segunda-feira, 19 de março de 2012

A Guerra Global Contra os Cristãos no Mundo Muçulmano - Ayaan Hirsi Ali

Prezados, urge que tomemos uma postura firme contra a expansão muçulmana na Europa. Ainda que possam nos acusar de islamofóbicos, como já é comum na Europa, o perigo é real e crescente. Nós, todavia, estamos com a guarda abaixada. Vulneráveis às perigosas investidas muçulmanas, que são carregadas de ódio contra a tradição cristã da qual fazemos parte. Esse alerta é não só para cristãos religiosos, mas para todos aqueles que vivem no Ocidente que não querem, num futuro não muito distante, ser obrigados a adotarem os preceitos muçulmanos.

O período atual lembra o período entreguerras, quando instaurou-se um espírito antiguerra pela Europa, principalmente na França. Tal espírito fez que os europeus ignorassem o perigo alemão e quase lhes custou a vitória. Tamanha foi a condescendência com os alemães que Bertrand Russell, por exemplo, em 1939 defendia o desarmamento completo e unilateral da Inglaterra enquanto a Alemnha de Hitler se armava até os dentes. No ano seguinte, a Luftwaffe bombardeava Londres; graças a Deus que os conselhos de Bertrand Russell não foram ouvidos. Jean Paul Sartre, por sua vez, ao voltar da Alemanha em 1937, disse que a Alemanha de Hitler em nada diferia da França.

Enquanto isso, a Alemanha se rearmava e continuava a desrespeitar o Tratado de Versalhes, inclusive na remilitarização da região da Renânia, que fora proibida pelo Tratado. Isso quase nos custou a vitória. Se não acordarmos para o iminente perigo muçulmano, quando acordarmos é capaz de ser tarde demais. A inteligentsia europeia falhou em conter a ameaça Alemanha no seu início, e agora faz o mesmo com o crescimento do Islamismo. É hora de acordarmos, eles definitivamente não querem paz.

Vejam o vídeo abaixo:




Tradução: Vitor Grando

De uma parte a outra do mundo muçulmano, cristãos estão sendo mortos por sua fé.



É comum ouvirmos falar de muçulmanos como vítimas de maus tratos no Ocidente e como combates na luta contra a tirania na Primavera Árabe. Mas a verdade é que é uma guerra muito diferente que está em andamento – uma batalha da qual não nos apercebemos e que está custando milhares de vidas. Cristãos estão sendo mortos no mundo muçulmano por causa de sua religião. Trata-se de um genocídio crescente que precisa suscitar um alerta global



O retrato de muçulmanos como vítimas ou heróis é no máximo parcialmente correto. Nos últimos anos a violenta opressão às minorias cristãs tem se tornado regra nas nações de maioria muçulmana desde a África Ocidental e do Oriente Médio ao Sul da Ásia e Oceania. Em alguns países foram os próprios governos e seus agentes que queimaram igrejas e prenderam párocos. Em outros, grupos rebeldes têm se engarregado desse trabalho, assassinando cristãos e expulsando-os de terras onde suas raízes remontam a séculos atrás.

A hesitação da mídia em tratar desse assunto tem diversas fontes. Uma delas pode ser o medo de provocar ainda mais violência. Uma outra é provavelmente a influência de grupos lobistas tais como a Organização da Cooperação Islâmica – um tipo de Nações Unidas do Islã centralizada na Arábia Saudita – e o Conselho para Relações Américo-Islâmicas. Ao longo da última década, esses e outros grupos similares têm obtido notável sucesso em persuadir figuras públicas e jornalistas proeminentes no Ocidente a pensarem em cada exemplo de discriminação antimuçulmana como uma expressão de um desarranjo sistemático e sinistro chamado de “islamofobia” – um termo cunhado de modo a produzir a mesma condenação moral que têm termos tais como xenofobia ou homofobia.

Mas uma avaliação imparcial dos eventos e tendências mais recentes leva à conclusão de que a escala e severidade da islamofobia é desprezível se comparada à sangrenta cristofobia que perpassa as nações de maioria muçulmana de um lado a outro do globo. O silêncio em torno dessa violenta expressão de intolerância religiosa tem de parar. Nada menos que o destino do Cristianismo – e das demais minorias religiosas – está em risco no mundo islâmico.


Ao menos 24 cristãos coptas foram mortos no Cairo durantes embates com o exército egípcio em 9 de outubro. Thomas Hartwell / Redux

Desde leis contra blasfêmia a assassinatos brutais, bombardeios, mutilações e incêndio de lugares sagrados, os cristãos em muitos lugares do mundo vivem apavorados. Na Nigéria muitos sofrerem todas essas formas de perseguição. A Nigéria tem proporcionalmente a maior minoria cristã (40 porcento) em comparação a qualquer outro país de maioria muçulmana. Por muitos anos, muçulmanos e cristãos na Nigéria vivem à beira de uma guerra civil. Radicais islâmicos provocam a maior parte das tensões. A última organização formada com tal intuito é uma equipe chamada Boko Haram, que significa “A educação ocidental é um sacrilégio”. Seu objetivo é instituir a Sharia na Nigéria. E para alcançar esse objetivo eles já declararam que pretendem matar todos os cristãos do país.

Apenas no mês de janeiro deste ano, Boko Haram foi responsável por 54 mortes. Em 2011 seus membros mataram ao menos 510 pessoas e queimaram e destruíram mais do que 350 igrejas em dez estados do norte. Eles usam armas, bombas de gasolina, e até machados, aos gritos de “Allahu akbar” (Deus é grande) enquanto dirigem seus ataques a cidadãos inocentes. Eles já atacaram igrejas, um encontro de natal (matando 42 católicos), cervejarias, prefeituras, salões de beleza e bancos. Até o momento o seu foco é matar clérigos, políticos, estudantes, policiais, e soldados cristãos e até mesmo muçulmanos que se opõem aos seus intentos. Ao passo que no inicio seus métodos eram mais simples como assassinatos repentinos a partir de garupas de motos em 2009, o último relatório da Associated Press indica que os últimos ataques têm demonstrado um novo nível de poderio e sofisticação.

A cristofobia que tem perturbado o Sudão por muitos anos tem uma forma muito diferente. O governo autoritário dos muçulmanos sunitas do norte do país há décadas atormentam os cristãos e minorias animistas no sul. O que frequentemente é descrito como uma guerra civil é, na prática, uma perseguição a minorias religiosas patrocinadas pelo governo sudanês. Essa perseguição culminou no infame genocídio de Darfur, que começou em 2003. Apesar do fato de o presidente muçulmano do Sudão, Omar al-Bashir, ter sido condenado pelo Tribunal Penal Internacional de Haia, que o acusou de três genocídios, e apesar da euforia pela semi-independência que ele concedeu ao Sudão do Sul em julho do ano passado, a violência não terminou. No Kordofan do Sul, os cristãos ainda são sujeitos a bombardeios aéreos, assassinados, sequestros de crianças, e outras atrocidades. Relatos das Nações Unidas indicam que entre 53.000 a 75.000 cidadãos inocentes foram despejados de suas residências e casas e prédios foram saqueados e destruídos.

Ambos os tipos de perseguição – empreendida por grupos extragovernamentais como também por agentes do estado – têm ocorrido no Egito após a Primavera Árabe. Em 9 de outubro do último ano na região do Maspero no Cairo, cristãos coptas (que correspondem a 11% da população do Egito, que é de 81 milhões) marcharam em protesto contra uma onda de ataques islâmicos – incluído incêndio de igrejas, estupros, mutilações e assassinatos – que se seguiram à derrubada da ditadura de Hosni Mubarak. Durante o protesto, forças de segurança egípcias atropelaram a multidão com seus caminhões e atiraram nos manifestantes, esmagando e matando ao menos 24 pessoas e ferindo mais de 300. Ao final do ano mais de 200.000 coptas fugiram de suas casas por anteverem ataques futuros. Com a provável tendência de os muçulmanos conquistarem ainda mais poder nas recentes eleições, o temor dos coptas parece bastante justificado.

O Egito não é a único país árabe que parece estar exterminando sua minoria cristã. Desde 2003 mais de 900 cristãos iraquianos (a maioria assírios) foram mortos pela violência terrorista somente em Bagdá, e 70 igrejas foram queimadas de acordo com a Agência de Notícias Internacional Assíria (AINA). Milhares de cristãos iraquianos fugiram devido à violência dirigida especialmente contra eles, o que reduziu o número de cristãos no país de mais de um milhão em 2003 para menos que meio milhão hoje.  A AINA corretamente descreve isso como um “incipiente genocídio ou limpeza étnica de Assírios no Iraque”.

Os 2.8 milhões de cristãos que vivem no Paquistão correspondem a somente 1,6% da população de mais de 170 milhões. Enquanto membros de uma minúscula minoria, eles vivem em constante medo não apenas de terroristas islâmicos, mas também das cruéis leis contra blasfêmia do Paquistão. Como exemplo, podemos citar o famoso caso de uma mulher cristã que foi condenada à morte por supostamente insultar o Profeta Maomé. Quando a pressão internacional persuadiu o governador de Punjab Salman Taseer e examinar maneiras de libertá-la, ele foi morto pelo seu guarda-costas. O guarda-costas acabou sendo exaltado por proeminentes clérigos muçulmanos como um herói – e embora ele tenha sido condenado à morte, o juiz que impôs a sentença vive escondido devido às constantes ameaças de morte.

Casos como esses não são incomuns no Paquistão. As leis nacionais antiblasfêmia são constantemente usadas por criminosos e muçulmanos paquistaneses para intimidar minorias religiosas. O simples fato de declarar crença na Trindade Cristã é considerado blasfêmia, já que contradiz as principais doutrinas teológicas muçulmanas. Quando um grupo cristão é suspeito de transgredir as leis antiblasfêmia, as consequências podem ser brutais. Basta perguntar aos membros do grupo cristão Visão Mundial. Seus escritórios foram atacados na primavera de 2010 por 10 homens armados com granadas, deixado seis mortos e quatro feridos. Um grupo muçulmano militante alegou a responsabilidade pelo ataque justificando-se ao dizer que a Visão Mundial trabalhava para subverter o Islã. (Enquanto na verdade, ela prestava socorro aos sobreviventes de um terremoto).


Ao menos 13 pessoas foram mortas e 140 feridas em 8 de março de 2011, quando participantes de uma grande passeata cristã em uma comunidade no Cairo foram atacados por residentes de um bairro vizinho. Mohamed Omar / EPA-Landov 
 Nem mesmo a Indonésia – por vezes elogiada como a mais moderna, democrática e tolerante nação muçulmana – está imune à febre da cristofobia. De acordo com dados compilados pelo Christian Post, o número de incidentes violentos cometidos contra minorias religiosas (os cristãos, que correspondem a 7% da população, são a maior das minorias do país) aumentou, de 2010 a 2011, em aproximadamente 40%, de 198 para 276.

A série de sofrimentos pode aumentar ainda mais. No Irã, dezenas de cristãos têm sido presas por se atreverem a cultuar fora do sistema de igrejas oficialmente autorizado. A Arábia Saudita, por sua vez, merece ser colocada numa categoria à parte. Apesar do fato de que mais de um milhão de cristãos vivem no país como trabalhadores estrangeiros, tanto igrejas quando atos privados de oração cristã são proibidos; para reforçar essas restrições totalitárias, a polícia religiosa frequentemente invade os lares de cristãos e os levam aos tribunais sob alegações de blasfêmia sendo que o testemunho deles tem menor peso legal do que o de um muçulmano. Até mesmo na Etiópia, onde os cristãos são maioria da população, incêndio a igrejas por membros da minoria muçulmana tem se tornado um problema.

Depois deste relato de atrocidades, deve estar claro que a violência anticristã é um problema grande e subestimado. Não, a violência não é planejada ou coordenada por alguma agência islâmica internacional. Nesse sentido a guerra global contra o Cristianismo não é uma guerra tradicional de modo algum. Na verdade, é uma expressão espontânea de ódio anticristão por parte dos muçulmanos, ódio que transcende culturas, regiões e etnias.

Como disse Nina Shea, diretor do Centro de Liberdade Religiosa do Instituto Hudson, em uma entrevista à Newsweek, as minorias cristãs em muitos países de maioria muçulmana “perderam a proteção de suas sociedades”. Isso é especialmente verdadeiro em países com os crescentes movimentos islamistas radicais (Salafistas). Nessas nações, militantes frequentemente acreditam que podem agir impunemente – e a inércia do governo muitas vezes provas que eles estão certos. A antiga ideia dos Turcos Otomanos – de que os não-muçulmanos nas sociedades muçulmanas merecem proteção (ainda que como cidadãos de segunda classe) – desapareceu do mundo islâmico e o resultado tem sido opressão e derramamento de sangue.

Devemos, então, reorganizar nossas prioridades. Sim, os governos ocidentais devem proteger as minorias muçulmanas da intolerância. E é óbvio que deveríamos garantir que eles possam cultuar, viver, e trabalhar livremente e sem medo. É a proteção à liberdade de consciência e de expressão que distingue as sociedades livres das não-livres. Mas também precisamos ter uma perspectiva correta sobre a intensidade e dimensão da intolerância. Desenhos, filmes e escritos são uma coisa; facas, armas e granadas são outra coisa totalmente diferente.

A minha resposta para o que o Ocidente deveria fazer para ajudar as minorias religiosas em sociedades de maioria muçulmana é que o Ocidente deveria usar os bilhões de dólares que envia aos países transgressores como um fator de influência. Há também o comércio e os investimentos. Além da pressão diplomática, esse auxílio e as relações comerciais podem e devem ser condicionadas à proteção da liberdade de consciência e de culto para todos os cidadãos.

Ao invés de sucumbir às exageradas histórias de islamofobia ocidental, devemos tomar uma posição firme contra a cristofobia que se alastra pelo mundo muçulmano. A tolerância é para todos – exceto para os intolerantes.

Ayaan Hirsi Ali nasciu em Mogadishu, Somália, e fugiu de um casamento arranjado ao fugir para a Holanda em 1992. Ele foi membro do parlamento holandês de 2003 a 2006 e hoje é pesquisadora no American Enterprise Institute. Sua autobiografia, Infiel, foi bestseller do New York Times em 2007.


Para perguntas, contacte o The Daily Beast at editorial@thedailybeast.com.

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