quarta-feira, 29 de agosto de 2007

2000!

Há pouco menos de 2 meses atrás comemoravamos a marca de 1000 acessos ao blog.
Hoje, dia 28/08/2007. Alcançamos a marca de 2000 acessos!
Obrigado a todos os leitores! E continuem acessando!

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Eu li...

...E gostei!
Desventuras da Vida Cristã - Philip Yancey & Tim Stafford

Como de costume em toda obra do Philip Yancey, Desventuras da Vida Cristã é um livro fantástico. Escrito junto com o também brilhante Tim Stafford, o livro, que é um dos primeiros da carreira do Yancey trata de questões em que todos nós enfrentamos cedo ou tarde na nossa vida cristã e muitas vezes não temos com quem nos abrir. Naturalismo, o problema das orações não respondidas, legalismo, hipocrisia, egoismo. É o tipo de livro que todo crente deveria ler, é balsamo para nossas almas. É de leitura rápida, simples e agradável. Acessa o site do Submarino.com.br para ler um trecho.

Sinopse do Submarino.com.br:

Muita gente alimenta a idéia equivocada que a igreja Evangélica cultiva uma espécie de alienação quase ingênua por lhe faltar autocrítica desde sempre. Quem pensa desse modo certamente desconhece a trajetória do escritor e jornalista Philip Yancey. Desde o inicio de sua carreira editorial, na década de 1970, o autor de Decepcionado com Deus e Alma Sobrevivente coloca seu brilhantismo a serviço da análise do cristianismo institucional e suas mazelas.

Com a anuência dos editores internacionais e do próprio autor, Desventuras da Vida Cristã foi atualizado e contextualizado para a realidade brasileira. Trata-se de um livro atual em sua essência , à medida que aborda com extrema sensibilidade e lucidez as surpresas desagradáveis da vida cristã - experiências que não poupam mesmo o evangélico mais consagrado. É também um registro das primeiras investidas literárias de yancey, hoje reconhecido como um dos grandes pensadores da Igreja contemporânea.





sábado, 25 de agosto de 2007

Milagres: Por que eles não acontecem mais? Parte 2

John Wesley sendo salvo de um prédio em chamas aos 6 anos.
Um exemplo de provisão


Segunda parte do texto Milagres: Por que eles não acontecem mais?

Uma das maiores, senão a maior, das pedras de tropeço do Cristianismo são, sem dúvidas, os extraordinários milagres bíblicos. Surdos ouvem e cegos vêem, paralíticos andam e águas se dividem. Todas essas coisas contribuem para tornar a Bíblia ainda mais incrível, no sentido literal da palavra. Tudo isso não seria tão incrível se tais milagres se repetissem hoje, mas na verdade, apesar da super-ênfase evangélica nos milagres, nós não vemos cegos verem, surdos ouvirem, paralíticos andarem e nenhum dos milagres descritos na Bíblia, nem sequer similar. Qualquer um que vive no meio evangélico está acostumado a ouvir falar de milagres – fulano ressuscitou! – mas na maioria das vezes (para não dizer todas as vezes) ninguém presencia tais milagres, mas todos ouviram falar e acreditam piamente nos relatos ouvidos. Os únicos “milagres” presenciados são facilmente explicados por meios naturais, ou como provisão de Deus. Citando Norman Geisler¹: “Provisão é um fato provocado indiretamente por Deus, não diretamente. Ou seja, Deus usa as leis naturais para realizá-los. Uma oração respondida e acontecimentos improváveis, mas benéficos podem ser exemplo disso. Eles podem ser bastante notáveis e motivar a fé, mas não são sobrenaturais. O nevoeiro sobre a Normandia, por exemplo, foi providencial porque ajudou a dissimular o ataque aliado contra o maligno regime nazista. Não foi um milagre – porque ele poderia ser explicado pelas leis naturais -, mas é possível que Deus estivesse por trás dele.”

Os evangélicos querem que os milagres Bíblicos se reproduzam hoje e frequentemente, pois crêem que a Bíblia é repleta de milagres e operações divinas de Gênesis a Apocalipse, o que faz com que muitos deixem de acreditar na Bíblia, e ainda mais na mensagem evangélica. Mas, será que essa visão é tão bíblica assim? Por mais incrível que pareça não é nem um pouco! É verdade que a Bíblia narra milagres fantásticos, mas algumas coisas devem ser levadas em consideração ao considerarmos os milagres bíblicos. Primeiro que nem sempre a vida dos povos bíblicos foi um mar de rosas, aliás, raramente foi. Os milagres bíblicos se concentram em apenas três épocas – Moisés, Elias e Eliseu, Jesus e os Apóstolos – pois foram momentos onde Deus estava trazendo uma nova revelação que precisava ser confirmada de forma miraculosa. Hoje, como já falei no primeiro texto sobre milagres, não há necessidade de novas revelações, já temos a revelação completa (Bíblia), portanto não há a necessidade de milagres. Visto que, Deus jamais faz milagres para o conforto do seu povo, ou para aparecer. O que aconteceu fora dessas épocas? Praticamente nada! Segundo cálculos, a criação do Homem teria se dado no ano 4.174 a.C. Portanto a Bíblia narra mais de 4.000 anos de história! E quantos milagres? Em 250 ocasiões² aproximadamente, pois é, 250 ocasiões em mais de 4.000 anos de histórica, uma vez a cada 16 anos, é muito? Acredito que não. Vemos muito mais épocas, na Bíblia, onde Deus permanecia escondido do que presente. Basta ler os clamores dos salmistas (Sl 10.1, 22.24, 88.14), de Jó (Jó 13.24), dos profetas (Is 64.7). Basta lembrar da escravidão do povo no Egito (400 longos anos!), ou do período interbíblico, que se deu entre o Antigo e o Novo Testamento (Mais 400 longos anos!). 1Samuel 3.1 ainda diz, muito claramente, que na época de Samuel a palavra de Deus era rara e as visões não eram freqüentes, tanto é que só na quarta vez que Samuel ouviu a voz de Deus foi que ele se apercebeu de que era o Senhor falando com ele.

Criamos essa impressão de que a Bíblia é um livro repleto de milagres, pois são neles que os autores da Bíblia focam, e não nos 400 anos de escravidão ou nos 400 de silêncio, pois nesses e em outros períodos nada acontece. Isso revela que quando oramos na Igreja pedindo que se repita os milagres de Atos, estamos pedindo algo que é difícil e muito pouco freqüente. Algo que dificilmente se repetirá, talvez nem nos finais dos tempos. Se os milagres só ocorreram durante a vida de homens como Moisés, Elias, os Apóstolos e o próprio Jesus é muita pretensão achar que eles se repetirão no estado caótico que a Igreja se encontra atualmente. Leia a Bíblia, especialmente Salmos, Jó e os profetas, com uma nova mentalidade, e verás que em boa parte desses livros a pergunta é a mesma – Deus, porque se escondes? – Philip Yancey diz que todas das maiores questões que os céticos impõe em relação à fé cristã estão expostas na própria Bíblia, pelo menos a questão sobre a ausência de Deus é mais presente na Bíblia do que em qualquer outro livro anticristão. Eu creio que milagres acontecem hoje sim. Mas, milagres são milagres, não são coisas corriqueiras. Essa sim, é a visão Bíblica de Gênesis a Apocalipse.

Vitor Pereira 12/06/2007

¹Não Tenho Fé Suficiente Para Ser Ateu. p.219
²Muitas vezes em uma mesma ocasião mais de um milagre ocorria.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

A coisa tá preta...

Apagão da moralidade na Alemanha
No Brasil, não é muito diferente: o Governo incentiva
o sexo oral a crianças de onze anos e proíbe o ensino familiar.
(Pr. Airton Costa)

Publicações do governo alemão promovem pedofilia e incesto como se fossem educação sexual saudável


Micheal O’Brien, que escreve sobre a crise cultural do Ocidente, diz que esta “intervenção do Estado alemão na vida familiar é um novo nível de autodestruição”

John-Henry Westen



BERLIM, Alemanha (LifeSiteNews.com) — Livretos de uma subsidiária do Ministério de Assuntos da Família do governo alemão incentivam os pais a massagear sexualmente seus filhos de 1 a 3 anos de idade. Dois livretos de 40 páginas intitulados “Amor, corpo e brincando de médico” do Centro de Educação de Saúde do governo federal alemão (Bundeszentrale für gesundheitliche Aufklärung - BZgA) têm como alvo os pais — o primeiro lidando com crianças de 1 a 3 anos e o outro com crianças de 4 a 6 anos de idade.


“Os pais (homens) não dedicam atenção suficiente ao clitóris e vagina de suas filhas. Raramente eles fazem carinho nessas regiões, embora seja o único jeito de as meninas desenvolverem um sentimento de orgulho de seu sexo”, declara o livreto para crianças de 1 a 3 anos. Os autores desculpam: “A criança toca todas as partes do corpo de seu pai, às vezes provocando excitação nele. O pai também deve fazer a mesma coisa com a criança”.


O autor e palestrante público canadense Michael O’Brien, que já escreveu muito sobre a crise cultural no Ocidente, falou com LifeSiteNews.com sobre esse fenômeno chocante e extremamente preocupante. Isso, disse ele, é “incesto incentivado pelo Estado, o que na maioria das sociedades é crime”. Essa progressão, indica ele, é resultado natural da rejeição da ordem moral judaico-cristã.


“A revolução social imposta que vem varrendo o mundo ocidental está caminhando para uma nova fase, enquanto executa as conseqüências lógicas de sua perspectiva acerca do valor do homem”, disse O’Brien. “Está meramente obedecendo à sua filosofia estritamente materialista acerca do homem. Se o homem não é mais do que uma criatura criada para o prazer ou poder e se ele não é mais do que uma célula no organismo social, então nenhum padrão moral, nenhuma verdade psicológica e nenhuma verdade espiritual conseguirão refutar a ‘vontade do poder’ e a ‘vontade do prazer’”.


O livreto aconselha os pais a permitir que as crianças novas “se masturbem o quanto quiserem”, a não ser que danos físicos se tornem evidentes. Dá o seguinte conselho: “As crianças precisam aprender que não existe tal coisa como partes vergonhosas do corpo. O corpo é um lar, do qual você tem de sentir orgulho”. Para crianças de idades entre 4 e 6, o livreto recomenda que as crianças sejam ensinadas sobre os movimentos da cópula.

Outro produto da BZgA é um livro de músicas para crianças de 4 anos que inclui várias músicas defendendo a masturbação. O livro de músicas com o título de “Nariz, barriga e bumbum” inclui uma música com a seguinte letra: “Quando toco meu corpo, descubro o que tenho. Tenho uma vagina, porque sou menina. A vagina não é só para fazer xixi. Quando eu a toco, tenho uma sensação agradável”.


“A posição mais sábia da maioria das civilizações reconhecia que as crianças precisam de um período de inocência”, comentou O’Brien. “Agora o Estado, o Estado alemão, está incentivando a destruição da inocência”, acrescentou ele. “Isso tudo está de acordo com a filosofia materialista que vê todas as normas morais e todas as verdades acerca da natureza humana como repressivas. O prazer e seu conceito distorcido de liberdade são seus únicos princípios de direção”.


De acordo com o jornal polonês Rzeczpospolita, o livreto da BZgA é leitura obrigatória em nove regiões da Alemanha. É usado para treinar professores de creches, escolinhas e escolas do ensino fundamental. Ironicamente, esse mesmo livreto é recomendado por muitas organizações que oficialmente lutam contra a pedofilia, tais como a Kunderschutzbund. Anualmente, BZgA distribui milhões de exemplares desse livreto.


“Uma sociedade tal como a sociedade alemã que já está em profundo declínio — aliás, profunda degeneração moral — ganhará apenas a herança de um furacão de violência e mais níveis de degradação de seu próprio povo”, alertou O’Brien.


“Aconteceu antes na Alemanha. Aconteceu em outras nações. Diferentes causas, mas a mesma dinâmica, a rejeição da ordem moral do universo criado resulta no mal radical. A intervenção do Estado alemão na vida familiar é um novo nível de autodestruição”, disse O’Brien.

Rzeczpospolita noticia que BZgA afirmou que antes de distribuir o manual a organização consultou pais, educadores e psicólogos infantis — 93% dos quais deram uma avaliação positiva.


Até mesmo para uma nação ocidental, os outdoors e anúncios de TV da Alemanha chegam ao máximo do limite da pornografia pública. No ano passado, LifeSiteNews.com noticiou que uma revista bem popular entre adolescentes na Alemanha publica fotos de adolescentes nus em posições sexuais que seriam consideradas pornografia infantil ilegal na vasta maioria dos países.


Considerando que a nova “moralidade” da elite secular governante é a imoralidade e que a educação escolar em casa é proibida, os pais na Alemanha ficam imaginando o que ainda falta descobrir na educação pública.

“As crianças que não foram ‘liberadas’ pelos pais receberão aulas especiais em suas escolas onde passarão a aprender essas práticas?” perguntou O’Brien retoricamente. “Se o Estado intervém desse jeito, o que o impedirá de intervir nas outras áreas?”


O’Brien concluiu seu comentário citando G.K. Chesterton: “Quando os homens deixam de crer em Deus, depois disso eles não crêem em nada, então se tornam capazes de crer em qualquer coisa”.


Traduzido e adaptado por Julio Severo: www.juliosevero.com.br; www.juliosevero.com

Fonte: http://www.lifesite.net/ldn/2007/jul/07073008.html

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Por que é que a verdade gera tanto ódio?

"Por que é que a verdade gera tanto ódio (Jo 12,35)? Por que é que os homens têm como inimigo aquele que prega a verdade, se amam a vida feliz, que não é mais que alegria vinda da verdade? Talvez por amarem de tal modo a verdade que todos os que amam outra coisa querem que o que amam seja a verdade. Como não querem ser enganados, não se querem convencer de que estão em erro. Assim, odeiam a verdade, por causa daquilo que amam em vez da verdade. Amam-na quando os ilumina, e odeiam-na quando os repreende (Jo 5,35;3,20). Não querendo ser enganados e desejando enganar, aman-na quando ela se manifesta e odeiam-na quando os descobre. Porém a verdade castigá-los-á, denunciando todos os que não quiserem ser manifestados por ela. Mas nem por isso ela se lhes há de mostrar.
É assim, é assim também a alama humana: cega, lânguida, torpe e indecente, procura ocultar-se e não quer que nada lhe seja oculto. Em castigo, não se pode ocultar à verdade, mas oculta-se-lhe. Apesar de ser tão infeliz, antes quer encontrar a alegria nas coisas verdadeiras do que nas falsas será feliz quando, liberta de todas as moléstias, se alegrar somente na Verdade, origem de tudo o que é verdadeiro"

Sto.Agostinho. Confissões. Livro X Cap. 23. Vers.34

terça-feira, 14 de agosto de 2007

A sedução da ortodoxia

A primeira e mais persistente imperfeição a tentar roubar o brilho da originalidade de Jesus como apresentado nos evangelhos foi o gnosticismo. Decalcado sem sutileza da visão de mundo das religiões de mistério, o gnosticismo crê, essencialmente, que a salvação está condicionada ao acesso a um conhecimento secreto – a gnose – através do qual o iniciado nos mistérios da religião pode conectar-se à divindade e beneficiar-se dela.

Alguns crêem que o Apóstolo escreveu a maior parte de suas cartas para combater o alastramento da mancha gnóstica no seio virgem da igreja primitiva; outros juram de pé junto que Paulo não estava ele mesmo imune à sua influência, e que muitas de suas passagens e argumentos promovem ou pressupõem a visão de mundo gnóstica.

Certo é que nenhum outro conceito tem permeado tão unanimemente e por tanto tempo a mentalidade cristã de todas as tendências e estirpes do que a confiança tipicamente gnóstica na supremacia ou na necessidade de um conhecimento secreto – isto é, específico – como condição para a salvação. Com o tempo, naturalmente, o gnosticismo foi demonizado com este nome; entre os cristãos o conhecimento secreto passou a ser chamado e idolatrado como crença correta – ou ortodoxia, que é como se diz em grego.

Só a ortodoxia salva.



A relação dos cristãos com a ortodoxia é primordialmente idolátrica. Se pressionados, cristãos de todos os matizes acabarão concordando que não é uma religião particular que beneficia o adorador, mas algum aspecto da bondade divina expresso na vida, morte e/ou ressurreição de Jesus. Na prática, no entanto, todos tentarão convencê-lo de que para beneficiar-se desse privilégio gratuito é necessário abraçar determinado conjunto muito específico de noções a respeito de Deus, da vida e da salvação. A esse conjunto de “crenças corretas”, que nenhuma facção cristã tem em comum com a outra, é que se dá o nome fortuito de ortodoxia.

A paixão com que os cristãos defendem seus pontos de vista uns contra os outros reflete com precisão a extensão de sua ortodoxolatria. Jesus é muito bonzinho e tal – mas só a ortodoxia salva, e ninguém vem a Jesus se não for por ela.

Ortodoxolatria – ou gnosticismo cristão – é a crença praticamente universal (entre os cristãos) de que para beneficiar-se do favor de Jesus é preciso sancionar uma série racional e muito específica de assertivas a respeito de como Deus funciona. Ser cristão não é, segundo essa visão, uma postura pessoal de confiança no cacife de Jesus; não é questão de posicionamento moral, psicológico ou espiritual. Para os partidários da nova gnose ser cristão é assunto da cabeça e da razão; depende da consistência do nosso discernimento intelectual, demonstrada pela filiação ao rol apropriado de afirmações teológicas – em detrimento, naturalmente, de todas as outras.

É por sermos todos ortodoxólatras que entre a leitura deste parágrafo e do anterior uma igreja em algum lugar se dividiu e se criaram duas – cada uma acenando com sua própria versão da gnose, o conhecimento apropriado que tem poder para salvar. Gente que sentava-se no mesmo banco para cultuar estará a partir deste momento separada pelo abismo de sua fé inabalável na necessidade da crença correta. Terão discordado irreparavelmente sobre algum ponto crucial da sã doutrina: se mulher tem direito a pregar, se Jesus visitou o inferno, se milagres acontecem, se o arrebatamento vem antes ou depois do milênio, se o Espírito é derramado em uma ou duas prestações, se Jesus ressuscitou, se um homem pode dormir abraçado a outro; se cristão pode se divorciar, abortar, assistir televisão, cortar o cabelo, tomar cerveja, ouvir Raul Seixas, ler ficção científica, usar camisinha, suicidar; se é certo usar crucifixo, votar em comunista, acender uma vela, comprar a prestação, pagar o dízimo, fazer o sinal da cruz, chorar aos pés de uma estátua, jogar na loteria, batizar criança, fazer sexo antes, durante e depois do casamento. As combinações são incontáveis, e cada facção proporá sua versão particular da gnose. Uma única coisa todos os grupos apresentarão em comum: a fé subjacente e implacável na ortodoxia, o paradigma que pressupõe a supremacia e a necessidade de uma única posição doutrinária/teológica/ideológica formal e a conseqüente demonização das outras. Como dizia Borges, interessa-lhes menos Deus do que refutar os que o negam na sua versão.

Essa confiança nos benefícios inerentes de uma apreensão intelectual adequada dos mecanismos de Deus não poderia estar mais distante da postura de Jesus, para quem apenas comparações podem produzir um vislumbre da natureza do Reino e – mais importante – todos os homens podem beneficiar-se da postura cavalheiresca de Deus, independentemente do acesso a qualquer conhecimento secreto ou específico. A inescapável graça de Deus, segundo Jesus, está pronta a agir em favor não apenas dos pecadores – o que deveria parecer por si mesmo admirável – mas também dos incompetentes, dos deficientes, dos tolos, dos insensatos, dos imaturos. A verdade foi escondida, garante Jesus, dos doutos e estudados e revelada aos mais parvos dos discípulos. Para entrar no Reino é necessário que nos tornemos “como crianças” – condição que não denota, ao contrário do que se pensa, um atestado de inocência, mas de incompetência. Para beneficiar-se do Reino é preciso ser incapaz. Requer-se não ter noção do que está acontecendo e não ter noção de como parar o processo aparentemente irreversível do qual fazemos parte. É preciso ser capaz de baixar a bola e delegar o controle e a compreensão do que está acontecendo a outro. É preciso ter uma vaga idéia, não certeza. Fé, não crenças. Confiança na suficiência do cavalheirismo de Deus, não no mérito arbitrário da ortodoxia.


sábado, 11 de agosto de 2007

Filosofando sobre Deus, amor e a saudade

IInspirado em alguém muito especial...


Todo homem nasce com um impulso inato à totalidade, ao Divino, à idolatria. Isso é fruto de um passado remoto, um passado onde o homem caminhava lado a lado com Deus. Depois da queda o que restou foi saudade, saudade de um lugar de onde nunca deveríamos ter saído, saudade da presença daquele que nos criou. Ansiamos por um lugar onde tudo é como deveria ser. Eu não te vejo, você não está do meu lado. Tudo que tenho são reminiscências de um passado recente, passado esse, que me gera esperança, fé, de que no futuro esse passado se tornará presente, e o anseio que tenho por você, fruto do passado, será saciado. Assim é o relacionamento do homem com Deus, o passado dirige a fé no futuro, mesmo durante o deserto da ausência presente. Eu não ouço a sua voz, não te vejo, não posso te tocar, só me resta esperar.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Os truques da profissão


Marjoe Gortner foi o primeiro pregador evangélico a denunciar as falcatruas da sua profissão. Em seu documentário Marjoe, gravado em 1971 e ganhador do Oscar no ano seguinte, Gortner revela os milenares truques da profissão e expõe as características de indústria do entretenimento que tornaram o evangelicalismo um movimento popular de enorme sucesso comercial.

Se viver para sempre, Hugh Marjoe Ross Gortner permanecerá provavelmente “o mais jovem ministro ordenado do mundo”. Nascido em 14 de janeiro de 1944, Marjoe quase morreu estrangulado pelo próprio cordão umbilical por ocasião do parto. O obstreta disse a sua mãe que apenas por um milagre a criança havia sobrevivido, e assim “Marjoe”, – de “Maria e José” – a Criança Miraculosa, assumiu sua posição na extremidade mais recente de uma longa linhagem de ministros evangélicos.

“Você começa com um cara que tem um problema muito evidente”.

Desde o começo suas habilidades de pregação foram meticulosamente cultivadas. Antes de aprender a dizer “mamãe” e “papai”, Gortner foi ensinado a entoar “Aleluia!” Quando tinha nove meses de idade sua mão ensinou-lhe o modo correto de gritar “oh, glória!” no microfone. Aos três anos de idade ele sabia pregar o evangelho de memória, e recebia aulas de interpretação dramática em toda espécie de arte performática, de solo de saxofone a manejo de bastão em desfiles.

No Halloween de 1948, com quatro anos de idade, Marjoe foi oficialmente ordenado ao ministério e lançado numa carreira extraordinariamente bem-sucedida; ele era a Shirley Temple do Cinturão da Bíblia norte-americano, a dispersa comunidade não-geográfica de aderentes radicais às escrituras cristãs. Na década seguinte ele pregou para tendas e casas repletas de uma costa à outra, enquanto audiências entusiásticas arrebanhavam-se para ver a Criança Miraculosa, que dizia-se receber seus sermões diretamente do Senhor durante o sono. Graças ao treinamento cuidadoso, à severa disciplina e à insaciável ambição de sua mãe, os sermões de Marjoe eram impecavelmente memorizados: cada palavra, cada pausa, cada gesto. “Aleluias” e “améns” pontuavam com freqüência as suas performances, que eram astuciosamente promovidas com títulos tais como “Da cadeira-de-rodas ao púlpito” e “Rumo ao último rodeio” (que Marjoe pregava em traje de cowboy).

Os cativantes sermões de Marjoe raramente deixavam de encher até a borda os pratos de coleta da igreja, e suas famosas curas de fé eram miraculosas até mesmo para ele. Na adolescência, no entanto, Marjoe foi se desiludindo diante da contínuo encenar de seus poderes divinos. Ele deixou o movimento evanglélico em busca de meios de sustento mais legítimos. Fez parte de uma banda de rock, tentando acompanhar os novos tempos, mas em seguida voltou para o circuito evangélico a fim de gravar seu documentário-denúncia. Marjoe é um daqueles filmes francos que toca áreas profundamente sensíveis da moralidade americana, e que resvalam na questão da locupletação.

[Em 1977] entrevistamos Marjoe em sua casa em Hollywood.

– Não tenho poder algum – ele foi dizendo logo, só para deixar as coisas muito claras. – E nenhum desses caras tem. Centenas de pessoas foram curadas nas minhas cruzadas, mas sei muito bem que não foi devido a alguma coisa que eu estivesse fazendo.

Com base em seus anos de treinamento e experiência, Marjoe situava a fonte do seu poder divino diretamente nos rebanhos que reuniam-se para receber das suas bençãos.

– Você começa com um cara que tem um problema muito evidente – explica ele. – Você tem de começar dessa premissa. As coisas não têm dado certo pra ele, ele está buscando alguma coisa, o que for. Ele então vem para uma dessas conferências de avivamento. Ele ouve coisas muito bem organizadas. Ele vê dezenas de pessoas radiantes ao redor dele, gente que parece estar muito, muito feliz; estão todos convidando o cara para vir e juntar-se ao seu grupinho e parece fantástico. Eles todos dizem: “Ei, minha vida mudou!” ou “Ei, consegui um emprego novo!” É neste ponto que ele está pronto para ser salvo, ou nascido de novo; e assim que ele nasce de novo eles todos o abraçam e dão-lhe palmadinhas nas costas. É como ser admitido num clube de elite muito especial.

“É como ser admitido num clube de elite muito especial”.

Para Marjoe, o verdadeiro espetáculo está com a audiência; ele servia primariamente como um regente de orquestra.

– Como pregador – diz ele, – estou trabalhando a multidão, observando a multidão, tentando conduzi-los a um ponto alto em determinado momento da noite. Deixo que tudo vá crescendo e contribuindo para aquele momento em que estão todos em êxtase. A multidão reage ao estímulo e você tem de cuidar para não interromper. Você começa dizendo que ouviu que aquela vai ser uma grande noite; em seguida começa a desfiar a cantilena e não deixa a peteca cair.

Para Marjoe, que já testemunhou-o um milhão de vezes, o momento divino de êxtase religioso não tem qualidade mística alguma. É uma simples questão de frenesi grupal que tem sua contraparte em qualquer agrupamento de pessoas.

– É exatamente como um concerto de rock – ele assegura. – Você tem um número inicial de impacto, depois segue com os velhos clássicos num crescendo que culmina com o seu maior sucesso.

A canção de sucesso, no entanto, é o renascimento espiritual, resultado de uma receita comprovada de religião na qual o pregador e cada membro da audiência contribuem com algum pequeno mas importante ingrediente. Então, de acordo com Marjoe, o único possível bis ao avassalador momento de ser salvo é uma demonstração pessoal do poder da fé recém-encontrada. Esse é o fator motivante para a aquisição do dom falar em línguas estranhas, também conhecido como “receber a glossolalia”. Como explicado por Marjoe, essa conhecida tradição evangélica requer uma participação ainda maior da audiência e da pessoa que recebe o dom de línguas.

– Depois que você foi salvo – prossegue Marjoe, – o passo seguinte é o que eles chamam de “encher-se do Espírito Santo”. Eles dizem a um novo convertido, “Está certo, você foi salvo, mas agora precisa do Espírito Santo”. Você então volta para obter a experiência com as línguas. Algumas pessoas recebem na mesma noite; outras voltam semanas ou anos antes de poderem falar em línguas. Você ouve as línguas, ouve todo mundo falando na igreja de noite, e estão todos dizendo “Nós amamos você e estamos esperando que você receba esta noite”. Então uma noite você vai até lá e eles ficam tentando fazer com que você receba a coisa, e você entra no que é em grande parte um transe; não chega a ser um frenesi, mas é uma experiência incrível. Durante esse momento a pessoa esquece tudo sobre os seus problemas. Ela está cercada por gente em quem confia e estão todos dizendo, “Nós te amamos. Você foi aceito por Cristo. Estamos aqui com você, entregue todo o seu ser, relaxe”. E mais cedo ou mais tarde a pessoa começa a falar um dut-dut-dut, e todo mundo diz, “É isso mesmo! Você recebeu!” O botão foi pressionado: a pessoa decola e começa de fato a falar em línguas: dêian-daiélo-mossatái-lissasso e assim por diante.

Em seus anos no cinturão da Bíblia Marjoe começou a ver a experiência evangélica como uma forma de entretenimento popular, uma espécie de teatro divino interativo que provê profundas recompensas emocionais às audiências.

“a experiência evangélica é uma forma de entretenimento popular”.

– As pessoas lá fora não vêem como entretenimento, mas na verdade é. Essa gente não vai ao cinema; não vai a bares nem bebe; não vão a concertos de rock; mas todo mundo precisa de uma válvula de escape emocional. Eles por isso vão a reuniões de avivamento e ali dançam á vontade e falam em línguas. Tem a aprovação do seu círculo social e é o escape deles.

Dentro do contexto do entretenimento social, Marjoe se orgulhava do seu papel de astro como evangelista itinerante.

– Minha tarefa era dar a eles o melhor show possível - conta ele. – Digamos, um pastorzinho tímido da Carolina do Norte ou de outro lugar. Ele precisa trazer evangelistas de fora para manter a sua igreja caminhando. Então nós vamos até lá, agitamos a multidão e somos superastros. É no carisma do evangelista que as pessoas acreditam; é isso que elas saem de casa para ver.

O que fez com que Marjoe se desiludisse ao ponto de se afastar do negócio de entretenimento religioso foram alguns dos aspectos perturbadores do movimento evangélico.

– Quando viajava eu costumava conhecer gente ansiosa para ser salva numa das minhas conferências; gente profundamente aberta e fervorosa em seu anseio pelo Espírito Santo. Era empolgante e estimulante, mas quatro anos depois eu voltava e via que aquela pessoa tinha se transformado num crente intolerante e cabeça-dura porque agora tinha Cristo. É aí que está o perigo. As pessoas querem uma experiência; querem sentir-se bem, e suas vidas podem de fato beneficiar-se disso. Mas quando você vai passando para a operação da coisa, o que resulta é gente autoritária, poder e dinheiro.

Marjoe reconhece que seu poder sobre as audiências deriva-se primariamente das habilidades de retórica que nos foram transmitidas pelos antigos gregos.

– Não faz diferença se você é um pregador, um advogado ou um vendedor – disse-nos ele. – Você começa interfetindo nos processos mentais de uma pessoa e gradualmente, em pouco tempo, consegue fazer com que eles se desviem para onde você quiser.

Hoje em dia Marjoe restringe a aplicação dos seus talentos à sua carreira de ator e às causas sociais em que acredita. Dentre essas a principal é informar as pessoas a respeito das técnicas de retórica utilizadas para manipular suas idéias e sentimentos. A maior parte das técnicas dominadas por Marjoe é simples e muito antiga, mas são tão eficazes que podem ser igualmente efetivas mesmo quando as pessoas são advertidas explicitamente, de antemão, de que técnicas de manipulação estarão sendo empregadas.

“Basta eu dizer a minha velha fala, Em nome de Jesus!”

– Dou palestras em universidades cerca de duas vezes por ano – contou Marjoe, – mas sempre deixo que eles peçam uma demonstração. Explico que não acredito naquilo, que uso toda uma série de truques. O título da palestra é “Retórica e carisma”, então ao final já deixei muito claro como é feito, mas eles ainda assim pedem para ver uma demonstração. Eu replico, “Não, vocês não estão realmente a fim de ver”, e eles dizem “Estamos sim! Queremos ver!” E eu digo, “Mas de qualquer forma vocês não acreditam, não tenho como fazer”. E eles: “Nós acreditamos! Nós acreditamos!” Depois de vinte minutos disso peço um voluntário, faço alguma garota subir ao palco e digo, “Então você quer se sentir melhor?” Ela diz que sim e eu: “É mentira! Você subiu até aqui só para se divertir e porque quer impressionar esse pessoal e me deixar com cara de bobo e ridicularizar essa história toda. Você tem certeza que não quer voltar para o seu lugar?” Sou duro com ela, e ela diz, “Não, não é isso. Eu acredito!” Continuo nessa linha até que ela esteja quase em lágrimas. E então, embora essa seja uma turma de faculdade e eu esteja fazendo a coisa toda como piada, basta eu dizer a minha velha fala, Em nome de Jesus! e tocá-los na testa e pam!, caem todos de costas no chão, todas as vezes.


Flo Conway and Jim Siegelman, em SNAPPING: America’s Epidemic of Sudden Personality Change

Veja também:
Entrevista e demonstrações de Marjoe no youtube
Em nome de Jesus

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Por que Deus te livraria das chamas?

Se imagine dentro de um prédio em chamas, você ora para que Deus lhe salve e Ele responde: Por que eu deveria salvá-lo?


No século XVIII a Inglaterra apresentava um estado de grande decadência moral e espiritual, as pessoas se rebelavam e repudiavam intelectualmente do Cristianismo. As pessoas nem mais discutiam sobre o Cristianismo, pois estavam certos de que a religião cristã não passava de uma grande ficção, uma bobagem. O Cristianismo estava definhando, e ao invés de influenciar estava sendo influenciado. A Igreja estava extremamente secularizada. Talvez, situação similar a que a Igreja enfrenta hoje, enquanto o ateísmo, o pluralismo (a crença de que todas as religiões são igualmente válidas) a filosofia secular e bobagens astronômicas como Código Da Vinci e a Tumba de Jesus avançam a passos largos, a Igreja parece perder cada vez mais o domínio. Olhamos pra frente e vemos um futuro tenebroso para a Igreja, que até apresenta um crescimento numérico, mas nada além disso. As pessoas carecem de conhecimento de Deus, e na Igreja evangélica abundam heresias, falsos profetas, teologia da prosperidade e um evangelho triunfalista e superficial, que de transformador não tem nada. Era mais ou menos essa a situação enfrentada pela Igreja inglesa no século XVIII. Pecado e tédio em relação ao Evangelho. Mas nessa situação embaçada que a Inglaterra se encontrava, Deus trouxe um dos maiores avivamentos da história, a Igreja começou a crescer, o Evangelho se expandiu, e não só a Igreja, mas toda a nação da Inglaterra foi transformada, no que foi um dos maiores derramamentos do Espírito de Deus em toda a história da Igreja Cristã.


Três homens foram grandemente usados por Deus nesse grande despertamento, Jonathan Edwards, George Withefield e John Wesley. Três grandes teólogos e pregadores da palavra de Deus, aproveito para enfatizar a importância do conhecimento teológico para qualquer pessoa que quer fazer com excelência a obra de Deus na terra assim como esses homens fizeram. E até hoje os três influenciam a Igreja evangélica. Quando John Wesley tinha 6 anos, passou por uma experiência que marcou profundamente sua vida. Sua casa pegou fogo, todas as crianças foram retiradas da casa mas quando perceberam haviam esquecido do pequeno John. Os vizinhos conseguiram escalar até o quarto do menino John aterrorizado, e segundos depois de ser salvo o teto da casa desabou. John Wesley foi salvo nos últimos segundos. Até a fase adulta ele se referia a si mesmo como “um tição tirado da fogo”, se referindo a Zacarias 3.2, ele nunca mais esqueceu dessa experiência traumática.


Porque ele foi poupado? O que Deus tinha pra ele? Porque John Wesley foi salvo das chamas? Olhando em retrospecto, podemos dizer que Deus o poupou para poder salvar a Inglaterra – tanto a Igreja quando o país, ambos precisavam dele. Ele, um menininho indefeso de 6 anos, que nem sequer precisou orar mas Deus foi lá e o resgatou do fogo! Nós muitas vezes passamos por situações como a do jovem Wesley, aterrorizadoras, às vezes não são nem tão extremas, mas um divórcio, falência, dificuldade financeira (engraçado como crente ta sempre com dificuldade financeira e ora por dinheiro, nunca vi um apostolo orar pra ter uma vida mais confortável), clamamos a Deus para que Ele nos tire do buraco. Clamamos a Deus em 90% das vezes pelo nosso conforto e por motivos egoístas. Deus tirou John Wesley do fogo, sem ele nem precisar orar. Agora a pergunta que eu faço a você hoje é - porque Deus tiraria VOCÊ do fogo? – Pense no que você faz por Deus hoje. Será que você é mais um crente que vai atrás de campanhas, cultos de profecias, unção disso, unção daquilo, um egoísta que busca a Deus não como um fim em si mesmo, mas como um meio pra alcançar seus objetivos de vida, dinheiro, sucesso, status, conforto?

Muitas vezes nós estamos na Igreja para consumir, para alimentar o “eu” e alcançar os nossos propósitos individuais e não os propósitos eternos de Deus. Vamos atrás de um cristianismo terapêutico, que nós faz sentir melhor, que te ajuda a criar seus filhos, te ajuda a ser bem sucedido na vida profissional e financeira, mas e Deus? E os propósitos dEle? E as questões relativas a Ele, ao pecado, a salvação, a graça, a cruz, cadê? E a Verdade, qual o espaço que damos pra ela?


Será que pelo menos você pretende fazer algo por Deus e seus propósitos? Fazer algo por Deus não consiste apenas em dizimar, comparecer aos cultos e cumprir todas as regrinhas religiosas. O Cristianismo não consiste de atitudes exteriores. Jesus disse aos fariseus em Mateus 23.25 “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que limpais o exterior do copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e de iniqüidade”. Nós muitas vezes somos mais fariseus que os fariseus. Damos nosso dizimo, louvamos a Deus de forma “extravagante”, seguimos meia-dúzia de regrinhas e achamos que basta, e ainda nos sentimos no direito de exigir ou reivindicar as bênçãos de Deus. Cristianismo é interior. É servir ao próximo, ajudar o pobre, falar de Deus para aquelas pessoas doentes que não tem como te retribuir, ser cortês, gentil, ser um exemplo na sua casa, escola, faculdade, trabalho. Ser um cristão espiritual não é vir aos cultos levantar as mãos e gritar aleluia! A parte exterior da adoração é a mais fácil da religião e a que menos se opõe aos nossos desejos. Tem gente que acha que ser espiritual é gritar, orar em línguas pra todo mundo ver, cair no chão, não é! Ser espiritual é você amar o teu próximo como a ti mesmo, é você fazer aos outros, o que você queria que fizessem com você. São as pequenas coisas do dia-a-dia. É o fruto do Espírito. Tem crente que acha que evidência da presença de Deus é o barulho. Manifestações exteriores o diabo sabe imitar muito bem. Eu pelo menos não acredito que o Espírito Santo seja tão muquirana que só serve pra fazer as pessoas orarem em línguas e caírem no chão. Eu acredito em um Espírito Santo mais poderoso, um que molda caráter, um que faz o arrogante virar humilde, um que faz o avarento se tornar generoso, um que faz o amargurado amar. Esse tipo de mudança que o Cristianismo tem que produzir em nós. Chega de religião egoísta, egocêntrica. O mundo espera pelo nosso testemunho.


Pra que Deus tiraria você das chamas? Com que intuito Deus tiraria você das chamas? Pra você conquistar seu sucesso profissional? Pra você conquistar sua prosperidade tão desejada? Pra você andar de BMW enquanto ao seu lado o mendigo morre de fome? Pra você ser mais um espectador nos cultos da Igreja?


Quando você chegar em casa, pare pra analisar como tem sido suas orações. Será que suas orações são daquele estilo muito popular hoje no meio neopentecostal “Eu determino que as portas de emprego se abram pra mim!”, “Eu ordeno que toda a doença seja tirada da minha vida agora em nome de Jesus!”, “Eu tomo posse de todas as bênçãos celestiais”, “Eu quero, eu preciso, eu ordeno, me dá, eu, eu, eu, eu”. Orações egoístas e mesquinhas. Ou suas orações são como Jesus mandou: Pai Nosso que estás no céu, Santificado seja o TEU nome, venha a nós o TEU reino, seja feita a TUA vontade. Colocando Deus e seus propósitos acima de qualquer coisa. Será que você ora pelos propósitos dEle? Será que você ora pelas pessoas que você odeia? Será que você ao menos ora pelo irmão que passa fome e não tem o que vestir? Será que você ora pelas nações que vivem na miséria e nunca ouviram a mensagem do Evangelho?


Se você se encontrasse na situação do jovem Wesley, pra que Deus te manteria vivo? Talvez até seria melhor Deus te deixar morrer, porque você é tão mau testemunho pro Evangelho, você queima a imagem de Cristo. John Wesley marcou a história da Igreja. E você tem feito o que? Será que não seria melhor pro Evangelho que você morresse do que continuasse vivo? Se imagine na situação do jovem Wesley. Você ora a Deus que te livre da morte. Ai Deus te pergunta - Porque eu deveria livra-lo? - o que você responderia?

Essa resposta tem que estar na ponta da sua língua, porque talvez amanhã você vai estar em meio às chamas e vai clamar a Deus... e Ele vai te perguntar - Porque eu deveria livra-lo?- e dependendo da sua resposta, ele vai pensar “Não, seu tempo aqui na terra acabou.”


Aproveite enquanto você ainda tem oportunidade de mudar a resposta a essa pergunta, porque pode ser que um dia você tenha que respondê-la. Romanos 5.8 diz “Mas Deus prova o seu amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido na cruz sendo nós ainda pecadores”. Deus te ama, e até agora tem tido misericórdia de você. Se arrependa dos seus maus caminhos enquanto ainda há tempo, pois vai chegar um dia em que você não terá mais nenhuma chance. Enquanto você dorme, o mundo perece e as pedras clamam, a boca do inferno se abre e as chamas ardem, chamas não de um mero incêndio, mas as chamas eternas que nunca se apagam! Qual vai ser sua reação? Desperta, tu que dormes! Enquanto ainda há tempo.

Vitor Pereira 03.05.2007

 
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