quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Este inferno de amar - Almeida Garrett

Almeida Garrett


Este inferno de amar – como eu amo!
Quem mo pôs aqui n’alma… quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é vida – e que a vida destrói.
Como é que se veio atear,
Quando – ai se há-de ela apagar?

Eu não sei, não me lembra: o passado,
A outra vida que dantes vivi
Era um sonho talvez… foi um sonho.
Em que a paz tão serena a dormi!
Oh! Que doce era aquele olhar…
Quem me veio, ai de mim! Despertar?

Só me lembra que um dia formoso
Eu passei… Dava o Sol tanta luz!
E os meus olhos que vagos giravam,
Em seus olhos ardentes os pus.
Que fez ela? Eu que fiz? Não o sei;
Mas nessa hora a viver comecei…
Por instinto se revela,
Eu no teu seio divino
Vim cumprir o meu destino...
Vim, que em ti só sei viver,
Só por ti posso morrer.

3 comentários:

M. V. M. de Arruda. disse...

Vitor,
saúde amigo.

Como vai a vida?

Em Cristo Jesus,
Marcus Vinicius.

Anônimo disse...

Belíssima intervenção de Vítor Grando...

Amemos, pois!!

Raul Anjo disse...

Fala Vitor. Beleza!


Cultural.

 
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