Muitos usam essa passagem para menosprezar o papel da razão na fé cristã e na evangelização. Isso é um caso sério de péssima exegese. Há diversas razões para isso, porque se de fato a passagem desvalorizasse o papel da razão, então Paulo contrariaria: (1) o próprio Cristo que nos exortou a amar a Deus com nossas mentes (Mt 22.37).(2) a Bíblia que nos exorta a defendermos a fé (1Pe 3.15, Jd 1.3) e (3) ao seu próprio exemplo em passagens no livro de Atos onde ele arrazoa e persuade muitos a crerem em Jesus (At 17.4, 18.4, 19.8). Corinto era uma cidade grega, e a Grécia era conhecida por seus grandes pensadores e retóricos com suas filosofias mundanas. E é esse tipo de conhecimento que Paulo menospreza, o conhecimento secular, que é inútil. Paulo mostra que o conhecimento e os valores de Deus são totalmente opostos aos valores do mundo, e a lógica de Deus também é oposta à lógica humana. Muitas vezes enxergamos coisas como o sofrimento como coisas ruins, como fez Pedro (Mt 16.23), mas nem sempre o não-sofrer é o propósito de Deus para nossas vidas e é esse tipo de lógica secular que Paulo ataca. Portanto, o que Paulo está condenado é a lógica humana e não o conhecimento em si. Paulo resume isso em 1Corintios 2.6 quando diz que expôs sabedoria entre os experimentados, não, porém a sabedoria deste século, nem a dos poderosos desse mundo que se resumem a nada.
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