domingo, 30 de novembro de 2008

Uma Perspectiva Cristã Sobre a Homossexualidade - William Lane Craig


William L. Craig é doutor em Teologia pela Universidade de Munique e em Filosofia pela Universidade de Birmingham. Craig é o maior apologista Cristão de nossos tempos. Hábil debatedor, ele já enfrentou grandes pensadores céticos como Antony Flew, Bart Ehrman, John D. Crossan nos campi de Universidades como Harvard, Oxford e Princeton debatendo tópicos como a existência de Deus e a historicidade da ressurreição de Cristo. É autor dos livros A Veracidade da Fé Cristã e Filosofia e Cosmovisão Cristã. Neste artigo ele desenvolve uma perspectiva cristã sobre a delicada, e contemporânea, questão da homossexualidade.

Tradução: Vitor Grando
vitor.grnd@gmail.com
DespertaiBereanos.blogspot.com

Uma das questões mais importantes e voláteis que a Igreja enfrenta hoje é a questão da homossexualidade como um estilo de vida alternativo. A Igreja não pode se esquivar dessa questão. Eventos como o brutal assassinato de Matthew Shepherd, o estudante homossexual de Wyoming, ou os recentes escândalos envolvendo padres pedófilos, que abalaram a Igreja Católica, servem para trazer essa questão para o centro da cultura Americana

Cristãos que rejeitam a legitimidade do estilo de vida homossexual são geralmente taxados de homofóbicos, intolerantes e até odiosos. Há uma grande intimidação em relação a essa questão. Algumas igrejas inclusive têm aprovado o estilo de vida homossexual e aceitam aqueles que praticam a homossexualidade como ministros da igreja.

E não pense que isso só tem acontecido em igrejas liberais. Um grupo de evangélicos chamado Evangelicals Concerned é um grupo de pessoas que aparentam ser cristãos nascidos-de-novo, crentes na Bíblia, mas também homossexuais praticantes. Eles alegam que a Bíblia não proíbe a atividade homossexual ou que seus mandamentos não são válidos para hoje, mas são apenas reflexo da cultura na qual eles foram escritos. Essas pessoas podem ser ortodoxas em relação à Jesus e todas as outras áreas de ensino; mas eles pensam que é correto ser um homossexual praticante. Eu lembro de ouvir um acadêmico do Novo Testamento numa conferência profissional relatar a história de que uma vez foi falar em um de seus encontros. "As pessoas estavam seriamente preocupadas sobre o que você iria dizer," seu anfitrião disse depois do encontro. "Por quê?" ele perguntou surpreso. "Você sabe que eu não sou homofóbico!" "Ah, não, não era essa a preocupação", seu anfitrião afirmou. "Eles temiam que fosse você ser muito histórico-crítico!"

Então quem somos nós para dizer que esses aparentes cristãos sinceros estão errados?

Essa é uma pergunta muito importante. Quem somos nós para dizer que eles estão errados? Mas essa pergunta levanta uma pergunta ainda mais profunda, que deve ser respondida primeiro: o certo e o errado realmente existem? Antes de determinar o quê é certo ou errado, você tem que saber se realmente há um certo e errado.

Bem, qual é a base para dizer que o certo e o errado existem, que realmente há uma diferença entre os dois? Tradicionalmente, a resposta tem sido que os valores morais se baseiam em Deus. Deus é, pela Sua própria natureza, perfeitamente santo e bom. Ele é justo, paciente, misericordioso, generoso - tudo que é bom vem dele e é um reflexo de Seu caráter. Agora, a natureza perfeitamente boa de Deus se traduz em mandamentos para nós, que se tornam nossos deveres morais, por exemplo, "Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, entendimento e força", "Amarás o teu próximo como a ti mesmo", "Não matarás, furtarás, ou cometerás adultério". Essas coisas são certas ou erradas baseadas nos mandamentos de Deus, e os mandamentos de Deus não são arbitrários, mas fluem necessariamente de Sua natureza perfeita.

Esse é o entendimento Cristão de certo ou errado. Existe realmente um ser como Deus, que criou o mundo e nos criou à Sua imagem. E ele, realmente, nos ordenou certas coisas. Somos, realmente, obrigados a fazer certas coisas (e a não fazer outras). Moralidade não está apenas em sua mente. Ela é real. Quando falhamos em cumprir os mandamentos de Deus, nós estamos culpados perante Ele e necessitamos de Seu perdão. O problema não é só que nos sentimos culpados; nós realmente somos culpados, não importando como nos sentimos. Eu posso não me sentir culpado porque eu tenho uma consciência insensível, cauterizada pelo pecado; mas se eu tiver quebrado um mandamento de Deus, eu sou culpado, não importando como eu me sinta.

Então, por exemplo, se os Nazistas tivessem vencido a Segunda Guerra e alcançassem o objetivo de lavar a mente ou exterminar quem quer que discordasse deles, para que então todos pensassem que o Holocausto tivesse sido algo bom, ainda assim seria errado, porque Deus afirma que é errado, não importando a opinião humana. Moralidade é baseada em Deus, então o certo e o errado existem realmente e não são afetados pelas opiniões humanas.

Eu enfatizei esse ponto por ser tão estranho para muitas pessoas na nossa sociedade hoje. Hoje muitas pessoas pensam no certo e errado não como uma questão de fato, mas como uma questão de gosto. Por exemplo, não há nenhum fato objetivo em brócolis é gostoso. É gostoso para alguns, mas ruim para outros. Pode ser ruim para você, mas é bom para mim! As pessoas pensam o mesmo em relação aos valores morais. Algo pode ser errado para você, mas certo para mim. Não há nenhum certo e errado na verdade. É apenas uma questão de opinião.

Agora, se não há nenhum Deus, então eu penso que essas pessoas estão absolutamente corretas. Na ausência de Deus tudo se torna relativo. Certo e errado se tornam relativos de acordo com diferentes culturas e sociedades. Sem Deus quem dirá que os valores de uma cultura são melhores do que os de outra? Richard Taylor, que é um proeminente filósofo americano - e não é cristão -, esclarece isso enfaticamente. Observe atentamente o que ele diz:

A idéia de... obrigação moral é clara o bastante, estabelecida essa referência a algum legislador superior... mais do que à referência ao estado. Em outras palavras, nossas obrigações morais podem... ser entendidas como aquelas que são impostas por Deus... Mas e se esse legislador mais-alto-que-o-homem não for mais levado em consideração? O conceito de obrigação moral... ainda assim fará sentido?[1]

Ele diz que a resposta é "Não." Eu cito: "O conceito de obrigação moral não é inteligível à parte da idéia de Deus. As palavras permanecem, mas o sentido se foi" [2]

Ele continua e diz:

A era moderna, repudiando a idéia de legislador divino, todavia, tem tentado manter as idéias de moralmente certo e errado, sem se dar conta que ao colocar Deus de lado eles também aboliram o sentido do certo e errado. Assim, até pessoas instruídas algumas vezes declaram que certas coisas como guerra, ou aborto, ou a violação de certos direitos humanos são moralmente erradas, e pensam que disseram alguma coisa verdadeira e com sentido. As pessoas instruídas não precisam ser lembradas, entretanto, que tais questões nunca foram respondidas à parte da religião.[3]


Você percebe o que esse filósofo não-Cristão está dizendo? Se não há Deus, se não há legislador divino, então não há nenhuma lei moral. Se não há lei moral, então não há nenhum certo e errado. Certo e errado são simples convenções humanas e leis variam de sociedade em sociedade. Mesmo se todas concordarem, continuariam sendo invenções humanas.

Então se Deus não existe, certo e errado não existem também. Qualquer coisa é válida, incluindo a homossexualidade. Então, uma das melhores maneiras de defender a legitimidade do estilo de vida homossexual é se tornar ateu. Mas o problema é que muitos defensores da homossexualidade não querem se tornar ateus. Em particular, eles querem afirmar que o certo e o errado existem. Então você os ouve fazendo julgamentos morais a todo tempo, por exemplo: "É errado discriminar os homossexuais". E esses julgamentos morais não são para serem entendidos como relativos a uma cultura ou sociedade. Eles condenariam uma sociedade como a Alemanha Nazista que lançou os homossexuais em campos de concentração, junto com os judeus e outros indesejáveis. Quando o Colorado formulou uma emenda proibindo certos direitos especiais para os homossexuais, Barbara Streisand convocou um boicote ao estado dizendo, "O clima moral no Colorado se tornou inaceitável".


Mas vimos que esses tipos de julgamentos morais não têm sentido a menos que Deus exista. Se Deus não existe, tudo é válido, incluindo a discriminação e perseguição aos homossexuais. Mas não para por aí: homícidio, estupro, tortura, abuso infantil - nenhuma dessas coisas seriam erradas, pois sem Deus não existe certo e errado. Tudo é permitido.

Então se podemos fazer julgamentos morais sobre o que é certo ou errado, temos que afirmar que Deus existe. Mas, então, a mesma pergunta que nós começamos - "Quem é você para dizer que a homossexualidade é errada?" - pode ser devolvida aos ativistas homossexuais: "Quem é você para dizer que a homossexualidade é certa?" Se Deus existe, então não podemos ignorar o que Ele diz sobre o assunto. A resposta correta ao "Quem é você...?" é "Eu? Não sou ninguém! Deus determina o que é certo e errado, e eu só estou interessado em aprender e obedecer o que Ele diz."

Então deixe-me recapitular o que vimos até aqui. A questão da legitimidade do estilo de vida homossexual é uma pergunta sobre o que Deus tem a ver com isso. Se não há Deus, então não há certo e errado, e não faz diferença que estilo de vida você escolhe - o perseguidor dos homossexuais é moralmente equivalente ao defensor da homossexualidade. Mas se Deus existe, não podemos seguir nos baseando em nossas opiniões. Temos que descobrir o que Deus acha sobre o assunto.

Então como descobrir o que Deus pensa? O Cristão diz, veja na Bíblia. E a Bíblia nos diz que Deus abomina os atos homossexuais. Logo, eles estão errados.

Então, basicamente o raciocínio é o seguinte:

(1) Somos todos obrigados a fazer a vontade de Deus.

(2) A vontade de Deus é expressa na Bíblia.

(3) A Bíblia proíbe o comportamento homossexual.

(4) Logo, o comportamento homossexual é contrário à vontade de Deus, ou é errado.

Agora se alguém resistir a este raciocínio, ele deve negar ou (2) A Vontade de Deus é expressa na Bíblia ou (3) A Bíblia proíbe o comportamento homossexual.

Vamos ver o ponto (3) primeiro: A Bíblia, de fato, proíbe o comportamento homossexual? Agora, veja como eu coloco a questão. Eu não perguntei se a Bíblia proíbe a homossexualidade, mas sim se a Bíblia proíbe o comportamento homossexual? Essa é uma distinção importante. Ser homossexual é um estado ou uma orientação; uma pessoa que tem orientação homossexual pode jamais expressar essa orientação em ações. Por contraste, uma pessoa pode se envolver em atos homossexuais mesmo sendo de uma orientação heterossexual. O que a Bíblia condena são as ações e comportamento homossexual. A idéia de uma pessoa sendo homossexual por orientação é uma característica da psicologia moderna e pode ter sido desconhecida para as pessoas do mundo antigo. Eles estavam familiarizados com os atos homossexuais, e é isso que a Bíblia proíbe.

Isso tem implicações enormes. Significa que todo esse debate sobre a questão de se a homossexualidade é algo que já nasce com o individuo ou é resultado de como você foi criado, na verdade não importa no final. O que importa não é como você recebeu sua orientação, mas o que você faz com ela. Alguns defensores da homossexualidade anseiam em provar que seus genes, e não sua criação, que determinam se você é homossexual porque então o comportamento homossexual seria normal e correto. Mas essa conclusão não se segue de jeito algum. Só porque você é geneticamente pré-disposto a algum comportamento não significa que tal comportamento é moralmente correto. Para exemplificar, alguns pesquisadores suspeitam que haja um gene que predispõe algumas pessoas ao alcoolismo. Isso significa que é correto para as pessoas com tal pré-disposição ir em frente e beber e se tornar um alcoólico? Óbvio que não! Se serve para qualquer coisa, serve para alertá-lo que deve se abster do alcoól para prevenir que isso aconteça. Agora a verdade da questão é que nós não compreendemos completamente os papéis exercidos pela hereditariedade e a criação na produção da homossexualidade. Mas isso realmente não importa. Mesmo se a homossexualidade fosse completamente genética, esse fato ainda assim não seria nada distinto de um defeito de nascimento, como fissuras palatinas ou epilepsia. Não quer dizer que é normal e que não devamos tentar corrigir.

De qualquer forma, mesmo se a homossexualidade resultar da genética ou da criação, as pessoas geralmente não escolhem serem homossexuais. Muitos homossexuais testemunham o quão agonizante é se encontrar com esses desejos e lutar contra eles, e eles te dirão que nunca escolheram ser assim. E a Bíblia não condena uma pessoa por ter orientação homossexual. O que ela condena são os atos homossexuais. É perfeitamente possível ser homossexual e ainda assim ser um cristão cheio do Espírito e nascido de novo.

Assim como um alcoólico que está limpo se levanta num encontro dos AA e diz, "Eu sou alcoólico", assim também um homossexual que está vivendo sem a prática e se mantendo puro deve estar pronto para se levantar um encontro de oração e dizer, "Eu sou um homossexual. Mas pela graça de Deus e pelo poder do Espírito Santo, eu tenho vivido separado para Cristo". E eu espero que tenhamos a coragem e amor de recebê-lo como irmão ou irmã em Cristo.


Então, mais uma vez, a pergunta é: A Bíblia proíbe o comportamento homossexual? Bem, eu já disse que sim. A Bíblia é tão realista! Você pode esperar que ela não mencione um tópico como o comportamento homossexual, mas, de fato, existem seis lugares na Bíblia - três no Antigo Testamento e três no Novo Testamento - onde essa questão é abordada diretamente - para não mencionar todas as passagens que lidam com o casamento e a sexualidade que tem implicações para essa questão. Em todas as seis passagens os atos homossexuais são inequivocamente condenados.


Em Levítico 18.22 diz que é abominação um homem se deitar com outro homem como se fosse mulher. Em Levítico 20.13 a pena de morte é prescrita em Israel para tal ato, junto com adultério, incesto e bestialidade. Agora, algumas vezes os defensores da homossexualidade interpretam essas passagens à luz de outras proibições do Antigo Testamento contra o contato com animais impuros como porcos. Assim como os Cristãos não obedecem todas as leis cerimoniais do Antigo Testamento, assim também, eles dizem, não temos que obedecer as proibições em relação aos atos homossexuais. Mas o problema com esse argumento é que o Novo Testamento reafirma a validade das proibições do Antigo Testamento sobre o comportamento homossexual, como veremos abaixo. Isso mostra que essas passagens não eram somente parte das leis cerimoniais do Antigo Testamento, que já se passaram, mas sim parte da eterna lei moral de Deus. O comportamento homossexual é um pecado sério para Deus. O terceiro lugar onde os atos homossexuais são mencionados no Antigo Testamento é na terrível história de Gênesis 19 da tentativa de abuso aos visitantes de Ló pelos homens de Sodoma, de onde se deriva a palavra sodomia. Deus destruiu Sodoma por causa da perversidade deles.

Agora, se isso não é o bastante, o Novo Testamento também proíbe o comportamento homossexual. Em 1 Coríntios 6.9-10 Paulo escreve, "Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os idolatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus." A palavra traduzida como "sodomita" se refere, na literatura Grega, ao intercurso sexual passivo ou ativo entre homens. (Como eu disse, a Bíblia é muito realista!). Essa palavra também é citada em 1 Timóteo 1.10 junto com fornicadores, ladrões, mentirosos e assassinos como "contrário à sã doutrina". O mais longo tratamento da atividade homossexual está em Romanos 1.24-28. Aqui Paulo fala sobre como as pessoas se desviaram do Deus Criador e passaram a adorar falsos deuses criados por si mesmos.

Ele diz,

Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém.


Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro.


Acadêmicos liberais tem feito acrobacias para tentar dar outra explicação que não o sentido claro expresso nesses versículos. Alguns disseram que Paulo só está condenando a prática pagã do abuso de menores pelos homens. Mas tal interpretação é obviamente errada, visto que Paulo diz nos versos 24 e 27 que esses atos homossexuais são cometidos "homens com homens" e no verso 26 ele fala de atos de lesbianismo também. Outros acadêmicos têm dito que Paulo só está condenando os heterossexuais que se envolvem em atos homossexuais, mas não os homossexuais que o fazem. Mas essa interpretação é inventada e anacrônica. Já dissemos que foi apenas nos tempos modernos que a idéia de homossexual com orientação heterossexual se desenvolveu. O que Paulo está condenando são os atos homossexuais, não importando a orientação. Dado o contexto dessa passagem do Antigo Testamento e do que diz Paulo em 1 Coríntios 6.9-10 e 1 Timóteo 1.10, é claro que Paulo está proibindo tais atos. Ele vê esse comportamento como evidência de uma mente corrompida que se afastou de Deus e foi entregue por Ele à degeneração moral.

Então a Bíblia é muito clara no que diz respeito ao comportamento homossexual. É contrário ao plano de Deus e é pecado. Mesmo se não existissem todas essas passagens explicitas que lidam com os atos homossexuais, tais atos ainda seriam proibidos sob o mandamento "Não adulterarás". O plano de Deus para a atividade sexual humana é reservado para o casamento: qualquer atividade sexual fora da segurança dos laços matrimoniais - seja sexo pré-matrimonial ou extraconjugal, homo ou heterossexual - é proibida. O sexo foi desenhado por Deus para o casamento.


Alguém pode dizer que Deus fez o sexo para o casamento, então vamos permitir que os homossexuais se casem para que não estejam cometendo adultério! Mas essa sugestão é uma interpretação completamente errada da intenção de Deus para o casamento. Na história da criação em Gênesis, nos é dito como Deus fez a mulher como uma auxiliadora ideal ao homem, o complemento perfeito dado por Deus. Então é dito, "Por essa razão, deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se ambos uma só carne". Esse é o padrão de Deus para o casamento, e no Novo Testamento Paulo cita essa passagem e então diz, "Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja" (Ef. 5.32). Paulo diz que a união entre o homem e sua mulher é um símbolo vivo da unidade entre Cristo e seu povo, a Igreja. Quando pensamos nisso, podemos ver que terrível sacrilégio, que desprezo pelo plano de Deus, é a união homossexual. Isso ataca a intenção de Deus para a humanidade no momento da criação.

O que foi dito acima também demonstra o quão bobo é quando algum defensor da homossexualidade diz, "Jesus nunca condenou o comportamento homossexual, então por que deveríamos condenar?" Jesus não mencionou especificamente muitas coisas que sabemos que são erradas, tais como bestialidade ou tortura, mas isso não significa que ele as aprovou. O que Jesus faz é citar Gênesis para afirmar o padrão de Deus para o casamento como base de seu próprio ensinamento sobre o divórcio. Em Marcos 10.6-8, Ele diz, "Porém, desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea. Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á a sua mulher, e serão os dois uma só carne; e assim já não serão dois, mas uma só carne." Dois homens se tornando uma só carne no intercurso homossexual seria uma violação da ordem e intenção de Deus. Ele criou homem e mulher para seria indissoluvelmente unidos no casamento, não dois homens ou duas mulheres.

Para recapitular, então, a Bíblia clara e consistentemente proíbe a atividade homossexual. Então se a vontade de Deus é expressa na Bíblia, daí se segue que o comportamento homossexual é contrário à vontade de Deus.

Mas suponha que alguém negue o ponto (2) que a vontade de Deus é expressa na Bíblia. Suponha que ele diga que as proibições contra o comportamento homossexual eram válidas para aquele tempo e aquela cultura, mas não são mais válidas hoje. Afinal, a maioria de nós provavelmente concordaria que certos mandamentos na Bíblia são relativos à cultura. Por exemplo, a Bíblia diz que as mulheres cristãs não deveriam usar jóias e os homens não deveriam ter cabelos compridos. Mas a maioria de nós diria que apesar desses mandamentos terem uma essência atemporal - por exemplo, a regra de se vestir modestamente - esse príncipio pode ser expresso diferentemente em diferentes culturas. Da mesma forma, algumas pessoas estão dizendo que as proibições da Bíblia contra o comportamento homossexual não são mais válidas para nossos dias e Era.

Mas eu penso que essa objeção representa um sério erro de interpretação. Não há evidência de que o mandamento de Paulo em relação aos atos homossexuais sejam culturalmente relativos. Longe de ser um reflexo da cultura no qual ele escreveu, os mandamentos de Paulo eram totalmente contra-culturais! A atividade homossexual era difundida na Grécia antiga e na sociedade Romana como é hoje nos Estados Unidos, e ainda assim Paulo se posicionou contra a cultura e se opôs a ela. Mais importante, temos visto que as proibições da Bíblia contra a atividade homossexual estão enraizadas, não na cultura, mas no padrão estabelecido por Deus para o casamento logo na criação. Você não pode negar que a proibição da Bíblia sobre as relações homossexuais expressam a vontade de Deus a menos que rejeite também que o próprio casamento represente a vontade de Deus.

Bem, suponha que alguém diga, "Eu acredito em Deus, mas não no Deus da Bíblia. Por isso eu não acredito que a Bíblia expressa a vontade de Deus." O que você diria a essa pessoa?


Parece-me que existem duas formas de responder. Primeiro, você poderia tentar mostrar para ela que Deus se revelou na Bíblia. Essa é a tarefa da apologética cristã. Você pode falar sobre as evidências para a ressurreição de Jesus ou profecias cumpridas. As Escrituras nos ordenam a ter tal defesa pronta para compartilhar com qualquer um que nos perguntar por que acreditamos no que acreditamos (1Pe 3.15).

Ou segundo, você pode tentar mostrar que o comportamento homossexual é errado apelando para verdades morais aceitas pela maioria que mesmo pessoas que não crêem na Bíblia aceitam. Enquanto essa abordagem é mais difícil, todavia, eu acredito ser crucial se nós Cristãos quisermos impactar nossa cultura contemporânea. Vivemos em uma sociedade que é cada vez mais secular, cada vez mais pós-Cristã. Não podemos apenas apelar para a Bíblia se quisermos influenciar os legisladores ou as escolas públicas ou outras instituições já que a maioria das pessoas não acredita mais na Bíblia. Devemos apresentar razões que tenham um apelo maior.

Por exemplo, eu acho que muitas pessoas concordariam com o principio de que é errado se envolver em comportamento auto-destrutivo. Pois tal comportamento destrói o ser humano que é inerentemente valioso. Assim, muitas pessoas, eu acho, diriam que é errado se tornar alcoólico ou fumante viciado. Elas diriam que é bom comer bem e se exercitar. Além do mais, eu acho que quase todo mundo concordaria com o príncipio de que é errado se envolver em comportamento que prejudique uma outra pessoa. Por exemplo, nós restringimos os fumantes a certas áreas para que outras pessoas não inalem fumaça passivamente, e formulamos leis contra a embriaguês na direção para que pessoas inocentes não se machuquem. Quase todo mundo concorda que você não tem direito de se envolver em comportamento que seja destrutivo a outro ser humano.

Mas não é difícil demonstrar que o comportamento homossexual é um dos comportamentos mais auto-destrutivos e prejudiciais que uma pessoa pode se envolver. O fato não é publicamente divulgado. Hollywood e a mídia inflexivelmente tendem a colocar um ar de alegria sobre a homossexualidade, enquanto na verdade é um estilo de vida depressivo, perturbador e perigoso, tão viciante e destrutivo quando o alcoolismo ou o fumo. Mas as estatísticas que eu vou compartilhar com você estão bem documentadas pelo Dr. Thomas Schmidt no seu memorável livro Straight and Narrow?[4]

Para começar, existe uma quase compulsiva promiscuidade associada com o comportamento homossexual. 75% dos homens homossexuais têm mais de 100 parceiros durante toda a vida. Mais da metade desses parceiros são estranhos. Apenas 8% dos homens homossexuais e 7% das mulheres homossexuais têm relacionamentos que duram mais de três anos. Ninguém sabe a razão dessa promiscuidade estranha e obsessiva. Pode ser que os homossexuais estão tentando satisfazer uma profunda necessidade psicológica através das relações sexuais, necessidade que nunca é satisfeita. Homens homossexuais têm em média 20 parceiros por ano. De acordo com o Dr. Schmidt,

"O número de homens homossexuais que experimenta algo como fidelidade vitalícia se torna, falando estatisticamente, quase sem sentido. A promiscuidade entre homens homossexuais não é um simples estereótipo, e não é simplesmente a experiência maioritária - é praticamente a única experiência. Fidelidade vitalícia é quase não-existente na experiência homossexual."

Aliada à promiscuidade compulsiva o uso de drogas é difundido entre os homossexuais para aprofundar suas experiências sexuais. Os homossexuais de um modo geral são três vezes mais propensos a terem problemas com bebidas do que a população média. Estudos revelam que 47% dos homens homossexuais têm um histórico de abuso de alcoól e 51% têm um histórico de abuso de drogas. Há uma correlação direta entre o número de parceiros e o nível de drogas consumidas.

Além do mais, de acordo com Schmidt, "Existem enormes evidências de que algumas desordens mentais ocorrem com muito mais frequência entre homossexuais." Por exemplo, 40% dos homens homossexuais tem um histórico de depressão profunda. Os homens de um modo geral apresentam um histórico de depressão de apenas 3%. De forma similar, 37% das mulheres homossexuais têm um histórico de depressão. Isso leva a um alto índice de suícidio. Os homossexuais são três vezes mais propensos a tentativas de suícidio do que a população média. De fato, homens homossexuais tem um índice de tentativa de suícidio seis vezes maior do que dos homens heterossexuais, e as mulheres homossexuais tentam se suicidar duas vezes mais do que mulheres heterossexuais. Nem a depressão nem o suícidio são os únicos problemas. Os estudos revelam que os homossexuais são mais propensos à prática de pedofilia do que os homens heterossexuais. Qualquer que seja a causa dessas desordens, o fato é que qualquer um que considere a possibilidade de se envolver num estilo de vida homossexual não pode se iludir sobre onde ele está entrando.

Outro segredo bem guardado é quão fisicamente perigoso o comportamento homossexual é. Não vou descrever o tipo de atividade sexual praticada pelos homossexuais, mas deixe-me dizer que nossos corpos, macho e fêmea, foram desenhados para o intercurso sexual de uma forma que os corpos de dois homens não foram. Como resultado, a atividade homossexual, 80% é de homens, é muito destrutiva, resultando em problemas como danos à prostáta, úlceras e rupturas, incontinência crônica e diarréia.

Além desses problemas físicos, as doenças sexualmente transmissiveís são muito disseminadas entre a população homossexual. 75% dos homens homossexuais têm uma ou mais doenças sexualmente transmissíveis, não incluindo a AIDS. Isso inclui todo o tipo de infecções não-virais como gonorréia, sífilis, infecções bacterianas e parasitas. Também é comum entre os homossexuais doenças virais como herpes e hepatite B (que afeta 65% dos homens homossexuais), ambas sendo incuráveis, bem como a hepatite A e verrugas anais, que afetam 40% dos homens homossexuais. E eu sequer incluí a AIDS. Talvez a mais chocante e terrível estatística é que, deixando de lado aqueles que morrem devido a AIDS, a expectativa de vida do homem homossexual é de 45 anos aproximadamente. E a do homem comum é de 70 anos.Se você incluir aqueles quem morrem de AIDS, que agora afeta 30% dos homens homossexuais, a expectativa de vida cai para 39 anos de idade.


Então eu acredito que se pode fazer uma boa defesa de que o comportamento homossexual é errado apenas baseando-se em príncipios morais aceitos geralmente. Assim, totalmente à parte da proibição Bíblica, existem boas razões para considerar a atividade homossexual como errada.

Isso tem importantes implicações para a política pública em relação ao comportamento homossexual. Pois políticas e leis públicas são baseadas em príncipios morais aceitos por todos. É por causa disso, por exemplo, que temos leis que regulam a venda de bebidas alcoólicas de várias formas ou leis proibindo o jogo ou restringindo o fumo. Essas restrições sobre a liberdade individual são impostas para o bem comum. Da mesma forma, alguns estados, como nosso estado da Geórgia, têm leis proibindo a sodomia, e a Suprema Corte afirmou que tais leis são constitucionais. Embora essas leis não sejam obrigatórias, elas são legais à luz do risco apresentado por tal comportamento.


Agora em outros casos, leis obrigatóricas em relação à homossexualidade podem ser propostas, e os Cristãos tem que pensar bem sobre isso em relação aos individuos. Por exemplo, um Cristão pode não ver nenhuma razão para que não seja dada oportunidade igual de compra e aluguel de imóveis para pessoas que são homossexuais. Mas eu posso imaginar que um Cristão pode apresentar um projeto de lei contra as oportunidades de trabalho iguais para homossexuais. Pois alguns empregos podem ser inapropriados para tais pessoas. Por exemplo, você gostaria que uma lésbica praticante fosse a professora de educação física da sua filha na escola? Você gostaria de que o técnico do seu filho fosse um homossexual que entrasse no vestiário junto com os garotos? Eu não apoiaria uma lei que forçasse as escolas públicas a contratar essas pessoas.

Ou novamante, as aulas de saúde das escolas públicas deveriam ensinar que a homossexualidade é um estilo de vida legítimo, ou será que os estudantes deveriam ler Heather has Two Mommies (Heather tem duas mamães)? As uniões homossexuais devem ser reconhecidas como sendo tão legais quanto os casamentos homossexuais? Deveria se permitir que os homossexuais adotassem crianças? Em todos esses casos, se pode argumentar a favor de restrições às liberdades homossexuais se baseando no bem público e na saúde pública geral. Não é uma questão de impor os valores pessoais de alguém sobre outro alguém, visto que isso se baseia nos mesmos príncipios morais que são usados, por exemplo, para banir o uso de drogas ou restringir o uso de armas. A liberdade não significa licença para se envolver em ações que possam prejudicar os outros.

Recapitulando, vimos que, primeiro, o certo e errado existem porque se baseiam em Deus. Então se quisermos saber o que é certo ou errado, devemos ver o que Deus diz sobre isso. Segundo, vimos que a Bíblia consistentemente e claramente proíbe os atos homossexuais, assim como proíbe todo o ato sexual fora do matrimônio. Terceiro, vimos que as proibições Bíblicas em relação a tais comportamentos não podem ser explicadas à luz do contexto cultural nas quais fram escritas porque tais proibições estão pautadas no plano divino para o casamento homem-mulher. Além do mais, mesmo à parte da Bíblia, existem príncipios morais geralmente aceitos que implicam que o comportamento homossexual é errado.

Agora, que aplicações práticas isso tem para todos nós como individuos?

Primeiro, se você é um homossexual ou tenha essa inclinação, se mantenha puro. Se você não é casado, deve praticar abstinência de toda atividade sexual. Eu sei que isso é difícil, mas o que Deus está pedindo que você faça é simplesmente o mesmo que ele requer de todas as pessoas solteiras. Isso significa não só manter seu corpo puro, mas especialmente sua mente. Assim como o homem heterossexual deve evitar a pornografia e a imaginação, você, também, precisa manter sua vida e pensamento limpos. Resista à tentação de racionalizar o pecado dizendo, "Deus me fez assim." Deus deixou muito claro que ele não quer que você ceda aos seus pecados, mas sim que você O honre mantendo o corpo e a mente puros. Finalmente, procure aconselhamento profissional Cristão. Com tempo e esforço, você pode vir a usufruir de relações normais e heterossexuais com sua esposa. Há esperança.

Segundo, para aqueles que são heterossexuais, precisamos nos lembrar que ser homossexual não é nenhum pecado. A maioria dos homossexuais não escolheu tal orientação e gostaria de mudar se pudesse. Precisamos aceitar e apoiar carinhosamente irmãos e irmãs que lutam com esse problema. E, em geral, precisamos estender o amor de Deus a essas pessoas. Palavras vulgares e piadas sobre homossexuais jamais devem passar pelos lábios de um Cristão. Se você se encontrar tendo prazer quando alguma aflição cai sobre um homossexual ou se tem sentimentos de ódio aos homossexuais, então você precisa refletir bastante e com afinco nas palavras de Jesus relatadas em Mateus: "Em verdade vos digo que, no dia do juízo, haverá menos rigor para Sodoma e Gomorra do que para você." (Mt. 10.15; 11.42).


Notas

1 Richard Taylor, Ethics, Faith, and Reason (Englewood Cliffs, N.J.: Prentice-Hall, 1985), pp. 83-4.

2 Ibid.

3 Ibid., pp. 2-3.

4 Thomas Schmidt, Straight and Narrow? (Downer’s Gove, Ill.: Inter-Varsity Press, 1995).

Sorteio do Livro "Questões Últimas da Vida"


Graças à contribuição do nosso leitor Osmar Neves temos mais um excelente livro - dessa vez em português! - para sortear entre nossos leitores! Depois do sucesso do sorteio do livro God, Freedom & Evil do Alvin Plantinga, agora, junto com o blog Apologia, sortearemos "Questões Últimas da Vida" do grande filósofo e apologista cristão Ronald Nash. Essa é a nossa maneira de promover ainda mais a cosmovisão cristã. Certamente é uma excelente introdução à filosofia que será muito útil aos futuros filósofos e apologistas cristãos. Seguem as informações do livro:

Uma introdução à filosofia


Questões Últimas da Vida é uma obra exclusiva entre todas as introduções à Filosofia. Ela proporciona aos estudiosos uma perspectiva de fôlego e profundidade antes não disponíveis em obra dessa natureza.


“Por muitos anos, tive dificuldade para encontrar um livro-texto satisfatório para meus cursos de Introdução à Filosofia. Todos os livros que examinei e muitos dos que usei pareciam ter sido escritos não para estudantes, mas para um grupo relativamente pequeno de filósofos. Agora que está completo, este é o tipo de texto que gostaria de ter tido às mãos quando comecei a ensinar.


Este livro apresenta uma síntese de três abordagens diferentes: a primeira seção (Capítulo 1) lida com problemas e questões filosóficas importantes; a segunda (parte 1) trata de seis sistemas principais na história da filosofia, e a terceira (parte 2) relaciona o conteúdo tratado nas duas primeiras ao pensamento de cosmovisão. A diferença entre este e outros textos para iniciantes é a ênfase dada à noção de cosmovisão.”


Ronald Nash, do Prefácio

Parte 1, Seis Sistemas Conceituais, explora as seguintes filosofias:

- Naturalismo
- Platão
- Aristóteles
- Plotino
- Agostinho
- Tomás de Aquino

Parte 2, Questões Filosóficas Importantes, lança luz sobre:

- A Lei da Não-Contradição
- Mundos Possíveis
- Epistemologia I: O que aconteceu com a verdade?
- Epistemologia II: Dois sistemas Epistemológicos
- Epistemologia III: Epistemologia Reformada
- Deus I: A Existência de Deus
- Deus II: A Natureza de Deus
- Metafísica: Algumas Questões Sobre Indeterminismo
- Ética I
- Ética II
- Natureza Humana: O Problema Mente-Corpo e Sobrevivência Após a Morte

Ronald Nash, grande filósofo e apologeta, faleceu a 10 de março de 2008. Foi por longo tempo professor na Western Kentucky University, no Reformed Theological Seminary e, até 2005, no Southern Baptist Theological Seminary. Nash foi herdeiro da tradição teológica de Carl F. H. Henry e um admirador e estudioso de Agostinho, seu pensador favorito.

SORTEIO JÁ REALIZADO!



 
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