, mas corrompido pela sociedade. Sendo, portanto, o homem inerentemente bom, nada obstaria ao retorno a essa bondade inata. Daí a premissa da “solução dos problemas”.
Basta uma leve dose de realidade para percebermos que o ser humano está longe de ser um “bom selvagem”, como queria Rousseau, pois a realidade está muito longe de ser essa. Ora, se é a sociedade que corrompe o homem, quem, afinal forma a sociedade se não esse próprio homem?!
Ademais, a função do encarceramento não é “solucionar o problema”, nem “reeducar” o criminoso, “reintroduzi-lo na sociedade” ou qualquer desses belos chavões. Mas o objetivo é preservar a sociedade de um mal em potencial. Se o sujeito matou ou estuprou, o seu comportamento nos leva a concluir que ele poderá reincidir no mesmo ato e, portanto, para preservar a vida do inocente é que existe o sistema prisional. Primeiro a preservação da sociedade, depois podemos pensar em formas de “corrigir” o criminoso (embora isso, em boa parte das vezes seja completamente inviável).
Lembro-me do assassinato de James Bulger, um bebê britânico de dois anos, que em 1993 foi sequestrado, torturado, morto e amarrado à linha do trem só porque os seus assassinos queriam ver como é um corpo sendo despedaçado. A idade dos criminosos? Dois rapazes de 10 anos de idade. O que fazer nesse caso? Dar-lhes umas palmadas e deixá-los à solta para que procedam a satisfazer sua fome de crueldade? Isso seria um completo disparate. A justiça britânica os condenou a 15 anos de prisão.

Não descarto que há inúmeros fatores que influenciam nosso comportamento, sejam eles socioeconômicos, familiares, psicológicos, genéticos, etc., todavia, isso jamais pode servir de justificativa para comportamentos criminosos, pois a dignidade do ser humano está também em tratá-lo como um ser livre e capaz de controlar a sua própria vida e lidar com as pressões sobre ele exercidas.

Outra falácia que costuma cegar o juízo crítico dos incautos para esse assunto é o apelo à retórica fajuta da luta de classes. A redução da maioridade penal seria preconceito da “elite branca” contra “pobres e negros” vítimas de uma sociedade injusta, que não se preocupa com eles e apenas pretende varrer seus males para debaixo do tapete. Uma mentira deslavada. Veja esta foto abaixo:



Esse casal lhes parece parte da “elite branca”? Pois eles são (eram) os pais da dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza, que foi morta e queimada por só ter na conta bancárias R$30 para dar aos seus algozes. Cinthya, essa membro da “elite branca”, foi-se e deixou os pais aposentados e uma irmã deficiente mental, que dependiam do seu sustento. Seus assassinos, dentre eles um menor reincidente, fugiram no Audi A3 da mãe de um deles. Luta de classes? Pois me conte mais sobre essas “vítimas da injustiça social” que praticam crimes ao volante de um Audi!

No Rio de Janeiro, recentemente um caso de estupro perpetrado por outro menor reincidente ganhou espaço nos jornais. Uma “vítima” armada invade um ônibus, rouba os passageiros e dá vazão ao seu clamor por justiça social obrigando uma mulher a, bem..., botar a boca ali. Fico cá pensando com meus botões, que diabos a “elite branca” andava a fazer num ônibus da linha 369 (Bangu x Carioca)? Já sei! É a tal inversão de valores: a elite agora anda de ônibus (rumo a Bangu!), o pobre anda de Audi (rumo à Zona Sul talvez?)

Enquanto a “elite branca” vive encastelada em seus condomínios, alheia a esse tipo de crime, os maiores prejudicados com esse discurso contra a redução da maioridade penal são os pobres, que são as verdadeiras vítimas da criminalidade e do discurso esquerdista, que só conhece pobreza na teoria. Ser contra a redução é coisa de burguês. De responsabilidade o pobre entende muito bem.


 
Free Host | lasik surgery new york