domingo, 23 de setembro de 2007

A Verdadeira Espiritualidade

O médium Chico Xavier psicografando - exemplo de espiritualidade?


Nos é dito, nas nossas Igrejas, que nós devemos ser crentes espirituais. Jesus nos disse que deveríamos adorá-lO, não só em verdade, mas também em espírito. A Igreja nos ensina corretamente que devemos ser espirituais, mas será que nos ensina como sermos espirituais? O que será que vem a nossa mente quando ouvimos “fulano é muito espiritual”?

Creio que o que nos vem à mente ao ouvir uma afirmação como essa é tudo, menos a verdadeira espiritualidade bíblica. Nos dias de hoje, onde um avivamento emocional de atitudes exteriores predomina, o conceito de espiritualidade é altamente deturpado. Temos por espirituais aqueles que oram em línguas, aqueles que “caem no espírito”, aqueles que trazem profecias ou revelações, em geral, aqueles que apresentam uma sobrenaturalidade aflorada. Geralmente é esse tipo de “espiritualidade” que a Igreja busca e incentiva, mas que de positivo para a Igreja não tem nada. Se o ápice da vida cristã é manifestar esse tipo de espiritualidade, então nós temos grandes exemplos de cristãos espirituais para nos espelhar, por exemplo, os espíritas e sua mediunidade, psicografia, contato com o além, talvez seja essa a verdadeira espiritualidade! Ou talvez aqueles que recebem um Zé Pelintra aqui, outro acolá. Ou aqueles que consultam espíritos através de um jogo de cartas. Será que é isso que Deus quer? Se for, nós estamos bem atrás dos espíritas, macumbeiros e místicos em geral. Mas eu, ao contrário de maioria dos evangélicos, duvido que o Espírito Santo seja tão muquirana que só sirva para derrubar pessoas no chão ou distribuir unções das mais variadas espécies de animais.

O que é ser um crente espiritual?


Os Corintios eram um povo que manifestavam esse tipo de sobrenaturalidade aflorada que predomina hoje em dia no meio evangélico, era uma Igreja com muita manifestação de dons espirituais, profecias e revelações, se julgada pelos padrões atuais seria uma Igreja modelo. Portanto seria de esperar que Paulo incentivasse a espiritualidade corintiana e os louvasse por tamanha manifestação do espírito, mas não é isso que Paulo faz, ele pelo contrário refreia os corintios, os adverte que não mais do que dois ou três devem orar em línguas ao mesmo tempo na Igreja (1Co 14.27-28), diz também que se um incrédulo presenciasse esse tipo de manifestação tão desejada atualmente nos chamaria de loucos (1Co 14.23). E ainda ousa dizer que tais manifestações deveriam acontecer de forma ordeira e decente! Ora, mas os corintios não eram espirituais? Não, Paulo chama os corintios de crentes carnais em 1 Corintios 3. Apesar de toda extravagância que eles apresentavam, eles ainda assim não eram espirituais. A imoralidade entre eles era tamanha que faziam coisas que não aconteciam nem entre os gentios, e ainda assim apresentavam toda espiritualidade que nós hoje tanto desejamos. A verdadeira espiritualidade bíblica está muito mais ligada a caráter do que a manifestações exteriores, ser espiritual é seguir o exemplo de Jesus, um homem cortês, manso, cheio de amor e misericórdia que pelos padrões evangélicos não teria nada de espiritual. Ser espiritual é apresentar a maior evidência da presença do Espírito Santo na vida do crente, o fruto do espírito, que é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Onde Deus realmente vive, essas características florescem, características da verdadeira espiritualidade.


Vitor Pereira
23.09.2007

1 comentários:

Anônimo disse...

Excelente artigo.

Fernando Jatobá, 21

 
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