terça-feira, 31 de julho de 2007

Os Perigos do Crescimento Numérico - Pr. Ricardo Gondim

Fui apresentado com reverência. Havia uma aura de respeito e curiosidade no ambiente. Senti-me superior, importante como preletor de um congresso na Holanda. Rodeado das mais lúcidas expressões do movimento evangélico mundial, eu, totalmente desconhecido, gerava toda aquela expectativa. As pessoas queriam me ouvir não por eu ser famoso nos círculos internacionais (o que decididamente não sou), mas porque eu era o preletor brasileiro que abordaria o fenomenal avivamento religioso que varre o Brasil e a América Latina. Entrava em campo com a mesma superioridade dos craques do futebol tetracampeão.

Enquanto a Europa cristã perde nos censos demográficos e outros países mal conseguem empatar com magros crescimentos vegetativos, os evangélicos brasileiros goleiam todos os anos com avanços numéricos impressionantes. David Stoll, sociólogo norte-americano, escreveu Is Latin America Turning Protestant? (A América Latina está se tornando protestante?) com estatísticas repletas de superlativos. Convém citar um parágrafo: "No continente latino-americano, os dois países mais evangélicos até recentemente eram o Brasil, em que os protestantes dizem ser até 18% da população, e o Chile, onde chegam a 25 %. Os supostos 22 milhões de evangélicos brasileiros representam três em cada cinco dos evangélicos de toda a América Latina e do Caribe... No Brasil, de acordo com a World Evangelization Crusade, o crescimento ainda é 'espantoso'. Entre 1960 e 1970 o crescimento evangélico foi de 77 %; entre 1970 e 1980 foi de 155 %."

Depois de fornecer mapas sobre o crescimento protestante em diversos países latino-americanos, David Stoll brinca com os números: "Se extrapolarmos com objetivos retóricos as taxas de crescimento de 1960 a 1985 para mais 25 anos, o Brasil terá 57% de evangélicos, Porto Rico, 75%, e a Guatemala, 127%".

Devido a estatísticas como essas, o mundo se impressiona e os brasileiros se envaidecem: "Estamos numa verdadeira piracema espiritual"; "Logo poderemos eleger o próximo presidente". Jargões como esses demonstram como a comunidade evangélica brasileira foi tomada, durante as décadas de 80 e 90, de um grande ufanismo.

Não querendo discutir se o vertiginoso crescimento da população evangélica brasileira realmente caracteriza um avivamento, há de se meditar nos perigos que ele representa, alguns já evidentes e exuberantes.

Comecemos pelo enfraquecimento doutrinário. Os evangélicos, quando minoria, precisavam argumentar sua fé até por uma questão de sobrevivência. Agora, maiores e mais inseridos na cultura, há menos necessidade de dar boa razão do que crêem. Os conceitos de evangelização deixam de possuir um diferenciador teológico. A argumentação fica desprovida de apologia. Com uma expansão acelerada, já existem evangélicos nominais. Semelhantes àqueles que observávamos entre os católicos e denunciávamos veementemente. Em alguns programas "evangelísticos" veiculados pelo rádio e pela televisão, depois de ouvir a "pregação" e o apelo final dos pastores, pergunto-me: As pessoas se converterão de quê para quê?

Crescer é perigoso também pela fragilização ética; pelo açodamento de colocar neófitos com responsabilidades acima de sua maturidade — presas fáceis da soberba e da condenação do diabo (1 Tm 3.6); pela tentação de se confundir sucesso com bênção; pelos messianismos; por se instrumentalizar pessoas como meros peões em projetos pessoais. No Brasil, todos essas ameaças nos fragilizam. Porém, não são tão letais como a secularização.

A multiplicação dos evangélicos brasileiros pode ser faca de dois gumes. Aqui, quanto maiores as fatias demográficas abocanhadas, mais fundo o fosso que separa a igreja dos formadores de opinião. Os frágeis conteúdos apologéticos alienam os protestantes dos meios acadêmicos. Quem são os evangelistas dos professores universitários? Quem escreve com argumentos pertinentes aos cientistas brasileiros? Quantos escritores cristãos são respeitados pela crítica literária nacional? Infelizmente a produção cultural evangélica só empolga os próprios evangélicos. Só nós nos embriagamos com a exuberância de nossos discursos. Os seminários, infelizmente, não conseguem mais formar eruditos. Os jovens pastores passam anos estudando numa camisa de força institucional. Formam-se para repetir o discurso da denominação a que pertencem.

Minha filha estuda arquitetura em uma instituição que ostenta o nome de uma grande denominação brasileira. Mas é só isso. Nos três anos de seu curso nunca viu nem ouviu resíduo cristão no seu dia-a-dia universitário. Sem alcançar poetas, cronistas, arquitetos, cientistas políticos, sociólogos, físicos, juristas, músicos, filósofos, jamais conseguiremos causar impacto em nossa geração. Cresceremos com índices empolgantes, mas sempre na marginalidade. Pior, afugentaremos os formadores de opinião. Corroboraremos com o senso comum de que os pastores são manipuladores de auditório, as igrejas, meros espaços para extorquir dinheiro e os cristãos não passam de massa de manobra.

Soren Kierkgaard (1813-1855), teólogo dinamarquês, brindou-nos com uma parábola que ilustra bem esse conceito. Conta-nos que um grande circo acampou nas cercanias de uma cidade. Na tarde que antecedeu a estréia, quando saltimbancos, mágicos e trapezistas se preparavam para o espetáculo, começou um incêndio no circo. O palhaço, já trajado e pintado, correu para a cidade em busca de socorro. Desesperado, ele gritava em praça pública, clamando por auxílio. Porém, quanto mais elevava sua voz e corria de um lado para o outro, mais as pessoas se divertiam. Pensavam que ele usava de um ardil excelente para lotar o circo. Exausto e em desespero, caiu de joelhos: "Por Deus, por Deus! Ajudem-nos! O circo está em chamas." O meninos gargalhavam. Os mais velhos se maravilhavam dizendo: "Quão extraordinário ator se mostra o figurante do circo, que sabe chorar para fazer graça". E o circo foi destruído pelas chamas.

A moral da história é que, se perder o testemunho, a igreja perde também a autoridade para falar. Não custa perguntar: Será que não devemos nos preocupar quando pessoas passam a enxergar os pastores como aproveitadores da boa índole do povo? Será que não notamos o desdém dos formadores de opinião para com esse cristianismo esquálido que nada mais tem a dizer senão uma promessa mesquinha de riqueza e prosperidade?

Preocupo-me com o rescaldo que deixaremos para os cristãos do próximo milênio. Terão de lidar com uma nação totalmente antipática à simples menção do nome de Cristo. É possível que aconteça aqui o mesmo anticlericalismo que varreu a Europa no século passado, esvaziando as igrejas. Proponho repensarmos a igreja a partir dos conceitos comunitários do Novo Testamento e não das exigências mercadológicas; revermos o papel dos pastores consagrados à oração e ao ministério da palavra (At 6.4); reconceituarmos o que entendemos por evangelização, explicitando sempre verdades fundamentais como graça, justificação, redenção e santificação; retomarmos o papel profético de denúncia do pecado como um estilo de vida que adoece todas as dimensões de nossa humanidade; reafirmarmos a mensagem bíblica do arrependimento, demonstrando que há uma rebelião ostensiva do ser humano contra um Deus amoroso e bom; buscarmos encarnar a compaixão de Deus para com os pobres, os desesperados e pecadores, sendo igreja terapêutica. Só assim a expansão evangélica conseguirá refletir o reino de Deus no Brasil.

Kierkgaard expressou seu clamor numa oração que precisa ser nossa também: "Pai Celeste! Caminha conosco como antigamente caminhavas com os hebreus. Oh, não nos faças crer que nos tornamos grandes demais para menosprezar tua educação, mas faze que cresçamos para nos conformarmos a ela. Que possamos crescer sob ela como um trigo bom cresce sem pressa: que não nos esqueçamos quanto tu fizeste por nós! E, quando tua ajuda nos tiver assistido solicitamente com um milagre, faze que não voltemos a procurá-la como criaturas ingratas, porque comemos e nos saciamos. Faze-nos sentir que sem ti para nada prestamos, mas não permitas que o sintamos em vil impotência e, sim, em confiança vigorosa, com a certeza feliz de que tu és forte nos fracos."


Ricardo Gondim Rodrigues

sábado, 28 de julho de 2007

Pr. Luiz Antônio prevê acidente aéreo

Geralmente, sou bastante cético em relações a revelações e profecias. Sou racional ao extremo, o que nem sempre é bom. Mas diante de tantas "profecias" e "revelações" absurdas que circulam no meio evangélico acabamos por nos tornar cético em relação ao sobrenatural. Isso aconteceu também com o povo de Israel, de tanto verem profecias falsas deixaram de acreditar em qualquer uma delas (Ez 12.22). Mas, uma revelação recente me pareceu bastante real. Trate de uma revelação do Pr.Luiz Antônio, vitima do recente acidente aéreo da TAM. Na revelação ele parece prever o desastre, não detalhadamente é óbvio. Afinal nenhuma profecia bíblica é clara até o seu cumprimento. Mas ainda assim sua revelação parece muito real, segue o texto de suas palavras e o link para o video no YouTube:

"Foi nestes dias Pr. Reuel, e eu estou dizendo isto pela primeira vez, e somente minha esposa acompanhou esta experiência, foi nestes dias que eu tive um arrebatamento de espírito. Pela madrugada eu estava em casa, após orar por alguns momentos, me deitar e não dormir, o Senhor me arrebatou em espírito, e eu já repeti e vou dizer de novo, eu vi coisas que julguei que nunca poderia ter visto.
Eu tive uma visão tão linda das coisas celestiais. Acordei pela madrugada em prantos, não pela tristeza da experiência, mas Pr Reuel, por que lá onde eu estive estava tão bom, me deu um desespero quando eu voltei.
Eu chorei a madruga toda e disse pra minha esposa, eu não queria voltar de lá, mas nesta visão de arrebatamento que eu tive, o Senhor me levou e me mostrou duas situações distintas.
Eu vi dezenas e centenas de pessoas mortas, enroladas em alguma coisa que eu não consegui discernir, que eram levadas para um lugar estranho e escuro.
Quando eu caminhava lá, eu me sentia tão bem, mas chegou um momento que eu cheguei num lugar alto, e quem estava comigo disse: Volta.
Eu disse por que que eu tenho que voltar?
Por que ainda tem muita coisa pra fazer lá em baixo.
Eu estou concluindo a mensagem: E o Espirito de Deus me ordena te dizer que ainda tem muita coisa para ser feito. Não é hora de dizer ... (ñ entendi essa parte)...
Quando retornei, me acordei, chorei por toda madrugada, e disse Senhor eu já me sinto cansado, quebrado.
Fui pra oração da manhã e o Espírito de Deus me disse: Jejua um pouco mais, ora um pouco mais, chora um pouco mais, prega um pouco mais, clama um pouco mais, recebe um pouco mais, por que nós estamos no vale de refaim."

http://www.youtube.com/watch?v=VavvQBB6lyo
http://www.youtube.com/watch?v=CTlmky6_fuY

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Onde reside o mal

Senti e experimentei não ser para admirar que o pão, tão saboroso ao paladar saudável, seja enjoativo ao paladar enfermo, e que a luz, amável aos olhos límpidos, seja odiosa aos olhos doentes.
Se a vossa justiça desagrada aos maus, com muito mais razão lhes desagradam a víbora e o caruncho que criastes bons e adaptados às partes inferiores dos seres criados, às quais os próprios malvados são mais diferentes de Vós. Do mesmo modo são os maus tanto mais parecidos com os elementos superiores da criação quanto mais se tornam semelhantes a Vòs.
Procurei o que era a maldade e não encontrei substância, mas sim uma perversão da vontade desviada da substância suprema - de Vós, ó Deus - e tendendo para as coisas baixas: vontade que derrama as suas entranhas e se levanta com intumescência.

Sto.Agostinho. Confissões. Livro VII verso 16.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Problemas com a Igreja?


Todo relacionamento passa por três fases distintas: idealização, frustração e, por fim, maturidade. Isso vale para amizades, namoro, relacionamento com Deus e... com a Igreja. Quando estamos dando nossos primeiros passos na fé, tudo é perfeito. A Igreja é o paraíso na terra. Mas essa fase de idealização infelizmente passa, e começamos a ver que a Igreja não é tão perfeita assim, pelo menos se apercebem disso aqueles que não estagnam, e seguem um processo de crescimento emocional, espiritual e intelectual normal e saudável. Já os que param no tempo dificilmente enfrentam esse tipo de problema, são aqueles que como disse Bertrand Russel: “Preferem morrer a pensar”. Mas à medida que amadurecemos e nos tornamos mais cientes da Santidade de Deus, vemos o quão distante do ideal a Igreja está. E ai bate a frustração. A reação a esse estágio varia de pessoa para pessoa, uns se afastam de Deus, outros mudam de igreja (comprando uma nova ilusão de que encontrarão uma igreja perfeita), e outros... estagnam. Sim, alguns param na fase de idealização, mas outros, param na frustração. Vivem de criticar a Igreja e criticar lideres espirituais por eventuais pecados ou desvios doutrinários. Jesus ao fundar a Igreja jamais esperou perfeição. Perfeição é algo que não veremos nesse mundo. A raça humana é decaída e depravada e isso é válido para você e eu. Da mesma forma que as pessoas que eu critico tem defeitos, eu também tenho – talvez até piores! O que não podemos fazer é estagnar na fase de frustração – quanto tempo eu parei nessa fase! – mas sim, partir para o próximo degrau: a maturidade. É nessa fase que aprendemos aceitar a Igreja e o próximo pela graça, assim como Deus nos aceita com todas nossas imperfeições. É a fase que ao invés de nos isolarmos e cultivarmos a frustração, nós nos envolvemos com nossa Igreja imperfeita para transformá-la. Uma fase em que paramos de pensar no que a Igreja pode fazer por nós, mas o que nós podemos fazer pela Igreja. Uma fase em que derrubamos nossos muros da arrogância e permitimos sermos tratados por pessoas tão pecadoras quanto nós, e ao invés de menosprezar os desvios dos outros, nós fazemos o possível para abrir seus olhos, não com uma atitude de superioridade, mas de forma humilde. A fase da maturidade é uma fase que eu estou encontrando agora, aceitar minha Igreja com todas suas imperfeições, sem esquecer que foi essa mesma Igreja imperfeita e cheia de gente imperfeita que tanto me beneficiou outrora. É a fase que ao nos depararmos com o erro nós dizemos: “Eu mudarei essa Igreja, pois tudo é possível àquele que crê!”. É fé na prática! Dietrich Bonhoeffer quando fez 14 anos, surpreendeu a família ao anunciar sua decisão de se tornar ministro do Evangelho e estudar teologia. Seus irmãos e irmãs criticaram essa decisão e disseram que a Igreja era uma instituição “pobre, fraca, monótona e pequeno-burguesa”.A resposta de Bonhoeffer? “Nesse caso, precisarei reformá-la”. O que você espera para reformar a sua Igreja? A Igreja precisa de consertos sim, mas esses consertos não serão corrigidos através de cristãos hipócritas e arrogantes que criticam ao invés de agir. A Igreja precisa de uma reforma, não só de credo mas também de obras. Amadureçam! Ensinem! Preguem! Pratiquem!

Eu li Relacionamentos Saudáveis....

E gostei...Relacionamentos Saudáveis - Henry Cloud & John Townsend

Mais um livro dos autores do clássico "Limites", o livro trata da importância de mantermos bons relacionamentos para o bem da nossa vida emocional e espiritual. Os autores trazem principios de como desenvolvermos bons relacionamentos e evitarmos os ruins, e ainda de como resolver os nossos problemas de relacionamentos quando o problema está em nós. Um livro simples, mas importante para a saúde do Corpo de Cristo. Relacionamento com Deus e com o próximo faz parte do maior dos mandamentos. Deus nos criou para nos relacionarmos com Ele, e com o seu Corpo.

"Não raro os cristãos se envolvem com pessoas problemáticas as quais drenam sua energia emocional e reduzem significativamente sua vitalidade. Relacionamentos Saudáveis é um livro prático e edificanete que leva a sabedoria das Escrituras para a ampla arena dos relacionamentos pessoais. Os autores proporcionam aos cristãos uma poderosa e útil ferramenta para evitarem os relacionamentos prejudiciais e reforçarem os positivo. Cloud e Townsend merecem o meu aplauso!" Josh McDowell

"Pense em quanto dissabor evitaríamos se soubéssemos como evitar os relacionamentos negativistas. Este livro nos ensina a fazer exatamente isso! Os autores ensinam medidas práticas que nos tornarão pessoas melhores, com sua presença em nossa vida. É um livro que nenhum cristão pode deixar de ler." Les Parrott III e Leslie Parrott

terça-feira, 24 de julho de 2007

Salvar a alma e salvar a mente

"Devo ser franco com vocês: o antiintelectualismo é o maior perigo que o cristianismo evangélico americano enfrenta. A mente, compreendida em suas maiores e mais profundas faculdades, não tem recebido suficiente atenção. No entanto, a formação intelectual não ocorro sem uma completa imersão, durante anos, na história do pensamento e do espírito. Os que estão com pressa de sair da universidade e começar a ganhar dinheiro, trabalhar na igreja ou pregar o evangelho não têm idéia do valor infinito de gastar anos dedicados à conversação com as maiores mentes e almas do passado, desenvolvendo, afiando e aumentando o seu poder de pensamento. O resultado é que o terreno do pensamento criativo é abandonado e entregue ao inimigo. Quem, entre os evangélicos, pode enfrentar os grandes pensadores seculares em seus próprios termos acadêmicos? Quem, entre os estudiosos evangélicos, é citado pelas maiores autoridades seculares como fonte normativa de história, filosofia, psicologia, sociologia ou política? O modo evangélico de pensar tem um mínima oportunidade de se tornar dominante nas grandes universidades da Europa e da América que modelam toda a nossa civilização com seu espiríto e suas idéias? Por uma maior eficácia no testemunho de Jesus Cristo, bem como em favor de sua causa, os evangélicos não podem se dar ao luxo de continuar vivendo na periferia da existência intelectual responsável."

Charles Malik, citado em Filosofia e Cosmovisão Cristã de William L. Craig e J.P.Moreland, pg 15.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Sofrer o sofrimento

"Será que essas anotações não passam do padecimento sem sentido de um homem que não quer aceitar o fato de que não há nada que possamos fazer contra o sofrimento, exceto sofrê-lo? Quem ainda acha que existe algum truque (se ao menos alguém pudesse descobri-lo) que faça o sofrimento não ser sofrível? Não faz diferença alguma agarrar à cadeira do dentista ou deixar as mãos repousar [calmamente] sobre o casaco. A broca continuará perfurando." C.S.Lewis

terça-feira, 17 de julho de 2007

Ativista gay abandona o homossexualismo


Estrela em ascensão do movimento diz que Deus o libertou do estilo de vida.

Michael Glatze era uma estrela em ascensão no movimento homossexual, mas ele agora declara não só que abandonou o ativismo — ele não mais é homossexual.

Glatze — que era freqüentemente usado como referência nos meios de comunicação como fundador da revista Young Gay America — conta a história de sua transformação numa coluna exclusiva publicada por WND.

Embora Glatze tenha se isolado da comunidade homossexual um ano e meio atrás, ele diz que sua coluna provavelmente deixará algumas pessoas surpresas.

“Isso será realmente notícia para todo o mundo com quem eu me relacionava”, afirmou ele a WND.

A mudança radical em sua vida, relembra Glatze, começou com “inspirações” em sua mente que ele agora atribui a Deus.

“Espero poder compartilhar minha história”, disse ele. “Sinto fortemente que Deus me colocou aqui por um motivo. Até mesmo nos dias mais escuros das festas tarde da noite, uso de drogas e todos os tipos de coisas — quando em meus sentimentos eu me perguntava ‘Por que é que estou aqui, o que é que estou fazendo?’ — havia sempre uma voz ali”.

“Eu não sabia como chamar essa voz, nem se eu podia confiar nela, mas ela dizia ‘fique firme’”.

Glatze disse que ele teve consciência de sentimentos homossexuais com a idade de 14 e declarou publicamente que era “gay” com a idade de 20. Depois de uma década em que seu papel de liderança no movimento homossexual cresceu — mas, ao mesmo tempo, um misterioso conflito em seu interior — ele afirma que finalmente foi “liberto”.

Aliás, ele escreve em sua coluna da WND, “sair do armário da influência da mentalidade homossexual foi a coisa mais libertadora, bela e estupenda que já experimentei na minha vida inteira”.

Antes de “sair do armário” em sua coluna, Glatze fez contato com o gerente editorial de WND David Kupelian depois de ler seu livro “The Marketing of Evil”, o qual, conforme Glatze disse, “me deu muita ajuda em meu processo de cura das profundas influências do mal em nossa sociedade atual”.

“Não há nada no mundo que me daria mais prazer”, ele escreveu para Kupelian, “do que dizer a Verdade acerca da ‘homossexualidade’ e expiar meus pecados nesse assunto”.

A transformação de Glatze nos traz à mente a transformação de Charlene Cothran, famosa ativista lésbica americana que publicava a revista “gay” Venus. Ela também renunciou ao seu estilo de vida do passado. Ela se tornou cristã e deu uma nova missão para sua revista: “incentivar, educar e ajudar aqueles que desejam abandonar uma vida de homossexualidade”. Ela acrescenta: “Nossa missão máxima é ganhar almas para Cristo…”

Em sua coluna, Glatze fala sem rodeios, chamando o sexo homossexual como baseado puramente na cobiça sexual, significando que jamais consegue satisfazer plenamente.

“É uma rotina de obsessão, não tendo nada de natural e normal”, escreve ele. “Normal é normal — e se chama normal por uma boa razão.”

Depois de se tornar editor da revisa Young Gay America com a idade de 22, Glatze recebeu numerosos prêmios e reconhecimento, inclusive o Prêmio Nacional Papel Modelo da importante organização homossexual Equality Forum (Fórum da Igualdade). Os meios de comunicação o procuravam a todo momento, com participações em programas de TV e menções numa matéria de capa da revista Time, intitulada “A Batalha envolvendo os Gays Adolescentes”.

Ele produziu, com a ajuda da TV pública americana e do Fórum Igualdade, o primeiro filme documentário importante a lidar com a questão do suicídio entre adolescentes homossexuais, “Jim In Bold”, que viajou pelo mundo e foi premiado em muitos festivais. A exposição de fotos de Young Gay America, que contava a história de jovens da América do Norte, viajou pela Europa, Canadá e partes dos EUA.

Em 2004, Glatze mudou-se de San Francisco para Halifax no Canadá, onde seu parceiro da revista Young Gay America tinha família. A revista, disse ele, buscava ser um complemento puro para as revistas de bancas dirigidas aos jovens gays.

Mas Glatze argumenta, “a verdade era, YGA era tão prejudicial como todas as outras revistas do tipo no mercado, mas era mais ‘respeitada’, porque não era explicitamente pornográfica”.

Em 2005, Glatze teve papel principal num grupo de debatedores que incluía Judy Shepard, mãe do homossexual assassinado Matthew Shepard, no prestigioso JFK Fórum na Faculdade Kennedy de Governo da Universidade de Harvard.

“Foi depois de ver minhas palavras numa fita de vídeo dessa ‘atuação’”, escreve ele, “que comecei a ter dúvidas sérias quanto ao que eu estava fazendo com minha vida e influência”.

Não conhecendo ninguém de quem eu poderia me aproximar com meus questionamentos e dúvidas, voltei-me para Deus”, diz ele. “Desenvolvi um relacionamento crescente com Deus, graças a uma crise debilitante de dores intestinais provocadas pelas condutas em que eu estava envolvido”.

Ao se aproximar o fim de seu trabalho na Young Gay America, Glatze disse, os colegas começaram a perceber que ele estava passando por algum tipo de experiência religiosa.

Antes de deixar o emprego, não percebendo plenamente o que estava fazendo, ele escreveu seus pensamentos em seu computador do escritório, finalizando com a declaração: “A homossexualidade é morte, e eu escolho vida”.

“Eu estava tão tenso, que era como se eu mesmo não estivesse escrevendo”, disse ele.

Inexplicavelmente, ele contou a WND, ele deixou palavras na tela do computador para todos verem.

“As pessoas que olhavam para a tela ficavam pasmas; achavam que eu estava doido”, declarou ele.

Mas ele deixou seus colegas de trabalho imaginando o que havia acontecido com ele, pois ele nunca tinha explicado detalhadamente sua decisão de renunciar.

Relembrando seu velho estilo de vida, Glatze contou a WND que toda vez que ele sentia estar fazendo algo errado, “eu simplesmente usaria uma desculpa popular, tal como ‘é assim que é a vida’”.

“Se eu tivesse de questionar algo, meus colegas diriam: ‘Você é um cara de muitos ideais’”.

Glatze disse que achava que os oponentes do homossexualismo eram “grosseiros e loucos, e queriam me machucar”.

“Eu achava que estavam prontos para me pegar”, disse ele. “Eles me deixavam realmente revoltado — e assustado, eu penso. Eu queria que eles sumissem”.

Glatze disse que não podia se permitir pensar que eles eram sinceros em suas convicções.

Mas ele agora tem profundo respeito por uma tia cristã que desaprovava seu estilo de vida.

Ela “nunca julgava, mas era sempre firme”, disse ele.

Leia também a história mais completa de Michael Glatze aqui.

Traduzido e adaptado por Julio Severo: www.juliosevero.com.br

Fonte: http://www.wnd.com/news/article.asp?ARTICLE_ID=56481

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Içami Tiba fala sobre jovens e as drogas

Em entrevista ao Jornal da Manhã:

JM - O senhor é a favor da descriminalização da droga?

Içami - Totalmente contra. O governo não dá conta das drogas que liberou. Não consegue tratar as pessoas, quer tornar a campanha política das drogas a "campanha do menos mal". O que eles deveriam fazer é recuperar, não falar "se você usa crack, vá para a cocaína. Use maconha, porque cocaína é muito sério". Não, isso é um convencimento fraco; o convencimento mais forte é que de ele não pode usar drogas e ponto final, vamos fazer de tudo para que não usem. Porque isso significa "cocaína eu tolero".

Leia mais...

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Sto. Agostinho


“Punis o que os homens cometem contra si próprios, porque, ainda mesmo quando Vos ofendem, agem impiamente contra as suas almas.”

Sto. Agostinho

Deus é tão misericordioso que pune o que os homens cometem contra si mesmos. Pois, quando quebramos um mandamento de Deus, não deixamos apenas de fazer o bem a Ele, mas também a nós. Deus entrelaçou Seus interesses com os nossos, de modo que, ao servi-lO, alcançamos o nosso próprio bem. Os seus mandamentos não são só para o bem dEle, mas, principalmente, para o nosso próprio bem e proteção. Portanto, quando pecamos contra Deus, pecamos contra a nossa própria alma.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Humanidade: A Raiz de Todo o Mal

Uma crítica ao pensamento de Richard Dawkins

Introdução

Há tempos eu ansiava por ler The God Delusion e assistir ao documentário The Root of All Evil do renomado biólogo-evolucionista-ateu Richard Dawkins. Parte do meu anseio foi realizado, assisti à primeira parte do documentário intitulada The God Delusion, mesmo titulo do livro. Eu gosto de ter a fé desafiada e confrontada, gosto de ouvir opiniões contrárias, gosto de quebrar a cabeça e ser obrigado a aprofundar as raízes da minha fé, portanto, ninguém melhor pra isso do que o ateu mais feroz da atualidade – o temido Richard Dawkins – bom, pelo menos era o que eu imaginava. Assistir ao documentário me deixou frustrado – Ta ai o ateu mais brilhante da atualidade! E ai?... – pois é, e ai nada! Se Richard Dawkins e seus argumentos consistem na maior arma dos ateus contra os religiosos, presumo que essa arma não passe de uma pistola de chumbinho – cano duplo para ser mais cortês. Dawkins entope seu documentário de falácias, opiniões próprias e um “leve” toque de arrogância. As criticas mais embasadas se resumem às referentes à conduta dos religiosos e não à religião em si. O argumento principal é que a religião é a “raiz de todo mal”. Terrorismo, homens-bomba, atentados etc etc etc... Como cristão me sinto à vontade para desprezar tal argumento, pois, ao contrário do Islamismo, o cristianismo não apóia à guerra santa – amai os vossos inimigos – se em alguma época cristãos “guerrearam de forma santa” foi por vontade própria, e não embasados na religião.


Um “pequeno” detalhe que não podemos deixar de destacar é os “bons” frutos do ateísmo no século XX. Um ditador alemão de bigode influenciado por outro alemão de bigode (bigode um pouco maior), um filósofo que costumava dizer “Deus está morto” e que teve suas obras presenteadas às tropas do ditador alemão – 16.000.000 de mortos. Um outro ditador, russo e também de bigode que impôs seu ateísmo à URSS, matou 40.000 sacerdotes e fechou todas as catedrais transformando-as em museus do ateísmo – 3.000.000 de mortos segundo a URSS. 9.000.000, 20.000.000 ou até 60.000.000 segundo alguns outros historiadores russos, e como se não bastasse as mortes, em virtude de doenças, alcoolismo e das dificuldades econômicas, os homens russos, hoje em dia, têm uma esperança de vida de 59 anos de idade. A taxa de nascimentos caiu de forma tão acentuada que a população russa pode vir a encolher até o nível populacional de 1917. Setenta por cento dos casamentos russos terminam em divórcio, e uma mulher russa comum já fez quatro abortos (Yancey, Rumores de outro mundo, p.160). E na tentativa de liquidar o cristianismo da China – 70.000.000 de mortos. Saldo total: hummm....20...40...70...100... até 146.000.000 mortos! Para se ter uma ideia, na inquisição foram mortos 40.000 pessoas. E vale a pena lembrar que na inquisição os perseguidos eram os verdadeiros cristãos que lutavam contra a corrupção da Igreja dominada pelos pagãos que compravam cargos de autoridade na Igreja. A raiz de todo mal não é a religião, os homens só a usaram para dar vazão a sua própria natureza, que como a Bíblia nos ensina, é decaída e depravada. A prova disso é que quando Deus saiu de cena, a coisa não melhorou, mas piorou. É claro que existem ateus de caráter de fazer inveja a muitos crentes, mas a grande diferença do ateísmo para o cristianismo é que quando o cristão age de forma errada ele vai contra o que professa, já o ateu não erra jamais, pois para ele não há lei a ser infringida – Se Deus não existe tudo é permitido disse Dostoievski – se ele decide matar, ele pode, pois não tem fundamento moral para se basear. E porque não lembrar que as maiores Universidades do mundo – incluindo a de Dawkins, Oxford – foram fundadas por... cristãos? E será que Dawkins se esqueceu de Gandhi, Martin Luther King, Madre Teresa e a Cruz Vermelha? E Francis Bacon, Newton, Pasteur dentre outros cristãos que por insistirem que Deus era um ser racional e criador de criaturas racionais abriram o caminho para a ciência que Dawkins hoje estuda? Todos eles agiram de tal forma impulsionados pela religião, já o ateísmo não tem poder de impulsionar ninguém a nada. Julgar o Cristianismo pelo lado ruim é como julgar os apóstolos por Judas Iscariotes.


Parte I – The God Delusion


As afirmações do documentário seguem sem muita ponderação – é porque é – como quando Dawkins afirma simplesmente que não há razão para acreditar em Deus sem sequer pesar e ponderar qualquer argumento contrário. Ele chega a afirmar que a religião desencoraja o pensamento racional e estimula a manter nossa fé apesar das evidências contrárias, nos tornando mais virtuosos com isso. Não posso negar que de fato lideres cristãos ajam de tal forma e muitos cristãos não pensem de forma crítica e racional, porém, não estamos falando dos religiosos, mas da religião em si, como eu já disse. Mas o cristianismo não apóia tal pensamento, Deus nos convida a arrazoar (Is 1.18), a amá-lo de todo entendimento (Mt 22.37), a dar respostas àqueles que pedem (1Pe 3.15), e nos compadecer dos que duvidam (Jd 22). A definição de fé de Dawkins é absurda – fé é a suspensão do pensamento critico – e, portanto contrária à ciência. Como já demonstrei, não é assim que o Deus cristão age, e a verdadeira fé cristã é crer naquilo que você tem motivos racionais para crer, é claro que haverá sempre espaço para dúvida e é ai que entra a fé, da mesma forma o ateísmo também exige fé, pois também não nos dá total certeza, cabe a nós pesarmos as evidências prós e contras e nos decidirmos entre crer ou não crer, de qualquer forma, se eu crer e estiver errado eu morrerei e pronto, agora se eu não crer e estiver errado passarei a eternidade em um ambiente não muito aprazível.


Dawkins defende a ideia de que, ao contrário da religião, a ciência consiste no acumulo de evidências usadas para atualizar teorias de como as coisas funcionam e ele nos conta a história de um antigo professor de seus tempos de universitário que defendeu apaixonadamente uma certa teoria durante anos, até que um cientista americano veio à sua Universidade e mostrou que a teoria tão apaixonadamente defendida pelo professor estava errada. O professor o agradeceu por ter mostrado que ele estava errado esse tempo todo e ter colaborado com o avanço da verdade cientifica. Bom... verdade cientifica? Como pode uma verdade avançar e ser atualizada? Ou uma verdade é verdade, ou não é verdade, simples assim. O problema é que a ciência é baseada na interpretação humana, propensa à falhas, o que é verdade hoje amanhã não é e vice-versa. Já a teologia parte de uma Verdade revelada, e toda descoberta serve para nos aproximar dessa Verdade, quando uma descoberta contraria a Verdade, não deixamos simplesmente de acreditar nela, mas questionamos tal descoberta ou nossa interpretação da Verdade. Por exemplo, a Bíblia descreve diversas vezes o império hitita, mas até 1906 não havia nenhuma evidência para tal império, a evidência era “jamais existiu tal império”, até que Hugo Winkler em 1906 descobriu uma biblioteca com 10.000 titulos que documentava ostensivamente os hititas. Resultado: a evidência antiga estava errada, quem estava com a Verdade acertou, quem duvidava teve que dar o braço a torcer. Um exemplo de re-interpretação da Verdade é a teoria da evolução que nos abriu os olhos para a não literalidade de Gênesis que a própria Bíblia evidencia e Sto.Agostinho já dizia há 1700 anos. (Leia meu texto Evidências para a criação em seis dias não-literais). Nós seres-humanos somos propensos à falhas, Deus não, portanto é mais sábio permanecer com a Verdade revelada, e mais lógico acreditarmos que quando a descoberta humana contrária a Verdade revelada, o problema está com a primeira.


Um argumento, talvez mais complexo, é a pergunta que Dawkins deixa àqueles que dizem ser necessário um Deus para que todo o Universo tenha sido criado, que é “Quem criou Deus?”. Ora, já que os crentes dizem que o mundo precisa de um Criador, então o próprio criador também precisa de um criador, parece muito lógico, mas não é tanto assim. Deus é a causa primeira de toda criação, portanto é ilógico perguntarmos "quem criou Deus?" pois isso nos leva a um circulo infinito – Quem criou o criador de Deus? Quem criou o criador do criador...?. O argumento consiste no fato de que há poucas décadas atrás, os cientistas acreditavam que o Universo sempre existiu e nunca teve um inicio, portanto não precisavam se preocupar com o que veio antes – ele sempre existiu e pronto. Mas a questão é que hoje a teoria do Big Bang é provada, o Universo surgiu do nada e teve inicio em algum ponto distante do passado! O que nos leva a pergunta "Quem criou o Universo?", já que tudo que tem inicio tem que ter uma causa, diferente de Deus que sempre existiu e é a causa primeira de tudo. E dada à complexidade do Universo e sua aparência de ter sido planejado, deduzimos que algo ou alguém o arquitetou de forma inteligente. Norman Ramsey, Nobel de física em 1989 disse, “Bem, quando acreditávamos que o universo não teve inicio, não era necessário nos preocuparmos com o que veio antes. Mas uma vez que nós aceitamos a ideia de que o universo teve um inicio em um ponto especifico do passado, temos que pensar no que veio antes. Então, físicos agora estão pensando sobre questões que somente teólogos e filósofos se preocupavam no passado.”


Para finalizar, Dawkins ainda cita absurda parábola de Bertrand Russel, do bule que circula em torno do sol. Se disserem que há um bule orbitando em torno do sol, a maioria das pessoas não vai acreditar. Assim como não há como provar que o bule não esteja lá, a ciência não pode provar a não-existência de Deus, nem das fadas ou unicórnios. Mais uma vez, a arrogância de Dawkins se faz presente, fazendo uma afirmação falaciosa sem consultar uma opinião contrária. Nenhuma civilização divide sua história entre antes e depois do bule, nenhum bule deixou um livro escrito por 40 autores durante 1500 anos que tratam do mesmo assunto, além do mais, bules não tem inteligência, portanto o exemplo de Dawkins, ao comparar um objeto inanimado com um ser vivo inteligente, é por demais idiota e arrogante.


Parte II – The Vírus of Faith


No segundo episodio do documentário o nível da argumentação melhora consideravelmente, mas ainda deixa a desejar, no inicio o foco continua a ser a conduta dos religiosos e não a religião em si. Dawkins insiste em humilhar e diminuir os líderes religiosos com os quais conversa. Seleção natural? Sobrevivência do mais forte? Dawkins parece levar as premissas evolucionistas ao pé da letra. Não é de surpreender tamanha arrogância, pois conhecimento humano ensoberbece. Dawkins reclama daqueles que tentam impor sua cosmovisão aos outros, como pais que criam seus filhos na religião e em colégios religiosos. Mas o que Dawkins está fazendo nesse documentário senão impondo sua cosmovisão a todos? O que esses pais religiosos fazem não se compara a atitude arrogante de Dawkins que se julga dono da verdade e superior a todos que o contrariam.


Dawkins diz ser profundamente perturbador pensar que existem crentes que usam a ideia do inferno como meio de policiar a conduta moral do povo. Que tipo de sonhos uma criança terá quando atormentada pela ideia do inferno? Não seria crueldade? Bom, partindo da premissa de que Deus não existe, Dawkins está certo. Mas, se Deus existe, Dawkins está terrivelmente enganado, nesse caso, a crueldade seria não alertar as pessoas da realidade do inferno. Dawkins esquece que foi exatamente essa imagem terrível do inferno usada por Jonathan Edwards e outros evangelistas para revolucionar e salvar sua Inglaterra do estado caótico que se encontrava no século XVIII. Essa estratégia, não é tão ruim quanto parece, mas muito pelo contrário.


Finalmente, Dawkins começa a atacar a religião em si. Criticando a moral cristã com base no Antigo Testamento e algumas passagens que descrevem crueldades indignas de um Deus “todo-amoroso”. O que Dawkins esquece é o Antigo Testamento descreve a realidade assim como ela é, cruel e atroz, a mesma realidade que lemos nas páginas dos jornais de hoje em dia. O Antigo Testamento não é um livro que trata de ficção, como Dawkins gosta de afirmar, mas sim um livro terrivelmente real. Mas da mesma forma que Deus não aprova as crueldades que ocorrem hoje no mundo, nem tudo que a Bíblia cita, Deus aprova. É necessário distinguir entre o que a Bíblia relata e o que ela aprova. O livro de Juizes descreve uma mulher que foi morta, dividida em 12 pedaços e cada um enviado a uma das tribos de Israel. Cruel? Sim. A Bíblia aprova? Não. Um homem oferece sua própria filha para preservar a vida de um hóspede alvo dos desejos de seus vizinhos. Cruel? Sim. A Bíblia aprova? Não! Mas, é claro, esse principio não se aplica a toda a passagem cruel da Bíblia, existem passagens em que Deus manda matar povos inteiros incluindo mulheres e crianças. Cruel? À primeira vista sim. Mas a verdade é que Deus mata a todos – incluído eu e você – mais cedo ou mais tarde. Ele é o Autor da Vida, e, portanto, Aquele que detêm os direitos de tirá-la. Muito pode ser dito sobre a suposta crueldade divina do Antigo Testamento, mas eu concluo com uma citação cujo autor não me recordo: “Só considera que a morte é o maior dos males, quem é materialista e acredita que só existe esta vida física, que seria o bem supremo."


Em seguida, a critica de Dawkins é contra o centro da teologia neotestamentária, a sadomasoquista doutrina da expiação. Deus sendo torturado e executado como expiação pelos nossos pecados. “Se Deus queria perdoar nossos pecados,” diz Dawkins, “porque não simplesmente perdoa-los? A quem Deus quer impressionar?”. Isso mostra que Dawkins sequer se deu ao trabalho de pensar a respeito da doutrina da expiação. Deus não é só misericórdia, mas também justiça. Um juiz, por mais misericordioso que seja, não pode simplesmente perdoar um criminoso sem que o preço pelo seu crime seja pago, pois isso não seria justiça de forma alguma. É simples assim, e creio que não há necessidades de explicações mais aprofundadas. A doutrina é clara para qualquer pessoa destituída da arrogância “Dawkinsiana”. Se a doutrina é tão absurda para Dawkins, ele terá a escolha de recusá-la e pagar pelo seu crime, todo ser humano pode fazer essa escolha, o preço? A própria alma.


Conclusão

Esse documentário serviu para mostrar que o ateísmo de Dawkins, assim como de boa parte dos ateus, não tem raízes racionais. O orgulho e a arrogância são os verdadeiros motivos que mantêm pessoas como Dawkins afastadas de Deus. Pessoas arrogantes não lidam bem com autoridades, não é diferente com a Autoridade Última. Essa é a verdadeira razão que leva uma pessoa a dedicar a vida a provar a não-existência de Deus. O ateísmo junto com a infantil tendência à provocação, peculiar nos escritos de Dawkins e outros ateus contemporâneos, e o ar de heroísmo desses homens, me faz lembrar do que Freud chamou de projeçãp. Nós temos a tendência de projetar a imagem que temos dos nossos pais na infância, para as autoridades na fase adulta, inclusive a Autoridade Última, é só uma hipótese, mas sinceramente gostaria de poder perguntar a eles sobre seus pais. O ateísmo tem muito mais razões psicológicas do que intelectuais, melhor dizendo, psicológicas travestidas de intelectuais. Seja a arrogância, experiências traumáticas, ou conflitos com os pais.


Lembro que quando eu estava dando meus primeiros passos na fé cristã eu tremia perante qualquer ateu ou argumento que pudesse derrubar a minha fé, com minha mentalidade racional ao extremo e critico do jeito que sou, passei por períodos de intensas dúvidas e cheguei a pensar em abandonar a fé por tudo não passar de uma grande mentira. Hoje, minha fé foi aprofundada e enraizada. Toda dúvida só serviu para tornar minha fé ainda mais inabalável. Por isso eu encaro esses ataques à religião, que estão muito populares hoje em dia, não só com Dawkins, mas também Michael Onfray, Sam Harris e Daniel C. Dennett, como positivos a fé cristã. É importante lembrarmos que foram nos períodos de mais intensa perseguição que a Igreja mais cresceu, creio que todos esses ataques intelectuais serão responsáveis para limpar o cristianismo de crenças supersticiosas, aniquilar as religiões falsas, aprimorar a conduta dos cristãos e aprofundar nossa fé. Amém.

Vitor Pereira 05.07.2007

domingo, 8 de julho de 2007

Os Dois Tipos de Religiosos

"Para entendermos melhor o que aconteceu, talvez fosse útil apelar para a classificação de fé religiosa elaborada por Gordon W. Allport. Ele usava duas categorias: religiosidade extrínseca e intrínseca. Pessoas de religiosidade extrínseca são aquelas cujas expressões de fé são motivadas por uma necessidade de obter status ou de serem aceitas pelos outros. Usualmente a fé de uma criança, motivada pela necessidade de agradar aos pais, recai nessa categoria. Pessoas intrinsecamente religiosas são aquelas que internalizam a sua fé de modo que ela se torna a influência motivadora primária das suas vidas. Muitos integrantes desse grupo relatam experiências vividas em determinado momento das suas vidas em que abraçaram a fé; alguns se referem a essa experiência como uma espécie de renascimento. A pesquisa médica moderna mostrou que a religiosidade extrínseca pode ter um efeito negativo sobre a saúde física e emocional, enquanto a fé intrínseca muitas vezes tem resultados positivos cientificamente demonstráveis."
Deus em Questão: C.S.Lewis e Freud debatem Deus, Sexo, Amor e o Sentido da Vida. pg 62.
Armand Nicholi

Eu li "Três Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade" - Sigmund Freud...

...e gostei!

Uma das principais obras de Sigmund Freud, essencial a todos aqueles que tenham interesse pela psicanálise ou pela vida e obra de Freud. Apesar de muito bom, é um livro bem "chato" de ler, portanto talvez não interesse ao leigo. Freud mostra a influência da vida sexual da infância na formação do individuo.

" É a mais polêmica contribuição de Freud a respeito da sexualidade. Ele estabelece aqui originais estudos sobre os temas das aberrações sexuais, sexualidade infantil e adolescência. Seu principal guia é o conceito de Pulsão Sexual, que começa a ser descrito justamente nesse texto."

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Sexo, Repressão e Supressão

"Lewis destacava, com perspicácia, que precisamos entender o que Freud quer dizer quando se refere ao excesso de repressão, como gerador de sintomas neuróticos. Não devemos, escreve Lewis, confundir o termo "repressão" com "supressão" - como tantos em nossa cultura tendem a fazer. A palavra "repressão" é um termo técnivo que se refere a um processo inconsciente que, quando excessivo, pode ocasionar sintomas como esses. A repressão excessiva, frisa Lewis com precisão, usualmente ocorre cedo na vida, e quando ela ocorre, não temos consciência desse acontecimento: "A sexualidade reprimida não parece sexualidade nenhuma para o paciente". Já a supressão, por outro lado, é o controle consciente dos nossos impulsos. Ao confundir os dois, muitos [integrantes] da nossa cultura concluem que qualquer tipo de controle de impulsos sexuais faça mal à saúde. Lewis argumenta que isso é bobagem. Na realidade a falta de controle é que faz mal à saúde. Lewis escreve: "a entrega a todos os nossos desejos obviamente leva à... doença, à inveja, à mentira, à dissimulação e a tudo que é contrário à saúde... Qualquer felicidade, mesmo desse mundo, exige bastante moderação..."
Na nossa cultura, a mídia contribuiu para a confusão entre a repressão e a supressão. "De imagem em imagem, de filme em filme, de novela em novela", nota Lewis, "passamos a associar a idéia de indulgência sexual às noções de saúde, normalidade, juventude, franqueza e bom humor". Ele alega que essa associação gera uma falsa impressão e é uma mentira. "Como todas as mentiras poderosas", explica Lewis, "ela se baseia na verdade... de que o sexo em si mesmo... seja 'normal' e 'saudável'... A mentira consiste na sugestão de que qualquer ato sexual para o qual você possa ser tentado no momento também seja saudável e normal"."

Deus em Questão: C.S.Lewis e Freud debatem Deus, Sexo, Amor e o Sentido da Vida - Armand Nicholi. pg 149.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Eu li Deus em Questão - Armand Nicholi...

...E gostei!
Deus em Questão: C.S.Lewis e Freud debatem Deus, Sexo, Amor e o Sentido da Vida
Dr. Armand Nicholi


Excelente livro, vencedor do Prêmio Areté 2006 na categoria apologética. A visão cética de Freud é posta lado-a-lado com a visão cristã de C.S.Lewis. Vale a pena ler, essencial para os que se interessam por psicanálise e apologética.

Sinopse:
Grande parte dos maiores pensadores já se confrontou com a questão crucial de acreditar ou não em Deus. O século 20 produziu dois homens que, de forma brilhante, cada qual à sua maneira, levantaram novos argumentos – um, a favor e o outro, contra – sobre essa questão.

Em Deus em Questão, os argumentos de C. S. Lewis e Sigmund Freud são postos lado a lado. Ambos refletiram cuidadosamente sobre os pontos fracos e as alternativas aos seus posicionamentos. Ambos consideraram o problema da dor e do sofrimento, a natureza do amor e do sexo, e o sentido último da vida e da morte. Depois de “assistirmos” a todo esse debate, podemos tomar os nossos lugares do lado que quisermos, num dos confrontos mais profundos da história.


“Esta elegante e convincente comparação entre a visão de mundo de Freud e a de C. S. Lewis é uma oportunidade de reflexão dialógica sobre as mais importantes questões que a humanidade sempre se fez: Deus existe? Ele se importa comigo? Este livro destina-se a todos que buscam, sinceramente, respostas sobre a verdade, o sentido da vida e a existência de Deus.”
Francis Collins, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas em Genoma Humano, EUA

“Armand Nicholi acertou na mosca com essa história irresistível e tão bem contada sobre as duas âncoras – e o dilema – do pensamento moderno. A partir da vida desses dois verdadeiros gênios, podemos identificar o nosso próprio desejo e busca.”
Ken Burns, diretor do premiado documentário The Civil War e do histórico Jazz, megassérie apresentada no Brasil pelo canal GNT

“Alguns livros são equilibrados, acadêmicos e objetivos. Outros são desafiadores e comoventes e prendem a nossa atenção. Quando um livro consegue reunir tudo isso, torna-se simplesmente inesquecível. Deus em Questão é assim. É tão empolgante quanto um romance, com uma diferença: nós escrevemos o final.”
Peter Kreeft, PhD, professor de filosofia do Boston College, autor de “Buscar Sentido no Sofrimento” (Edições Loyola) e “O Diálogo” (Mundo Cristão)

“Assisti a algumas das aulas impressionantemente concorridas de Armand Nicholi em Harvard, que foram uma das experiências mais gratificantes da minha vida. Depois de vinte e cinco anos de ensino e pesquisa sobre Freud e Lewis, o autor coloca o resultado à disposição de todos. Este livro mudará a sua vida.”
Dr. Timothy Johnson, editor da área médica do ABC News

“Deus em Questão é profundo e fascinante. Quem procura o verdadeiro significado da vida precisa ler este maravilhoso livro.”
Ralph Larson, presidente e diretor executivo da Johnson & Johnson

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Obediência - a visão do líder

Jesus lavando os pés dos discipulos.

Parte 1 - O Mandamento
Em diversas passagens a Bíblia é clara em relação ao chamado à obediência, aos nossos pais, ao governo, às autoridades eclesiásticas e todas as demais autoridades. Pois essas são instituídas pelo próprio Deus (Rm 13.1-2, 1Pe 2.13-14, Tt 3.1, Jd 9, Hb 13.17). Muitos tentam justificar sua desobediência com o autoritarismo de seus pais ou da corrupção do governo. Porém a Bíblia não nos dá essa opção, ainda mais se levarmos em conta o contexto histórico em que os textos que exigem obediência foram escritos. Nos tempos neotestamentários, o cristianismo não era essa moleza que é hoje, não havia pastores prometendo prosperidade financeira, física e emocional. A mensagem era “aceite a Cristo e esteja preparado para sofrer”, o próprio Jesus reservou duas bem-aventuranças aos perseguidos (Mt 5.10-11), e uma rápida lida nas páginas de Atos dos Apóstolos nos mostram essa assustadora realidade. Nero, imperador romano da época, colocou nos cristãos a culpa pelo incêndio em Roma, que foi sua responsabilidade. D.James Kennedy diz sobre Nero em seu livro “E Se Jesus não tivesse nascido?”:


“Era uma época cruel, caracterizada por tiranias e despotismo. Tome o imperador Nero como exemplo. Ele havia recebido o que havia de melhor na educação filosófica pagã e, ainda assim, degenerou para tornar-se um dos piores homens que a mente poderia conceber. Muitas vezes freqüentava bordéis disfarçado. Praticava, como diz um historiador, “indecências em garotos [...] batendo, ferindo, assassinando”. Ele teve uma amante com a qual queria ter um romance, mas sua esposa se opôs. O que fazer em um caso como esse? Bem, isso deveria ser óbvio para toda e qualquer pessoa: você simplesmente mata sua esposa – e foi o que ele fez. Mas sua mãe se opôs. Portanto, matou sua mãe. Mas ele não era totalmente desprovido de sentimentos. Na verdade, quando olhou para o corpo de sua mãe no funeral, disse “Eu não sabia que tinha uma mãe tão bonita”.

A seguir, casou-se com sua amante. Mas um dia, esta cometeu o triste erro de aborrecê-lo por ter chegado tarde das corridas. Estava nos últimos meses de gravidez e Nero a chutou no estômago, matando-a com a criança. Lembre-se de que este era o governante do mundo naquela época! Foi realmente um tempo cruel.”


Foram nessas condições que os apóstolos viveram e pregaram a mensagem do Evangelho. Dentre eles, somente João morreu de morte natural. Pedro foi crucificado de cabeça para baixo, Tiago apedrejado e Tomé transpassado por uma lança. Não foi a toa que Tertuliano, um dos pais da Igreja, disse “o sangue dos mártires é a semente da Igreja”. Foi nesse período de perseguição intensa que a Igreja mais apresentou saúde e crescimento. E ainda assim, debaixo de toda essa perseguição os apóstolos escreveram nos exortando a obedecer! Portanto, não podemos usar como desculpa para desobediência a corrupção do governo, ou o autoritarismo de nossos pais terrenos. A ordem é obedeça! Obedecer não somente ao líder bom e cordato, mas também ao perverso (1Pe 2.18). Jesus, filho de Deus, obedecia aos seus pais (Lc 2.51). Se alguém tinha direito de desobedecer, esse alguém era Ele. Mas ele não o fez e, portanto não podemos ter a pretensão de achar que somos bons demais para nos submeter, quem pensa dessa forma é porque é inseguro demais para se rebaixar. Obediência é a maior exigência que Deus faz ao Homem. Por ser Deus invisível, as pessoas o recriam a sua própria imagem e semelhança, moldam um ‘deus’ confortável a elas, “eu me submeterei a Deus contanto que concorde com Ele”, isso não é submissão em lugar algum, nós devemos nos submeter a Deus quer concordemos quer não, devemos confiar que Ele, por ser o criador da vida, sabe exatamente o que é melhor para nós e como viver a vida da melhor forma. Muitas vezes obedeceremos sem saber o porquê, a exemplo dos hebreus que seguiram muitas leis que não faziam sentido para eles, mas hoje a ciência revela o porquê de muitas delas. Mas o propósito desse artigo não é ser mais um peso nas costas dos liderados, as exigências de líderes autoritários já são pesadas o bastante. Portanto passaremos ao nosso segundo ponto.


Parte 2 - O Lado do líder
Paul Tournier, em Culpa e Graça diz:


"Filhos, obedecei a vossos pais", escreve o apóstolo Paulo (Ef 6:1). Os pais devotos evocam este versículo para exigirem de seus filhos uma submissão servil, mesmo depois de terem deixado de ser crianças. Mas estes pais dão pouca atenção ao que o apóstolo acrescenta logo a seguir: "Pais, não provoqueis vossos filhos à ira" (Ef 6:4) nem ao que ele acrescente ainda em outra passagem: "... para que não fiquem desanimados" (Cl 3:21).”


Lideres em geral, pais e pastores em especial, exigem muito de seus liderados. Mas esquecem da sua responsabilidade em conquistar a obediência de seus liderados, infelizmente no mundo em que vivemos, as pessoas se preocupam muito mais com seus direitos do que com suas responsabilidades. Não podemos esquecer que nossas atitudes como lideres podem gerar rebeldia e insubmissão nos nossos liderados. Opressão e autoritarismo geram rebeldia. Nas Igrejas, em especial nas Igrejas de visão celular e G12, muito é falado sobre obediência e autoridade espiritual. Mas sempre direcionado ao lado do liderado, nunca do líder. Onde entra a responsabilidade do líder? Não adianta gastarmos o precioso tempo de nossos cultos falando sobre obediência, dizendo que o discípulo tem que obedecer, tem que ser submisso, que rebeldia é pecado de feitiçaria (1Sm 15.22-23) se nós não ensinarmos o líder a conquistar a obediência e autoridade sobre seus liderados, ou discípulos. Margareth Thatcher disse:Estar no poder é como ser uma dama, se você tiver que lembrar as pessoas que você é, você não é”. O bom líder não precisa lembrar que é líder, seus discípulos agem devido a sua autoridade sobre eles, autoridade essa que não pode ser imposta, mas somente conquistada. Muitas vezes acreditamos que por possuirmos um titulo de líder, todos os liderados são obrigados a obedecer, enquanto é o líder que faz a posição e não a posição que faz o líder, em outras palavras, o bom líder independe de um titulo. O próprio Jesus não nos coage a agir pela força, mas pelo amor e serviço e nos convida a fazer o mesmo (Mt 20.26-28, Mt 23.11).


Parte 3 - O que gera rebeldia?
Líder, quando você se irar com a rebeldia do seu discípulo, antes de descarregar sua ira nele, se pergunte quanto você tem servido por ele, quanto você tem se oferecido a ele, quanto você tem gastado em ouvi-lo, em amá-lo, em se relacionar com ele, em suprir as necessidades dele. Sonde a sua vida e reflita se a rebeldia do seu discípulo, na verdade não é reflexo da sua rebeldia com o seu líder. Às vezes o discípulo está apenas reproduzindo o que viu em você. Lembre-se que nem todos podem ser líderes, como muitos gostam de ensinar, mas a liderança é privilégio daqueles disposto a servir, se sacrificar, amar, e abrir mão do ego, esses sim, podem liderar. Muitas vezes nós, lideres, só nos preocupamos com nossos direitos, e não refletimos nas terríveis responsabilidades de sermos lideres. Se a gente só pregar sobre obediência, podemos acabar transformando a Igreja em um rebanho de ovelhas cegas e lideres autoritários. Por isso se faz necessário, que o líder olhe mais para si mesmo quando vê rebeldia em seus liderados. Rebeldia é muitas vezes um grito por liberdade, liberdade essa castrada por leis, coerção e repreensão de líderes que não sabem liderar. Sabe porque você precisa pregar repetidas vezes sobre obediência para seus discípulos? Porque eles não te vêem como um líder, você não tem autoridade sobre eles. Não estou dizendo que não devemos pregar e enfatizar a obediência. Devemos sim. O principio precisa ser passado. Mas se nós lideres pararmos um pouco de tentar mudar nossos discípulos, e lembrarmos de mudar a nós mesmos, é certo que conquistaremos autoridade, respeito e obediência sem nem precisar abrir a boca.


Parte 4 - Quando desobedecer?
Sempre que a ordem da liderança entra em conflito com a autoridade de Deus, prevalece a segunda. “Antes importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5.29). Por isso se faz necessário o profundo conhecimento teológico para não cairmos nas garras de pastores mal intencionados, ou líderes que pecam não por malicia, mas por ignorância. O que é comum devido ao espírito antiintelectualista que assombra nossas Igrejas nos dias de hoje. Um exemplo Bíblico de desobediência é o caso das parteiras em Êxodo 1.15-22, o rei do Egito ordenou que elas matassem todo recém nascido do sexo masculino, mas por temor a Deus (Ex 1.17) elas não obedeceram à ordem do rei e foram abençoadas por Deus por tal atitude (Ex 1.20-21). Somente nesse caso nos é permitido desobedecer, não nos é permitido julgarmos o coração de um líder, não sabemos qual líder tem o coração de Davi e qual tem o coração de Saul, as aparências enganam na maioria das vezes. Deixemos que o próprio Deus cuide dos “Sauls” que existem por ai.


Parte 5 - Porque obedecer?
Obedecer não é fácil, é duro, por sermos uma raça decaída e contaminada pelo pecado inerente a natureza humana, o orgulho e a ambição falam muito alto e nos impedem de nos submetermos. Fácil não é, mas é necessário. Devemos obedecer porque Deus assim ordenou. As autoridades são pessoas que tem muito mais experiência que nós e geralmente já passaram pelo que estamos passando e podem nos aconselhar melhor. Quem nunca desobedeceu aos pais e quebrou a cara? É necessário que vivamos numa hierarquia, alguém tem que dar a última palavra, caso contrário, viveríamos em um caos. Cada um faria o que quer e o mundo não subsistiria nem sequer um dia.


Lembrem-se lideres:

“Não é dado ao líder o direito de não dar bons exemplos”
Luiz Marins, antropólogo empresarial.


Vitor Pereira 15/03/2007

Recursos recomendados:

YANCEY, Philip. STAFFORD, Tim. Desventuras da Vida Cristã. São Paulo. Mundo Cristão. 2005.

EDWARDS, Gene. Perfil de Três Reis. São Paulo. Vida. 1987.



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domingo, 1 de julho de 2007

é 1000!

Dia 30 de Junho de 2007 às 2:28:39 pm é a data do milésimo acesso ao blog! Em menos de 2 meses já superamos 1000 acessos, obrigado a todos os visitantes. E espero que esse blog possa continuar contribuindo com o despertar de milhares de bereanos na Igreja Cristã do Brasil!

 
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