Como já disse no texto abaixo, Gary Habermas é um dos maiores especialistas conservadores em Jesus histórico, poderíamos colocá-lo ao lado de N.T.Wright, seu companheiro nos congressos sobre a ressurreição de Cristo, apresentado por ambos e o maior apologista contemporâneo William L. Craig. Habermas começa o livro discorrendo sobre a história das pesquisas sobre o Jesus histórico - o movimento das "Vidas de Jesus" onde cada "estudioso" escrevia sua própria biografia de Cristo, sempre bastante imaginativa, o movimento de racionalização do Jesus histórico, onde cada fato miraculoso narrado nos Evangelhos era interpretado de forma naturalista, o desprezo pela historicidade de Jesus de Karl Barth até os estudos contemporâneos onde se têm enfatizado a relevância da história para a fé, movimento cujo teólogo alemão Wolfhart Pannenberg é um dos expoentes. Habermas faz boas críticas das visões liberais do Jesus histórico, em especial, de John Dominic Crossan e suas pressuposições históricas. Mas o foco do livro são as evidências históricas antigas sobre Jesus, credos antigos descritos nas páginas do Novo Testamento (1Co15 merece destaque), e fontes cristãs e pagãs, Habermas cita Josefo, Suêtonio, Tácio, Plinio e diversas outras fontes (39 no total). O número de fontes além de fundamentar a existência de Jesus, e até mesmo de fatos específicos de sua vida, impossibilitam qualquer tentativa de reconstruir um Jesus que não seja no mínimo semelhante ao Jesus dos Evangelhos. O apêndice sobre historiografia também é muito bom, ainda mais por ser justamente devido à pressuposições infundadas e preconceituosas que hoje vemos tanta confusão em relação ao Jesus histórico, por isso a leitura desse apência é um dos pontos altos do livro. Recomendado!
4 comentários:
Deve ser muito interessante este livro. Obrigado pela dica. Porventura Habermas chega a falar algo sobre descrições de Jesus no Talmude?
Sobre o livro de Cullmann que você esta lendo, eu achei um excelente livro. Obviamente, não é conservador como Habermas, mas esta longe de ser um demitologizador à semelhança de Bultmann. Cullmann postula datas tardias para os livros dos evangelhos e questiona a autoria de apenas alguns poucos livros do NT, mas nada que comprometa a veracidade do NT.
Abraços,
Daniel
Que eu me lembre ele cita sim, mas não se aprofunda.
Tenho que pegar o livro em casa para conferir!
Um abraço
Eu gostaria de ver as editoras brasileiras publicando livros assim...
Todos nós gostaríamos, amigo, todos nós.
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