quarta-feira, 24 de março de 2010

Os pegadores e as vagabundas



Recente pesquisa na Inglaterra revela que as mulheres de hoje têm 3 vezes mais parceiros do que suas avós. O resto é previsível: diz-se que tal atitude é normal e saudável e o homem que repudia é o preconceituoso... Meu comentário vem logo abaixo do texto.

É mais ou menos nisso que elas querem se transformar...
Retirado de Revista Época:


Jovens mulheres têm três vezes mais parceiros sexuais do que tinham suas avós na mesma idade, segundo uma pesquisa com 3 mil moças de até 24 anos na Inglaterra. A pesquisa revelou que elas já tinham feito sexo com, em média, 5,65 homens. Uma em cada dez entrevistadas disse ter ido para a cama com mais de dez parceiros. Assim que os dados foram divulgados no blog Sexpedia, da jornalista Fernanda Colavitti, em epoca.com.br, uma espécie de ódio machista se abateu contra aquelas que muitos chamavam de “vagabundas”. Os comentários raivosos refletem a reação sincera de muitos homens ao encontrar uma mulher livre para exercer seu desejo. No Ocidente, até os anos 70 a virgindade era o tabu. Era vergonhoso para um homem casar com defloradas. O hímen era exibido como troféu. Felizmente, esse tempo passou.

Agora, é como se os machistas usassem a quantidade de parceiros para rotular uma mulher como “direita” ou “fácil”. “Posso ser machista e antiquado, mas mulher que teve mais de cinco parceiros não merece respeito”, diz o comentário do internauta Juliano ao post no Sexpedia. “Não sou preconceituoso, mas me incomodaria casar com uma mulher que muita gente já provou”, afirma Ricardo. “Saudades de quando havia uma distinção entre mulheres corretas e vagabundas”, diz Evandro. “Não quero pegar resto dos outros”, escreve Renato.

É sintomático como essa atitude muda completamente quando entra em jogo o número de parceiras sexuais do homem. Aí, o “garanhão” de antigamente hoje se chama “pegador”. Bom de cama, contribui como macho para a reprodução da espécie, faz pose de experiente e conquista um indisfarçável respeito de seus pares masculinos. Mas a mulher que transa com muitos é logo tachada de “vagabunda”. Qual seria o número mágico de parceiros sexuais que transforma uma jovem normal em promíscua aos olhos machistas? Três, cinco, dez, 20? “O número não importa tanto”, diz o psicanalista Francisco Daudt. “O que mais apavora um homem nessa hora é o fantasma de, sem saber, criar um filho que não seja dele.”

Os homens mais agressivos com as mulheres livres sentem dificuldade de lidar com a ideia de que elas têm desejo sexual próprio. “É como se a virilidade deles fosse transferida para elas”, afirma o psicanalista Contardo Calligaris. São homens capazes de agredir uma mulher por estar de saia curta. A vida sexual deles costuma ser frustrante, limitada e triste.
O antigo “garanhão” virou “pegador”. Mas mulher com vários parceiros é tachada de “vagabunda”. É ridículo.

“Quando eles chamam a mulher de rodada, como um carro de terceira mão, isso não tem a ver com o uso de seu corpo, mas com o medo que ela desperta”, diz Calligaris. “O rapaz pensa: ela sabe fazer sexo melhor que eu. Meu desempenho será comparado ao de outros, mais experientes.” De acordo com a sexóloga Carmita Abdo, “vagabunda é aquela mulher que você quer, mas não te quer”. Aquela que transou com vários não estaria interessada em estabilidade. “Será que eu vou dar conta?”, pensa ele. Como se pudesse controlar a futura dor de uma rejeição ou troca.

Ninguém está sugerindo que é mais feliz quem faz sexo com muita gente, seja homem ou mulher. Mas as moças têm o direito de, caso queiram, experimentar o sexo com responsabilidade e sem culpa. Às vezes, elas próprias mentem. Em epoca.com.br, Luiza fez o seguinte comentário: “Tive de 20 a 25 parceiros e tenho 27 anos. Como sei que a maioria dos homens é machista, sempre digo que tive dois parceiros, o ex e o atual! Muitos homens são bobos. Outros não colocam o número de parceiros como fator determinante do caráter de uma mulher. Esses merecem respeito”.
Os machistas são exceção? Ou a maioria dos adolescentes e adultos de hoje pensa como eles? “Nos últimos anos, os adolescentes se tornaram muito mais caretas”, diz Calligaris. “Essa história de beijar dez ou 20 numa balada parecia ser uma continuação da liberação sexual. Nada disso. É superfície.” Para que insistir em saber quantos parceiros alguém teve no passado? Como diz Daudt, “se soubéssemos em detalhe a vida sexual que cada um leva, e as fantasias de cada um, ninguém ficaria com ninguém”.

Comentário meu:


"Estou para ver o homem que intenta casar que não se preocupe com o passado sexual de sua pretendente. Sinto muito, senhoritas, mas é a verdade. É claro que a virgindade não deve valer apenas para a mulher, mas, se o homem quer uma mulher, digamos, casta ele deve seguir o mesmo caminho. É a simples natureza humana. Infelizmente, a maneira como lidamos com a sexualidade hoje é nociva à instituição do matrimônio e, consequentemente, à construção de uma família que, por sua vez, é o sustentáculo de qualquer sociedade. É triste que as mulheres estejam seguindo o péssimo exemplo dos homens - "comendo todo mundo". Ah! Não dá para deixar de rir das patéticas 'explicações' dos psicanalistas e sexólogos - desconfio que sejam estes os que não tem uma vida sexual muito satisfatória se é que sabem o que é vida sexual"

2 comentários:

ROGÉRIO B. FERREIRA disse...

Vítor, concordo plenamente contigo.

Esse padrão ideal está infelizmente longe da média, o que faz valer o conselho do gaiato: passado de namorada é feito cozinha de restaurante chinês, melhor não conhecer.

Abraços e tire mais férias para se dedicar a este espaço. Setíamos sua falta.

Vitor Grando disse...

Roger, meu amigo,

O ditado que eu conheço é de mais baixo calão

"Passado de namorada é feito cozinha de restaurante chinês, se você conhecer você não come..."

É feio, mas é verdadeiro!

 
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