quinta-feira, 17 de maio de 2007

Sobre Jesus


Provavelmente quem me conhece me definiria como uma pessoa religiosa, seja lá o que isso signifique. Religioso não é um termo que eu usaria para me definir. De religião eu quero distância! Uma rápida recapitulação sobre a história desse mundo nos mostra que a religião não nos trouxe grandes avanços. Trouxe, antes, muito mais retrocessos. A religião foi, e é, motivo de discórdias e guerras. A maior potência econômica do mundo sofre na mão dos fundamentalistas muçulmanos da Al Qaeda. Mas não só do islamismo vive o terrorismo, na Irlanda do Norte temos como exemplo o conflito católico vs. protestante. Na história das religiões é inegável o passado -e presente- de guerras e conflitos. Marx disse “religião é o ópio do povo”, é verdade, a religião é um meio de alienação do povo, uma válvula de escape da realidade, as pessoas fecham seus olhos e seguem suas crenças sem no mínimo refletir nos "porquês".

Portanto, eu não venho aqui fazer uma defesa da minha crença religiosa, eu prefiro falar sobre um fato histórico: Jesus, o Cristo. Jesus Cristo é uma figura popular e ao mesmo tempo desconhecida, enigmática. A maioria de nós o conhece só de ouvir falar, incluindo boa parte dos chamados “cristãos”, mas nunca parou para refletir sobre quem ele é. Ao entrarmos em uma livraria hoje, é inevitável nos depararmos com livros sobre esse homem, mesmo fora da seção “Religião”. Nós o encontramos na seção de Administração, de Psicologia, de Auto-ajuda, como a figura de um líder, CEO, coach, executivo, maior psicólogo e educador. De fato, esse homem que viveu há 2000 anos atrás deixou um forte legado até os dias de hoje, e que aumenta a cada dia. O Historiador H.G.Wells afirmou “sou um historiador, não um crente, mas não posso deixar de reconhecer que aquele pregador indigente de Nazaré é inegavelmente o centro da história. Jesus Cristo é de longe a figura mais importante de toda história.” Tudo que sabemos sobre essa popular e enigmática figura se encontra em um livro da mesma forma popular e enigmático: a Bíblia Sagrada, mais especificamente os quatro Evangelhos. Se o que os Evangelhos dizem sobre ele não for verdade, simplesmente não sabemos nada sobre Jesus, ficamos apenas com pequenas citações de historiadores dos primeiros séculos da era cristã que não nos informam muita coisa. Teriam Mateus, Marcos, Lucas e João inventado uma figura tão brilhante como essa? Meu ceticismo me impede de crer nisso. E se eles inventaram, só pela genialidade de inventar um personagem como Jesus, eles mereceriam certamente o nosso louvor.

Duas perguntas precisam de resposta quando falamos de Jesus: Quem foi? E qual foi o seu propósito aqui na terra?. Em relação a primeira pergunta, como vimos, a figura de Jesus é popular como líder, psicólogo, educador, entre outras. Mas essas características nem de longe conseguem expressar a principal característica desse homem que vemos nos Evangelhos e em toda Bíblia Sagrada: a sua divindade. Ele afirmou claramente ser Deus (Jo 10.30), João testemunhou sua divindade (Jo 1.1, Jo 1.14), Paulo também (Fp 2.5-11), seus inimigos reconheceram sua afirmação de divindade (Jo 10.32-33) ele fez coisas que só Deus poderia fazer, como perdoar pecados (Mc 2.7), ele se colocou acima da Lei de Deus (Mt 12.8). Qualquer pessoa com um par de olhos é capaz de reconhecer sua divindade em uma rápida lida nos Evangelhos, quem não é capaz disso, provavelmente também não seria capaz de enxergar o sol do meio-dia.

Eu tento apenas evitar com que as pessoas venham com aquela besteira “Ah! Eu aceito Jesus como um sábio ou grande mestre moral, mas não aceito sua afirmativa de ser Deus!”. Essa é a única coisa que não podemos dizer sobre ele. Ele disse muito claramente que era Deus, o que nos dá apenas duas opções: ou (1) o que ele falou é verdade ou (2) é mentira. Se for verdade, devemos aceitar o fato de que ele realmente era e é Deus, se for mentira isso nos dá mais duas opções:

1. Ele sabia que era mentira
2. Ele não sabia que era mentira

No caso da primeira opção, se ele sabia que era uma mentira, então ele era um mentiroso, um hipócrita e não merece o titulo de grande mestre moral.
No caso da segunda opção, se ele não sabia que era uma mentira, então ele era um louco – no mesmo patamar de um Inri Christi - um demônio ou coisa pior e não merece o titulo de sábio. Faça sua escolha ou esse homem era e é Deus encarnado, ou não passa de um demônio, um louco ou coisa pior. Lembre-se: ele não nos deixou opção, nem intentou deixar.

A segunda questão a ser tratada é sobre o propósito da vinda de Jesus a terra.
Isaias 53, escrito em 700 a.C. já anuncia qual seria a missão do messias Jesus aqui na terra: salvar o povo de seus pecados, é o que Mateus repetiu quase 765 anos depois, em seu Evangelho no capitulo um versículo 21. Ele veio a terra com a missão de nos salvar dos nossos pecados. Você pode estar se perguntando “Mas qual pecado?”. Só pelo fato de você se perguntar isso já demonstra que tem algo errado consigo mesmo. Só uma pessoa que tenta ser boa reconhece sua própria maldade, assim como não é entregando as armas que conhecemos a força de um exército, mas sim o enfrentando Não é sendo levado pela correnteza que conhecemos a força dela, mas sim nadando contra a força dela, não é se entregando a maldade que a conhecemos, mas lutando contra ela, e quanto mais lutamos mais cientes ficamos da nossa maldade intrínseca. Somente quando a gente toma conhecimento da imensidão, santidade e perfeição de Deus e de sua Lei é que a gente percebe o quão desesperadamente necessitamos de um salvador,. É, pois, impossível para o homem alcançar o padrão de Deus para a salvação, até Mahatma Gandhi admitiu: “Para mim, é uma tortura permanente saber que estou tão distante daquele que eu sei que é a essência de minha vida e de meu próprio ser. Sei que é minha própria miséria e iniqüidade que me afastam dele”. Se Gandhi afirmou isso, quanto mais nós. É inútil tentarmos nos salvar sem a ajuda de Deus (Mt 19.25-26, At 4.12). Estaremos sempre transgredindo a lei por mais que tentamos segui-la. E Deus apesar de ser um Deus de amor e rico em misericórdia, também é um justo juiz, e, portanto não pode deixar de nos punir. Imagine um parente seu morto pelas mãos de um brutal assassino, no dia de seu julgamento ele para frente ao juiz e diz: “Estou arrependido, me perdoe”. Estaria o juiz sendo justo em libertá-lo? Não, o erro precisa ser punido.

Você tem uma consciência que o acusa freqüentemente, pois nenhum homem vive de acordo com o padrão moral de sua própria consciência, mas muito abaixo. É ai que entra o sacrifício de Jesus Cristo, ele pagou o preço pelo nosso crime, preço que nós não conseguiríamos nem poderíamos pagar, mas apenas Deus, um ser perfeito. Não seria justo Deus pagar por nós, assim como não seria possível o homem pagar por si mesmo. Apenas um ser perfeitamente Deus e perfeitamente homem poderia fazê-lo. Você pode achar isso injusto, mas freqüentemente quando alguém cai em um buraco, a tarefa de tirá-lo de lá cai sobre os ombros de um bom amigo, quando alguém se afoga em alto mar, somente alguém em um barco pode salvá-lo, é exatamente o que aconteceu conosco, caímos em um buraco, só um bom amigo poderia nos tirar de lá.

Vitor Pereira 30.09.2006

Bibliografia: Cristianismo Puro e Simples (C.S.Lewis)

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